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Yuval Noah Harari

5 livros para entender o futuro da humanidade

Por Olívia Baldissera   | 

Prever o futuro é algo fascinante, em especial quando tentamos imaginar o que acontecerá com a humanidade nos próximos cem anos. A ciência, inclusive, conta com uma área multidisciplinar específica para estudar isso, a futurologia.

Cientistas e intelectuais se debruçam sobre o tema para tentar entender o que acontecerá com o ser humano do ponto de vista da tecnologia, da medicina e da sociedade.

Confira neste artigo 5 livros que o ajudarão a entender o futuro da humanidade.

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1. Pálido ponto azul: uma visão do futuro da humanidade no espaço

Carl Sagan, 1994

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Desde o início da Guerra Fria, quando Estados Unidos e União Soviética reservavam um orçamento milionário para levar o homem à lua, muitas pessoas se perguntam por que gastar fortunas em viagens espaciais se há tantos problemas na Terra.

Para o astrônomo Carl Sagan, o conhecimento adquirido nos programas espaciais pode significar a sobrevivência do ser humano quando os recursos do planeta estiverem se esgotando. O futuro da humanidade estaria na conquista do espaço.

Em "Pálido Ponto Azul", o cientista traz reflexões sobre como as descobertas científicas mudaram a percepção antropocêntrica que tínhamos do universo. O título é inspirado na fotografia homônima da Terra, tirada em 1990 pela sonda Voyager 1. Este é considerado o melhor livro de divulgação científica escrito por Carl Sagan.

2. A Física do Futuro: como a ciência moldará o destino humano e o nosso cotidiano

Michio Kaku, 2011

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Em que estágio o desenvolvimento da ciência estará em 2100? O físico e futurologista Michio Kaku tenta responder a esta pergunta, a partir de 300 entrevistas com cientistas do mundo inteiro.

O livro é dividido em períodos e áreas do conhecimento, como a computação, a inteligência artificial e a medicina. O autor separa as hipóteses que não passam de ficção científica das previsões que têm chances reais de acontecerem.

Algumas das previsões selecionadas por Michio Kaku são lentes de contato conectadas à internet, carros autônomos e a cura de doenças genéticas por meio da medicina molecular.

3. Homo Deus: uma breve história do amanhã

Yuval Noah Harari, 2015

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Depois de explorar 75 mil anos do percurso evolutivo da espécie humana, Yuval Harari, professor convidado da Pós PUCPR Digital, se debruça sobre o futuro da humanidade em "Homo Deus". A tese central do livro é da transformação da natureza humana no século 21, a partir da desconexão entre a inteligência e a consciência.

Os dados que produzimos todos os dias estarão no centro deste processo. Máquinas criadas pelo homem hoje são mais eficientes em reunir e analisar informações, como a ferramenta de busca da Google e o Facebook.

Yuval Harari acredita que, em breve, organizações e não os indivíduos determinarão o futuro da humanidade, por meio de algoritmos que dizem o que devemos sentir, pensar e fazer.

O historiador fala ainda de uma nova religião, o dataísmo. Os dados seriam a única fonte verdadeira de valor. O ser humano será aquilo que fornece para as máquinas para ter seus problemas resolvidos. Dessa forma, a humanidade não deixará de ser um acumulado de pontos de informação.

4. Tecnologia versus Humanidade: o confronto futuro entre a Máquina e o Homem

Gerd Keonhard, 2017

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O futurólogo Gerd Leonhard acredita que as mudanças tecnológicas mudarão a essência da humanidade e da vida no planeta. Neste manifesto, o autor questiona como usar a tecnologia em favor da humanidade sem que o ser humano perca sua identidade.

A princípio, a automação, a internet das coisas e as alterações no DNA parecem benéficos ao homem. Mas a tecnologia não tem algo indispensável para o futuro da humanidade: a ética na hora de tomar decisões.

5. 21 Lições para o Século 21

Yuval Noah Harari, 2018

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A obra traz as principais ideias de de artigos e palestras proferidas por Yuval Harari sobre questões contemporâneas. O historiador aborda o nacionalismo, as mudanças climáticas, a imigração, a violência e a pós-verdade, só para citar alguns temas.

Em entrevistas, o historiador conta que o objetivo de "21 Lições Para o Século 21" é mostrar como as perspectivas de longo prazo de seus livros anteriores dão clareza aos debates políticos atuais. A obra, aliás, inspirou a superclass exclusiva de Yuval Noah Harari na Pós PUCPR Digital. 

O livro concentra-se no futuro da humanidade mais imediato, em um mundo onde informações irrelevantes são produzidas em massa. Clareza se tornou sinônimo de poder e, hoje, a censura se baseia em inundar a sociedade com desinformação e distrações.

Para Yuval Harari, se o seu livro conseguir fazer com que algumas pessoas participem do debate sobre o futuro da humanidade, ele terá cumprido sua missão. 

