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Carreira

Você tem agilidade emocional?

Por Olívia Baldissera   | 

Ter flexibilidade na hora de lidar com pensamentos e sentimentos e reagir da forma mais adequada possível é chamado de “agilidade emocional” por coaches e psicólogos organizacionais.

Essa habilidade ajuda a enfrentar situações desafiadoras do dia a dia, em especial no ambiente profissional, onde passamos boa parte dos nossos dias.

Conheça mais detalhes sobre a agilidade emocional e como praticá-la a seguir.

O conteúdo desse guia é uma adaptação do artigo "Emotional Agility”, publicado na Harvard Business Review, e do livro “Agilidade Emocional: abra sua mente, aceite as mudanças e prospere no trabalho e na vida”, publicado no Brasil pela editora Cultrix.

O que você vai ver por aqui:

O que é agilidade emocional 
Quem criou o termo “agilidade emocional” 
A interferência da agilidade emocional na atuação profissional 
Como desenvolver a agilidade emocional 
Avalie a sua agilidade emocional 
Seja especialista em agilidade emocional

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O que é agilidade emocional

A agilidade emocional é a habilidade de ser flexível em relação aos pensamentos e sentimentos para reagir da melhor forma possível a situações cotidianas. Isso não implica em um controle ou na obrigação de ser positivo, mas em reconhecer e aceitar o que sentimos.

A raiva e a tristeza, por exemplo, não devem ser evitadas. Elas devem ser enfrentadas com curiosidade e autocompaixão, de forma que o indivíduo não perca de vista seus objetivos de longo prazo – em todos os âmbitos da vida, não apenas o profissional. 

Ela também é um processo que incentiva as pessoas a prestarem atenção no momento presente, o que ajudaria a mudar ou manter comportamentos de modo a agir de acordo com os próprios valores.  

Quem desenvolve a agilidade emocional demonstra maior flexibilidade para lidar com um mundo cada vez mais acelerado, tolerando altos níveis de estresse. 

Devido a essa característica que podemos dizer que a agilidade emocional é o oposto da rigidez emocional, estado em que ficamos presos a pensamentos, sentimentos e comportamentos que são prejudiciais para nós. 

Dentre as inspirações da conceituação da habilidade estão a obra de Viktor Frankl, pai da Logoterapia, que aborda o tempo de resposta entre a emoção e a ação, período em que decidimos o que fazer em relação aos nossos sentimentos.

Outra é a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), que defende que as pessoas devem aceitar e experimentar pensamentos negativos, pois fazem parte da vida. Essa psicoterapia estimula a identificação de valores pessoais e objetivos de vida, o que ajudaria um indivíduo a desenvolver formas mais flexíveis de pensamento e comportamento em relação às adversidades cotidianas. 

Por fim, a definição da agilidade emocional como um processo de focar no tempo presente tem origem nas práticas de mindfulness. O termo se refere a um estado mental caracterizado pela atenção plena nas atividades que estão sendo realizadas, de forma intencional e consciente.

Diferença entre inteligência emocional e agilidade emocional

A principal diferença entre a inteligência emocional e a agilidade emocional está na ideia de controle das emoções.

Enquanto a agilidade emocional parte da premissa de que devemos experimentar todo tipo de emoção, sem tentar as controlar, o modelo da inteligência emocional de Daniel Goleman (que é o mais conhecido) tem o autocontrole emocional entre os 12 domínios necessários para desenvolver esse tipo de inteligência. 

Lembrando que Goleman define a inteligência emocional como a capacidade de um indivíduo de gerenciar as próprias emoções, expressando-as de forma apropriada e eficaz.

>>> Leia também: 5 atividades de psicologia positiva comprovadas para melhorar o bem-estar

Quem criou o termo “agilidade emocional”

O termo “agilidade emocional” foi criado pelas psicólogas, coachs e pesquisadoras Susan David e Christina Congleton, a partir das experiências com clientes. Ele foi usado pela primeira vez em artigo publicado na Harvard Business Review (HBR), em novembro de 2013. 

Três anos mais tarde as conclusões desse artigo seriam ampliadas por Susan David no livro “Agilidade Emocional: abra sua mente, aceite as mudanças e prospere no trabalho e na vida”. 

A interferência da agilidade emocional na atuação profissional

O artigo de David e Congleton explica como a agilidade emocional pode interferir de forma positiva na atuação profissional. 

Ela auxilia profissionais a se libertarem de padrões rígidos de comportamento que são prejudiciais no crescimento da carreira. Exemplos comuns são pensar que vai fazer papel de bobo ao propor uma nova ideia, de que não vai dar conta de assumir um papel de gestão por causa da timidez ou de que é uma fraude apesar do reconhecimento dos colegas. 

Esses padrões paralisam a pessoa, ou seja, a mantêm em um estado de rigidez emocional. Aceitar que esses pensamentos e sentimentos negativos existem ajuda a tomar melhores decisões, a manejar o estresse e a melhorar a performance. 

>>> Leia também: O que é gestão de emoções e como aplicá-la no dia a dia

Como desenvolver a agilidade emocional

Toda pessoa pode desenvolver agilidade emocional. Para isso, ela deve seguir quatro movimentos essenciais: 

1. Olhar de frente 

Enfrente de forma voluntária seus pensamentos, emoções e comportamentos, sendo gentil consigo mesmo. 

