Livros de Autoconhecimento: conheça 3 indicações de Mariana Ferrão, especialista em bem-estar

Num mundo que exige respostas rápidas, mergulhar no silêncio lento do autoconhecimento pode parecer um luxo. Mas a verdade é que é justamente essa exploração interior que fortalece nossa capacidade de viver com propósito. 

Mariana Ferrão, jornalista especialista em bem-estar e professora da Pós PUCPR Digital, sabe bem disso. 

Em suas palestras e projetos, ela convida as pessoas a desvendarem as próprias camadas, usando ferramentas que vão desde a meditação até a reflexão literária. 

Neste artigo, reunimos três indicações de livros citados por ela na masterclass Autoconhecimento e Identidade: caminhos para o bem-estar, que você pode assistir gratuitamente nesta página. 

Boa leitura! 

1. Livro do Desassossego, Bernardo Soares 

Assinado por um dos heterônimos mais introspectivos de Fernando Pessoa, o Livro do Desassossego é uma obra fragmentária que mergulha nas profundezas da subjetividade humana. 

Através de reflexões poéticas, e muitas vezes melancólicas, explora a natureza fluida da identidade, questionando a consistência do "eu" ao longo do tempo. 

Em um dos trechos destacados por Mariana Ferrão na aula aberta, o narrador se surpreende ao reler um texto escrito por si mesmo em francês, língua que, anos depois, ele já não domina com a mesma maestria. 

Esse episódio simboliza a estranheza de reconhecer versões de nós mesmos que parecem pertencer a um outro absoluto, como descreve o autor. 

Segundo Mariana Ferrão, a obra não apenas expõe a fragilidade da identidade, mas também convida o leitor a se reconciliar com suas próprias contradições, transformando o desassossego em um caminho de aceitação e autodescoberta. 

Para ela, esse livro é um farol para quem deseja navegar além das certezas superficiais e encontrar beleza na impermanência de ser. 

2. Tao Te Ching, Lao Tsé 

Atribuído ao sábio chinês Lao Tsé, o Tao Te Ching (ou O Livro do Caminho e da Virtude) é um clássico da filosofia taoísta que explora a harmonia entre o ser humano e o fluxo natural da vida. 

Com aforismos poéticos e paradoxais, a obra defende conceitos como wu wei (ação sem esforço), a simplicidade e a importância do vazio ilustrado pela famosa metáfora do vaso, que só é útil por seu espaço oco. 

Na masterclass, Mariana Ferrão destaca justamente essa imagem para falar sobre autoconhecimento: assim como o vaso, nossa essência verdadeira reside no que não é visível, mas que estrutura tudo. 

Ao citar a obra, ela convida o público a buscar o silêncio e a contemplação como ferramentas para acessar a sabedoria interior, lembrando que, no vazio, encontramos o potencial para nos reinventar. 

Para a professora da Pós PUCPR Digital, o livro é um guia atemporal para quem deseja equilibrar ação e serenidade, encontrando sentido na simplicidade. 

3. International Handbook of Quality of Life, vários autores 

O International Handbook of Quality of Life é uma obra acadêmica que reúne pesquisas multidisciplinares sobre bem-estar, abordando desde fundamentos psicológicos até indicadores sociais de uma vida plena. 

Na aula aberta, Mariana Ferrão destaca o capítulo A mente do guerreiro feliz: eudaimonia, maravilhamento e a busca por uma vida de significado, que explora como experiências de deslumbre podem "reorganizar" nosso pensamento, criando novas estruturas internas de significado. 

Os autores vinculam esse estado de maravilhamento à eudaimonia, conceito grego que define felicidade como uma vida alinhada ao propósito, não apenas ao prazer imediato. 

Mariana relaciona essas descobertas à jornada de autoconhecimento, enfatizando que buscar ativamente emoções positivas (como gratidão ou admiração) é tão vital quanto cuidar da saúde física. 

Para ela, a obra é um convite a priorizar experiências que nos conectem com o que é maior que nós mesmos, transformando o bem-estar em uma prática intencional e profundamente humana. 

Como você pode ver, os livros indicados por Mariana Ferrão oferecem caminhos complementares para quem deseja se aventurar no autoconhecimento. 

Juntos, eles mostram que o bem-estar duradouro nasce da coragem de explorar quem somos nas nossas contradições, silêncios e conexões com o mundo.