As "21 lições para o século 21" são:

  1. Desilusão - o fim da história foi adiado: segundo Yuval Harari, ao longo do século XX três narrativas foram suficientes para explicar o passado e o futuro, o fascismo, o comunismo e o liberalismo. Este último foi o vencedor do trio, mas hoje está em crise. Os ideais liberais não são mais suficientes para sobreviver em um mundo que foi completamente transformado pela tecnologia, o que deixa as pessoas inseguras e assustadas.
  2. Trabalho - quando você crescer, talvez não tenha um emprego: pela primeira vez na história da humanidade, a automação pode representar uma onda de desemprego em massa, graças aos avanços da Inteligência Artificial (IA). As pessoas terão que se acostumar a aprender novas habilidades e a se reinventar ao longo da vida se não quiserem fazer parte de uma nova classe social, a dos “inúteis”.
  3. Liberdade – Big Data está vigiando você: hoje os algoritmos já nos ajudam a escolher qual filme assistir ou que influenciador seguir no Instagram. No futuro, confiaremos mais neles do que em nossos sentimentos para tomar decisões, inclusive na resolução de dilemas éticos.
  4. Igualdade – os donos dos dados são os donos do futuro: se governos não tomarem uma medida desde já para regulamentar a posse e uso dos dados, os donos das organizações que os coletam hoje concentrarão em suas mãos a riqueza e o poder global. Além da desigualdade social e econômica, uma desigualdade biológica pode surgir com os avanços da biotecnologia.
  5. Comunidade – os humanos tem corpos: o processo de globalização prometeu um mundo sem fronteiras e maior igualdade social. No entanto, as pessoas nunca se sentiram tão sozinhas. O senso de comunidade da humanidade está fragilizado e, para Yuval Harari, as redes sociais são as principais responsáveis disso.
  6. Civilização - só existe uma civilização no mundo: apesar do subtítulo do capítulo, Harari aborda o fenômeno do "choque de civilizações", representado principalmente pelo embate de valores ocidentais e orientais. Para o autor, o radicalismo cresceu nos últimos anos por conseguir se comunicar com os anseios dos jovens, desiludidos com o futuro.
  7. Nacionalismo - problemas globais exigem respostas globais: temos assistido o crescimento de um nacionalismo extremo nos 5 continentes. Além da xenofobia, Harari se pergunta se um país isolado conseguiria resolver o problema da poluição e das mudanças climáticas. Apesar de não estar presente no capítulo, podemos levantar a mesma dúvida sobre a pandemia de Covid-19.
  8. Religião - Deus agora serve à nação: para Yuval Harari, a religião não é a resposta para as principais questões políticas e sociais do mundo. A religiosidade em si não é um problema, o perigo está na manipulação de preceitos religiosos para justificar atos que vão contra os direitos humanos.
  9. Imigração - algumas culturas talvez sejam melhores que outras: a questão dos refugiados marca o século 21. O aumento da imigração para países da Europa, seja pela guerra ou pela estabilidade financeira, gerou ondas de xenofobia pelo continente. Para Yuval Harari, se os europeus não forem capazes de aceitar as diferenças culturais, veremos cenas de histeria coletiva.
  10. Terrorismo - não entre em pânico: o terrorismo é uma estratégia adotada por pessoas que têm pouco poder e que nunca poderiam entrar em uma guerra e vencer. Os terroristas promovem o pavor de propósito para controlar a situação.
  11. Guerra – nunca subestime a estupidez humana: o risco de uma nova guerra mundial é o tema deste capítulo. Yuval Harari explica que, se em 1914 e 1939 entrar em uma guerra trazia vantagens econômicas, hoje o conflito não é mais lucrativo. Ainda, ele representa um suicídio em massa desde a invenção da bomba atômica.
  12. Humildade - você não é o centro do mundo: assim como ouvimos constantemente que não somos o centro do universo, uma nação precisa lembrar que ela tampouco o é. Um país também precisa de humildade, ainda mais se quiser evitar uma guerra.
  13. Deus - não tomarás o nome de Deus em vão: a humanidade deve parar de usar o nome de Deus para alimentar preconceitos e segregações. Além disso, para Yuval Harari, não precisamos seguir uma religião específica para sermos éticos e amarmos o próximo.
  14. Secularismo - tenha consciência de sua sombra: exercitar a moralidade também é um valor secularista.
  15. Ignorância - você sabe menos do que pensa que sabe: as pessoas devem aceitar que não conhecem a história do próprio país nem o que está acontecendo no mundo. Alcançar a verdade absoluta é impossível.
  16. Justiça - nosso senso de justiça pode estar desatualizado: assim como devemos questionar nossas certezas, devemos analisar nosso senso de justiça. Uma situação pode parecer justa ou injusta dependendo da forma que você a interpreta.
  17. Pós-verdade - algumas fake news duram para sempre: apesar de fazerem parte da história da humanidade, as fake news ganharam força nos últimos anos. Elas iniciaram um fenômeno chamado de "pós-verdade", caracterizado pela influência das crenças pessoais e opiniões nos fatos objetivos.
  18. Ficção científica - o futuro não é o que você vê nos filmes: o futuro da humanidade pode e deve ser influenciado pela ficção científica. Para Harari, ela nos ajudará a entender questões tecnológicas que enfrentamos no presente e a criar um mundo baseado no que idealizamos para o futuro.
  19. Educação - a mudança é a única constante: se não sabemos quais profissões existirão no futuro, como iremos educar as próximas gerações? Para Yuval Harari, as crianças precisam ser ensinadas hoje a lidar com a quantidade de informações que tem à disposição, além de desenvolverem a resiliência.
  20. Sentido – a vida não é uma história: apesar do que estamos acostumados a pensar, nossas vidas não tem um destino nem uma trajetória bem definida. O autoconhecimento é necessário para construir seu próprio sentido de vida.
  21. Meditação - apenas observe: Yuval Noah Harari encerra "21 Lições para o Século 21" compartilhando suas experiências pessoais com a meditação Vipassana. A prática o ajudou no autoconhecimento.

Já sabe qual livro você irá ler primeiro?

Sobre o autor

Olívia Baldissera

Olívia Baldissera

Jornalista e historiadora. É analista de conteúdo da Pós PUCPR Digital.

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