"O modo como fazemos saúde hoje não é sustentável."
Robson Capasso, médico e conselheiro da Universidade de Stanford
Seja no Brasil ou nos Estados Unidos, o sistema de saúde público e privado que é oferecido à sociedade não é mais suficiente para melhorar a vida dos pacientes. Para Robson Capasso, otorrinolaringologista e professor da Universidade de Stanford, o modelo atual está exaurido e não aguentará muitos anos.
Em entrevista de 2019 para a Época Negócios, o médico defende que empresários, universidades e poder público precisam adotar as novas tecnologias na saúde para oferecer um melhor atendimento à população.
Para que a implementação aconteça, a inovação é o caminho. Neste artigo, você conhecerá os conselhos que Robson Capasso dá a profissionais que querem inovar na saúde, além do que esperar das novas tecnologias na medicina.
Quem é Robson Capasso, médico e conselheiro de Stanford
Robson Capasso é otorrinolaringologista e professor da Escola de Medicina da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Ele também é conselheiro global do Stanford Byers Center for Biodesign, onde atuou como mentor em projetos de propriedade intelectual.
Graduou-se em Medicina na Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde fez residência em otorrinolaringologia. Foi para os Estados Unidos se especializar em cirurgia da cabeça e do pescoço, na Universidade de Miami. Entre idas e vindas para o Brasil, estudou medicina do sono, inovação e biodesign.
Suas pesquisas médicas concentram-se na utilização clínica de smartphones, biomarcadores e wearables no controle de distúrbios do sono e apneia. Em mais de 20 anos de carreira, Robson Capasso publicou capítulos de livro e artigos científicos, além de atuar como mentor de profissionais da saúde em mais de 20 países.
Hoje Robson Capasso está envolvido no ecossistema de med-tech no Vale do Silício, participando como fundador, consultor ou assessor de startups, como a Arterys. Sua experiência no campo das novas tecnologias na saúde é compartilhada em aulas, palestras e congressos nacionais e internacionais.
O que esperar das novas tecnologias na saúde, segundo Robson Capasso
Em aulas e palestras, Robson Capasso explica que todas as especialidades na saúde já estão sendo impactadas pelos avanços tecnológicos, porém uma em especial é mais evidente no dia a dia de médicos e pacientes.
É a área de manejo de doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e bronquite. Para que estas condições não evoluam para quadros mais graves, profissionais de saúde precisam monitorar o estado do paciente de forma proativa e preventiva. Como verificar se os remédios estão sendo tomados nos intervalos certos? E como ter certeza de que foram adotados hábitos de vida mais saudáveis?
Para Robson Capasso, a solução está nas novas tecnologias de monitoramento da saúde, o que inclui wearables, softwares e integração com Internet das Coisas (IoT). Elas coletam dados do dia a dia, com a autorização dos pacientes, como a qualidade do sono, a variação dos índices glicêmicos no sangue, o tempo dedicado à atividade física...
Todo este compilado de informações auxilia o profissional de saúde a definir um diagnóstico e estabelecer um tratamento mais adequado ao contexto de vida do paciente. A tendência para o futuro da saúde é o healthcare substituir cada vez mais o sick care.
Em outras palavras, o acompanhamento médico será focado na manutenção da saúde e não no combate à doença. Ter as informações do estado do paciente em tempo real dá mais agilidade em definir tratamentos e, assim, evitar o adoecimento.
Mas como acessar e interpretar um volume tão grande de informações? Este é um dos usos da Inteligência Artificial (IA) na saúde. A tecnologia é usada na coleta de dados e análise do histórico do paciente, que pode ser comparado com pesquisas mais recentes sobre determinadas doenças.
Outro exemplo que Robson Capasso cita em aulas e palestras é o poder dos algoritmos de alertarem a equipe médica de alterações no estado de saúde dos pacientes internados em um hospital, assim definindo prioridades de atendimento e salvando vidas.
O uso da Inteligência Artificial no combate à Covid-19 também é um case de sucesso da implantação de novas tecnologias na saúde.
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Além da IA, a telemedicina é outra aliada dos profissionais da saúde. Antes da pandemia, ela já se mostrou bastante eficaz em primeiras consultas e atendimentos primários da saúde, além do acesso a terapias de baixo risco e não invasivas.
Robson Capasso lembra que todas estas novas tecnologias na saúde não substituem o trabalho de médicos, enfermeiros e demais profissionais da saúde. Ao contrário, elas permitem que mais tempo seja dedicado ao paciente durante uma consulta, para ouvir suas queixas e entender o seu contexto de vida. Dessa forma, elas facilitam um atendimento mais humanizado e centrado no indivíduo, e não na doença.
Como inovar na saúde
Sair da zona de conforto é um desafio em qualquer área de atuação. Em sala de aula, Robson Capasso geralmente dá dois conselhos de como inovar na saúde.
O primeiro é procurar uma mentoria, trocar experiências com profissionais da saúde que estão em um estágio mais avançado na carreira. A história deles o ajudará, principalmente, a definir qual caminho seguir na sua vida profissional.
O segundo é não escolher a ferramenta antes de ter bem definido qual o seu objetivo. Robson Capasso ilustra esta situação com o seguinte exemplo: muito se fala em usar Inteligência Artificial, machine learning e outras novas tecnologias na saúde. Mas pouco se discute o motivo de elas serem empregadas ou qual problema específico elas irão resolver.
Gostou destes conselhos? Você pode aprender ainda mais com Robson Capasso e entender como aplicar, de fato, as novas tecnologias na saúde.
Ele é um dos professores do curso Saúde 4.0: Gestão, Tecnologia e Inovação da Pós PUCPR Digital, ao lado de profissionais referência como o neurocientista Miguel Nicolelis, o professor da UC Berkeley Pieter Abbeel e o pensador Clóvis de Barros Filho.
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