Quase 70% dos gestores da área de TI das empresas planejam adotar alguma forma de computação em nuvem nos próximos anos, segundo levantamento de 2019 da Veritas. Para chegar a esta conclusão, foram entrevistados 1645 especialistas em cloud em diferentes países do mundo, inclusive no Brasil.
Os gestores ainda contaram sobre o estado atual da migração para cloud computing no local em que trabalham. Quase metade das organizações têm uma infraestrutura de TI dividida entre nuvem pública e on premises, ou seja, em data centers instalados dentro da empresa.
Mas 75% dos entrevistados desejam que a maioria das aplicações e armazenamento de dados sejam alocados na nuvem pública.
A tarefa exige profissionais de TI capacitados em migração para cloud computing. Eles serão bastante requisitados no mercado de trabalho para atender a crescente demanda das organizações.
Neste artigo, você irá aprender o conceito de cloud computing e quando vale a pena iniciar um processo de migração para a nuvem.
Qual o conceito de cloud computing?
O conceito de cloud computing é “um modelo que habilita o uso sob demanda da rede e o acesso a uma série de recursos computacionais compartilhados, que podem ser rapidamente provisionados e liberados com o mínimo de esforço de gestão ou de interação com o fornecedor do serviço”, segundo o National Institute of Standards and Technology (NIST).
Em resumo, o cloud computing é um serviço de computação sob demanda realizado pela internet. As empresas substituem data centers e servidores físicos pela integração à nuvem.
As empresas pagam por serviços de tecnologia como armazenamento, bancos de dados e capacidade computacional conforme a necessidade.
De uma forma geral, o cloud computing funciona a partir de um conjunto de servidores interligados, localizados na empresa que presta o serviço de nuvem.
Estes dispositivos são ajustados para atender as necessidades do cliente, como capacidade de processamento, espaço, memória e banda. O ajuste é instantâneo e não é necessário instalar novos hardwares nem softwares.
A nuvem pode ser pública, privada ou híbrida, dependendo da solicitação do cliente. As diferenças entre elas são:
- Nuvem pública: os recursos do cloud são acessados via internet. Os dados do cliente são armazenados na infraestrutura do provedor do serviço de nuvem.
- Nuvem privada: os dados e serviços são gerenciados pela própria empresa, que tem controle sobre a infraestrutura.
- Nuvem híbrida: une as características da nuvem pública e da privada. O fornecedor do serviço de nuvem pode ser o mesmo.
A escolha entre cada um dos tipos de nuvem depende da sensibilidade dos dados e aplicativos, das certificações exigidas e da legislação vigente para o setor do cliente.
Os principais serviços de cloud computing são:
- Infraestrutura como serviço (IaaS): os componentes básicos de TI são acessados na nuvem, como sistemas operacionais, redes, aplicativos e bancos de dados. As plataformas mais conhecidas são a Amazon Web Services (AWS) e a Microsoft Azure.
- Plataforma como serviço (PaaS): este tipo de computação em nuvem oferece uma estrutura pronta de plataforma que pode ser adaptada de acordo com as necessidades da empresa. Dois exemplos de PaaS são a Heroku e a SalesForce.
- Software como serviço (SaaS): voltado ao usuário final, como um e-mail ou um serviço de streaming. É um produto completo, executado e gerenciado na nuvem pelo provedor do SaaS. Alguns exemplos de SaaS: Netflix, DropBox, Adobe, LinkedIn.
A decisão por fazer a migração ou não, qual tipo de nuvem e qual serviço de cloud computing adotar dentro de uma empresa geralmente é tomado por um gestor que ocupa uma posição estratégica.
Um exemplo de tomador de decisão é o arquiteto de software, profissional de TI capacitado na elaboração e execução de projetos de tecnologia. Saiba mais sobre o mercado e o salário de um arquiteto de software.
Como surgiu o cloud computing
O termo "cloud computing" surgiu em 1997, durante uma palestra acadêmica do matemático e engenheiro Ramnath K. Chellappa, mas a ideia de recursos computacionais compartilhados remonta a 1961.
Neste ano, o cientista da computação John McCarthy, que ficaria conhecido por inventar outro termo bastante usado hoje, "inteligência artificial", proferiu um discurso no Massachusetts Institute of Technology (MIT) em que propôs o conceito de computação por tempo compartilhado.
Ele defendia que um computador poderia ser usado por dois ou mais usuários ao mesmo tempo. No mesmo evento, McCarthy afirmou que a computação deveria ser vista como um serviço de utilidade pública, assim como a água, a luz e o telefone.
No ano seguinte, o psicólogo e cientista da computação J. C. R. Licklider apresentou a ideia da criação de uma “Rede Intergaláctica de Computadores”, semelhante à ideia de internet.
7 benefícios da nuvem para as empresas
Depois de conhecer os 7 benefícios do cloud computing para as empresas, você irá entender por que o movimento de migração para a nuvem é global.
1. Economia de custo
Manter os servidores físicos na sede da organização exige investimentos altos em instalação, configuração e até em um potente sistema de refrigeração, o que no final do mês aumenta os custos de energia elétrica.