Tenha em mente que o que você está sentindo pode ser apropriado à situação que está vivendo ou ser um resquício de uma experiência negativa do passado, que não tem influência direta nesse momento. 

Ambos os casos fazem parte daquilo que você é. Lembre-se de que é possível trabalhar com eles e seguir em frente. 

O movimento de olhar de frente implica reconhecer os padrões emocionais, em outras palavras, os momentos em que você se prende a determinadas emoções e pensamentos. 

2. Afastar-se 

É preciso enxergar pensamentos e emoções pelo que eles são: pensamentos e emoções apenas. 

Assim você cria o espaço necessário entre a emoção e a ação para planejar a resposta mais adequada a determinada situação. 

Uma boa estratégia para colocar esse movimento em prática é dar nome aos sentimentos. 

3. Ser coerente com seus motivos 

Depois de categorizar seus pensamentos e emoções, será mais fácil ter uma visão de longo prazo sobre seus objetivos pessoais e profissionais. Esse distanciamento ajuda a pensar em novas maneiras de alcançá-los, sem que seus valores sejam desrespeitados.

Se você ainda não consegue verbalizar com clareza que valores são esses, a lista abaixo vai te ajudar a identificá-los: 

  • Abertura ao desconhecido 
  • Amizade 
  • Autenticidade 
  • Autoconhecimento 
  • Autonomia 
  • Autoridade 
  • Aventura 
  • Compaixão 
  • Confiança 
  • Conforto 
  • Conhecimento 
  • Contribuição 
  • Cooperação 
  • Cortesia 
  • Crescimento 
  • Criatividade 
  • Cuidado 
  • Desafio 
  • Dever 
  • Diversão 
  • Estabilidade 
  • Família 
  • Generosidade 
  • Honestidade 
  • Humildade 
  • Humor 
  • Integridade 
  • Justiça 
  • Lazer 
  • Maestria 
  • Moderação 
  • Mudança 
  • Não conformidade 
  • Ordem 
  • Paixão 
  • Perdão 
  • Poder 
  • Popularidade 
  • Pragmatismo 
  • Prestatividade 
  • Propósito 
  • Racionalidade 
  • Realização 
  • Responsabilidade 
  • Riqueza 
  • Risco 
  • Saúde 
  • Segurança 
  • Simplicidade 
  • Tolerância 
  • Trabalho 
  • Tradição 

A lista acima vai te ajudar a tomar decisões em situações que desafiam os valores que são importantes para você. 

Antes de se decidir, reflita se as suas ações vão ajudar você e sua organização no curto e longo prazo – ao mesmo tempo que estão alinhadas com o que você acredita e com seus objetivos de vida.

4. Seguir em frente 

Tomada a decisão, hora de agir. Não precisa ser uma ação grandiosa, o importante é não se manter em um estado de paralisia. 

Pequenas mudanças no seu comportamento do dia a dia podem fazer toda a diferença numa perspectiva de longo prazo. 

Propor uma ideia em uma reunião semanal, chamar o seu gestor para um feedback ou assumir um novo projeto são exemplos de pequenas atitudes que te aproximam dos seus objetivos. 

É importante buscar um equilíbrio entre os desafios diários e nossas competências para nos sentirmos estimulados a seguir em frente. 

>>> Leia também: O modelo PERMA e a relação com o bem-estar

Avalie a sua agilidade emocional

Você viu os movimentos necessários para desenvolver sua agilidade emocional, mas como saber o nível da sua habilidade hoje? 

Susan David e Christina Congleton propõem o seguinte exercício: 

  1. Escolha uma situação desafiadora do seu trabalho, como receber um feedback negativo ou pedir um aumento. 
  2. Identifique um pensamento que sempre aparece nesse tipo de situação. Dois exemplos são “meu gestor não confia em mim” ou “não contribui o suficiente para merecer um aumento”. 
  3. Pergunte-se: “Até que ponto eu evito esse pensamento, tentando fazer com que ele desapareça?” Sempre? De vez em quando? Ou nunca? 
  4. Depois calcule quanto tempo esse pensamento te consome. Você costuma ficar imerso nele? 
  5. Identifique o sentimento que essa situação evoca. É raiva, tristeza, medo, vergonha ou outra coisa? 
  6. Pergunte-se mais uma vez: “Até que ponto eu evito ou tento ignorar esse sentimento? Eu fico muito tempo pensando nele?”

Dependendo das suas respostas, as autoras indicam algumas estratégias: 

  • Para quem costuma evitar pensamentos e sentimentos: perceba quando eles surgem e avalie seu estado emocional no decorrer do dia. Assim fica mais fácil aceitá-los e identificá-los. 
  • Para quem costuma passar muito tempo preso a esses pensamentos e sentimentos: respire profundamente por 10 vezes, pelo menos, perceba o seu ambiente e categorize-os como pensamentos e sentimentos. 
  • Para quem alterna entre as duas respostas: descubra quais são os seus padrões. Preste atenção em quais pensamentos e sentimentos você evita e em quais você fica imerso. Assim você pode usar a estratégia mais adequada para cada tipo de situação. 

Finalizado o exercício, você pode planejar a ação que vai tomar, dependendo das opções disponíveis e dos seus valores. 

>>> Leia também: O Modelo SPIRE e as 5 dimensões do bem-estar

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Sobre o autor

Olívia Baldissera

Olívia Baldissera

Jornalista e historiadora. É analista de conteúdo da Pós PUCPR Digital.

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