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Operações Legais, Legal Operations ou Legal Ops. Seja qual for o nome que você escolher, a área é considerada fundamental para a inovação nos departamentos jurídicos e escritórios de advocacia.
A edição de 2021 do Legal Department Operations (LDO) Index , realizado pela Thomson Reuters desde 2017, mostrou um aumento rápido no número de organizações que contam com uma equipe totalmente dedicada às operações legais.
80% dos departamentos jurídicos que participaram da pesquisa responderam que têm um time de Legal Operations exclusivo. Em 2017, eram 56%.
Os pesquisadores da Thomson Reuters entrevistaram 1.500 representantes de departamentos jurídicos de empresas de pequeno, moderado, médio e grande porte para chegar a essa conclusão. Também incluíram no levantamento uma pesquisa com 100 respondentes conduzida em junho de 2021.
A tendência é que um número cada vez maior de organizações invista na criação de uma área exclusiva de Legal Ops, inclusive no Brasil.
Novas oportunidades devem surgir – e não apenas para advogados e bacharéis em Direito. Por ser multidisciplinar, profissionais de tecnologia, finanças, engenharia e análise de dados podem trabalhar com Legal Operations.
Mas você sabe quais competências precisa desenvolver para atuar na área? É o que você vai ver por aqui.
Confira:
Legal Operations é um conjunto de processos, atividades e profissionais que possibilitam aos departamentos jurídicos atenderem seus clientes de forma mais efetiva, por meio da aplicação de boas práticas de negócios e de tecnologia na entrega de serviços legais.
A área é responsável pelo planejamento estratégico, gestão financeira, gestão de projetos e conhecimento tecnológico, permitindo que os advogados foquem no aconselhamento legal dos clientes. Ela não realiza atividades jurídicas em si.
Essa é a definição do Corporate Legal Operations Consortium (CLOC), uma comunidade global de experts do meio jurídico.
O professor convidado da Pós PUCPR Digital e associado do CLOC, Paulo Silva, define Legal Operations como “um modelo de gestão de departamentos jurídicos ou de escritórios”.
O professor convidado da Pós PUCPR Digital Paulo Silva explicou em podcast o que é e as responsabilidades da área de legal ops.
Na edição 49 do Direito 4.0 Podcast , o advogado e controller jurídico explicou que o profissional de Operações Legais deve entender o departamento/escritório de maneira sistêmica.
Ele deve ter como foco:
O profissional deve ter claro quais são as operações que fazem parte do dia a dia do departamento antes de selecionar as ferramentas de Legal Operations.
Para Silva, um escritório de médio porte já deve contar com uma estrutura exclusivamente dedicada ao Legal Ops. Ela é fundamental para o desenvolvimento do negócio.
Quem vai trabalhar nesse setor não precisa ter formação jurídica. Nos Estados Unidos, por exemplo, as lideranças em Legal Operations de Big Techs como Amazon e Facebook são engenheiros.
No Brasil, os heads de Legal Ops geralmente são advogados que vêm da Controladoria Jurídica. São profissionais mais ligados à gestão do que à prática.
“Uma equipe de Legal Ops não precisa ser jurídica. Ela pode contar com profissionais com outras skills, como da área de engenharia, de processos, da administração e da contabilidade. São essas skills que trazem ao departamento a ideia de eficiência e de resultados.”
À primeira vista, pode parecer que Legal Operations e Controladoria Jurídica têm a mesma função. Mas as áreas têm responsabilidades bem diferentes.
A Controladoria Jurídica tem a função de monitorar provisões, prazos, rotinas e informações sensíveis sobre o que é demandado contra o cliente. O foco é a gestão interna do negócio.
Os controllers geralmente são advogados, bacharéis e estagiários de Direito.
Já as Legal Operations têm como função a análise sistêmica de todo o fluxo de operações internas para um departamento jurídico ou escritório funcionar, como a gestão de pessoas, tecnologia e análises financeiras. O foco é a eficiência.
A equipe de operadores é multidisciplinar.