Na computação em nuvem, a empresa paga apenas pelo serviço que utiliza, sem ter que instalar hardwares dispendiosos.
Isso permite que os recursos que seriam destinados à manutenção da infraestrutura de TI sejam redirecionados a outros segmentos da empresa.
2. Escalabilidade
Dependendo da demanda, o cliente pode aumentar ou diminuir a capacidade da máquina de forma simples, em poucos cliques. É uma ótima solução para problemas sazonais de picos de acessos.
3. Agilidade
A implantação de novos recursos de TI pela nuvem é mais ágil. O cliente tem à disposição novos servidores em instantes.
4. Suporte 24h
O cloud computing garante a disponibilidade do serviço 24 horas por dia. No caso de um servidor falhar, os aplicativos demais informações são transferidos para outro dispositivo disponível.
5. Armazenamento ilimitado
O espaço de armazenamento na nuvem é oferecido sob demanda. Quando o cliente precisar de um banco de dados maior, basta solicitar pela plataforma do fornecedor.
6. Backup
Realizar backups de dados valiosos na nuvem é mais prático e ágil do que em um dispositivo físico.
7. Facilidade de acesso
A partir da nuvem, o cliente poderá acessar os dados necessários de onde estiver, desde que esteja conectado à internet.
Quando vale a pena fazer a migração para cloud computing?
Não existe uma resposta definitiva para esta pergunta, mas alguns fatores precisam ser considerados. E tenha em mente que a migração para cloud computing é um processo que exige bastante planejamento e estratégia, para não prejudicar a operação da empresa.
- Quando a empresa precisa de mobilidade operacional: em mundo onde o home office tem sido cada vez mais comum, o cloud computing se mostrou uma solução para colaboradores terem acesso a arquivos e softwares indispensáveis para as operações de uma organização.
- Quando o seu servidor estiver no fim do ciclo de vida: a renovação do hardware geralmente envolve custos altos, não só pelo equipamento em si, mas na mão de obra da instalação e manutenção. Neste momento, o cloud computing significa uma economia nas despesas, pois o contrato é mensal e sob demanda.
- Quando a empresa tem picos de uso sazonais, mas paga por servidores a mais que não usa ao longo do ano: Como o serviço de nuvem é pago de acordo com o uso, a empresa não precisa arcar com uma infraestrutura computacional que permanece ociosa por meses.
- Quando a empresa fizer grandes atualizações ou criar novas aplicações: este é o momento de migrar para o cloud computing, pois a atualização poderá ser incluída no processo de mudança da infraestrutura.
- Quando a empresa não consegue garantir a segurança dos dados: a cibersegurança é um dos maiores desafios atuais das organizações. Serviços de nuvem dão mais uma camada de proeção para as informações, por meio de gerenciamento e monitoramento de acessos e criptografia de dados.
- Quando toda a concorrência já fez a migração para o cloud computing: se a maioria dos players do seu segmento já adotaram a nuvem, é sinal de que a empresa precisa pelo menos considerar esta possibilidade, nem que seja para perceber de que não é o melhor momento para fazer a migração.
Como migrar para a nuvem: os passos principais
Sua empresa decidiu adotar o cloud computing? Confira quais são os principais passos de migração para a nuvem:
- Faça um levantamento do que será migrado para a nuvem. Lembre-se de que a migração não precisa ser feita de uma só vez, você pode definir prioridades entre os setores da empresa.
- Estabeleça as etapas da migração para cloud computing. Tenha em mente de que a mudança para a nuvem exigirá testes, análise, identificação e solução de problemas. A mesma rotina de uma tarefa de TI se aplica aqui.
- Defina o melhor tipo de nuvem para sua empresa: privado ou público.
- Faça um orçamento entre os principais fornecedores de cloud computing. Os mais conhecidos são AWS, Microsoft Azure e Google Cloud, mas existem vários disponíveis no mercado. Eles devem oferecer, no mínimo, backup, criptografia e garantias em situações de falência ou venda.
- Faça um plano de integração do cloud computing. Defina como os colaboradores da empresa acessarão os dados na nuvem, bem como quem poderá editar, criar e visualizar documentos. Caso a migração para a nuvem seja parcial, preveja a integração entre informações locais com o servidor remoto.
- Realize testes de segurança e de desempenho em um ambiente controlado e com informações menos sensíveis.
- Realize treinamentos focados nas funcionalidades do cloud computing com todos os colaboradores. Assim todas as equipes ficarão cientes das boas práticas e orientações de segurança após a migração para a nuvem.
Lembre-se de que cada organização tem um histórico de investimento em TI que precisa ser considerado, por isso o passo a passo descrito acima pode não ser adequado para todos os projetos de migração para cloud computing. O profissional de TI que souber aliar o contexto da organização e os conhecimentos técnicos sairá na frente para atender as demandas atuais do mercado.
Para alcançar este patamar, é preciso estudar e se especializar. A pós-graduação prepara um profissional de TI para lidar com o cloud computing e ainda adquirir conhecimento para ocupar cargos de gestão.
É o caso do curso de Arquitetura de Software, Ciência de Dados e Cybersecurity da Pós PUCPR Digital. As aulas são 100% online e em primeira pessoa, com professores referência em suas áreas de atuação.