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Tecnologia

O que você precisa saber sobre inovação no Brasil, segundo Jesper Rhode

Por Olívia Baldissera   | 

“Inovação não é uma pessoa aparecer um dia com uma nova ideia. É um processo contínuo de combinações e testes de ideias, e quanto mais diversa for a equipe, com pessoas de diferentes origens, melhor será a qualidade do resultado.”

“Innovation is not a question of one person coming up with one idea one day. It’s a continuous process of mixing and testing ideas, and the more diverse the team is, with people from different backgrounds, the better the quality of the result.”

Jesper Rhode, em artigo publicado na revista Brazilian Review de novembro de 2020.

A inovação é uma necessidade para a sobrevivência das organizações, que passaram a contar com departamentos inteiros dedicados ao assunto. Ela se torna ainda mais importante em momentos de crise, que devem ser encarados como uma oportunidade de colocar em prática novas ideias.

A afirmação é de Jesper Rhode, consultor e futurologista com mais de 20 anos de experiência em inovação. Para ele, o ano de 2020 mostrou a profissionais de todas as áreas de atuação como é urgente sair da zona de conforto.

Na edição de novembro de 2020 da revista Brazilian Review, publicada pela Câmara de Comércio Dinamarquês-Brasileira (Danchamb), o futurologista aponta as principais oportunidades de inovação para o mercado brasileiro.

Neste artigo você descobrirá quais são estas oportunidades, além de saber quem é Jesper Rhode e como levar a inovação para sua empresa.

Quem é Jesper Rhode

Com mais de 20 anos de experiência na área de tecnologia e inovação, o dinamarquês Jesper Rhode começou a carreira no setor de telecomunicações. Trabalhou por 18 anos na Ericsson, onde chegou ao cargo de CMO da América Latina.

Paralelamente, integrou os conselhos de empresas de tecnologia e de entidades internacionais, como a Câmara de Comércio Dinamarquês-Brasileira e a Embaixada da Dinamarca do Brasil. Também realizou mentorias para startups e integrou grupos de estudo sobre inovação.

Fundou o Distrito.me em 2015, uma plataforma de inovação que conecta startups, organizações e investidores. No mesmo ano, se tornou consultor e palestrante da Hyper Island, escola de inovação digital que promove o desenvolvimento da criatividade.

Jesper Rhode se associou ao Copenhagen Institute for Futures Studies dois anos depois. A entidade é um think thank independente que tem como objetivo auxiliar organizações públicas e privadas na tomada de decisões, por meio da futurologia.

As pesquisas de Rhode neste campo se concentram no impacto da disrupção e da tecnologia no dia a dia das pessoas e empresas. Os anos de estudos e atuação no mercado fizeram com que gigantes como Unilever, Bayer, Banco Itaú, Coca-Cola, P&G e Redbull procurassem o dinamarquês para implantar jornadas de transformação nas organizações.

Hoje Jesper Rhode divide seu tempo entre o Brasil e a Dinamarca, atuando nos conselhos das empresas Viaduto Soluções Logísticas, Mills Solaris e OneGrid. Ele também atua como palestrante e professor de cursos de especialização e MBA.

Os caminhos da inovação no Brasil

No artigo publicado na Brazilian Review, Jesper Rhode comenta as diferenças entre os processos de inovação da Dinamarca e do Brasil. Você pode ler o texto original, em inglês, neste link.

No país escandinavo, o tempo de aprovação de uma nova ideia é maior do que no Brasil, mas, assim que ela é aceita, a proposta é implementada rapidamente. Aqui as novas ideias são mais bem aceitas, porém o tempo de implantação é mais longo – e os riscos das mudanças não se concretizarem são altos.

Isso não significa que não haja oportunidades de inovação no país, principalmente devido à complexidade e burocracia dos processos que são realizados aqui.

Confira as oportunidades de inovação no mercado brasileiro, segundo Jesper Rhode:

  • Tecnologias regulatórias (reg-tech): automatizam a coleta de dados e processos administrativos complexos, o que beneficia o consumidor final. Jesper Rhode cita como exemplo as fintechs NuBank e Banco Original, que facilitaram a criação de contas bancárias e ainda oferecem mais segurança contra fraudes do que os bancos tradicionais.
  • Automação na Indústria 4.0: a indústria brasileira tem muito a ganhar com a automação das operações, em especial nos setores automobilístico, farmacêutico e alimentício.
  • Inteligência artificial nas vendas online: ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, a inteligência artificial não irá roubar seus empregos. A tecnologia só é eficiente se for combinada com um time de pessoas inovadoras, focadas no engajamento e na experiência do usuário. A satisfação do cliente ainda depende muito do fator humano.
  • Ensino remoto: muitas escolas e empresas migraram cursos e treinamentos para o ambiente online, mas nem professores nem alunos estavam prontos para usar todas as funcionalidades das plataformas. Os serviços de ensino remoto precisam oferecer uma interface e um sistema que respeite a experiência do usuário, pois as aulas online vieram para ficar.

Para Jesper Rhode, todas estas oportunidades mostram que a inovação no mercado não é tarefa para uma única pessoa, mas o resultado de um trabalho colaborativo e a combinação de ideias. Por isso muitas empresas tem investido e oferecido espaço de trabalho para startups, que carregam no seu DNA estas características.

Como inovar na sua organização?

Depois de conhecer as principais ideias de Jesper Rhode sobre inovação do Brasil, você ficou se perguntando como aplicá-las na empresa em que você trabalha?

O futurologista dá a dica no mesmo artigo da Brazilian Review. Para ele, as empresas precisam adotar o design thinking nos seus processos.

A abordagem faz com que colaboradores de diferentes setores trabalhem em conjunto para pensar em soluções para a empresa. Várias ideias surgem neste processo, e as melhores são selecionadas para serem implementadas.

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Sobre o autor

Olívia Baldissera

Olívia Baldissera

Jornalista e historiadora. É analista de conteúdo da Pós PUCPR Digital.

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