O CLOC estabeleceu 12 competências que profissionais de Legal Operations devem ter como referência para garantir que um departamento jurídico ou escritório alcance maturidade na gestão de negócios.
Cada organização deve identificar as competências exigidas para ser sustentável, de acordo com os objetivos, oportunidades e recursos.
O nível de maturidade das Operações Legais é avaliado a partir dos recursos, escopo de trabalho e nível de experiência da equipe.
As 12 competências do Legal Operations são:
Objetivo: tomar decisões com base em dados.
Atividades de Legal Operations:
Objetivo: maximizar recursos e chegar à sustentabilidade financeira do negócio.
Atividades de Legal Operations:
Objetivo: estabelecer um relacionamento com os fornecedores que entregue valor.
Atividades de Legal Operations:
Objetivo: estabelecer políticas de informação que estejam alinhadas ao negócio e minimizem riscos.
Atividades de Legal Operations:
Objetivo: criar uma cultura de compartilhamento, ajuda mútua e documentação dos processos em toda a organização.
Atividades de Legal Operations:
Objetivo: criar uma cultura organizacional que motive as equipes, além de estimular o autodesenvolvimento.
Atividades de Legal Operations:
Objetivo: permitir que o time legal foque nas operações de prática.
Atividades de Legal Operations:
Objetivo: lançar e apoiar programas e iniciativas especiais.
Atividades de Legal Operations:
Objetivo: criar um ecossistema de fornecedores que possibilite entregas mais eficientes e a menores custos.
Atividades de Legal Operations:
Objetivo: definir metas estratégicas e prioridades que estejam alinhadas aos objetivos de negócio.
Atividades de Legal Operations:
Objetivo: inovar, automatizar e solucionar problemas com tecnologia.
Atividades de Legal Operations:
Objetivo: oferecer treinamento e capacitação para a equipe.
Atividades de Legal Operations:
Todo setor de uma empresa tem uma liderança – e com as Operações Legais não seria diferente.
O líder da área é o Chief Legal Operations Officer (CLOO), responsável por implementar e acompanhar o desenvolvimento das 12 competências listadas pelo CLOC.
O profissional que ocupa o cargo de CLOO deve ter uma visão multidisciplinar para lidar com orçamentos, dados, tecnologia, comunicação e recursos humanos.
Podemos dizer que o CLOO garante que os advogados tenham que se preocupar apenas com a prática jurídica.
O Legal Operations é recente no Brasil, mas já é possível encontrar vagas exclusivas para essa área.
Uma ressalva que o professor convidado da Pós PUCPR Digital Paulo Silva fez no Direito 4.0 Podcast é a falta de disciplinas de gestão na graduação em Direito.
Por isso, quem tem formação na área e deseja trabalhar com Operações Legis deve investir em uma especialização.
No curso Legal Operations: Dados, Inteligência Artificial e Alta Performance Jurídica da Pós PUCPR Digital , você vai aprender a usar os dados de forma ética para inovar no seu dia a dia, além de conhecer ferramentas de automação que otimizam a performance em departamentos jurídicos.
A especialização é indicada não só para advogados, mas também para administradores, cientistas de dados, desenvolvedores e demais profissionais com diploma de Ensino Superior que desejam trabalhar com Legal Ops.
As aulas são 100% online e o curso é reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC).
Paulo Silva é professor da disciplina “Legal Operations: Alta Performance, Ferramentas e Automação Jurídica”. Outros profissionais referência que integram o corpo docente são:
Com a leitura deste artigo, você conheceu uma área do Direito repleta de oportunidades para profissionais das mais diferentes formações.
O Legal Operations promete dar mais eficiência, agilidade e escalabilidade aos processos de um departamento jurídico ou escritório de advocacia.
Para alcançar esse objetivo, quem trabalha com Operações Legais deve seguir as 12 competências do CLOC. Elas reúnem uma série de boas práticas para o sucesso de um negócio.
Também é preciso investir em conhecimento para se destacar na área e, um dia, alcançar o cargo de Chief Legal Operations Officer (CLOO) e liderar o seu próprio time.
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Por okleina
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