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Saúde Mental e Neurociência

Mariana Ferrão: “Não temos que pedir desculpas por nos emocionarmos”

Por Olívia Baldissera   | 

Se emocionar não é fraqueza, mas um privilégio, pois nos permite avançar na busca por um sentido para nossas vidas.

Essa foi uma das reflexões compartilhadas por Mariana Ferrão na live “Bem-Estar, Vida Leve e Resiliência”, realizada no Instagram da Pós PUCPR Digital. A conversa foi conduzida pelo coordenador do curso Vida Saudável, Atividade Física e Bem-Estar, Murilo Karasinski.

Conhecida por ter apresentado o programa “Bem-Estar" da Rede Globo, Mariana Ferrão é CEO da Soul.Me, consultoria de saúde e bem-estar, e é referência nacional em saúde emocional.

Além de comentar pesquisas e boas práticas, a jornalista contou histórias que nos fazem repensar a relação entre valores, trabalho e sentido de vida.

Aqui você vai ver as principais ideias compartilhadas por Mariana Ferrão. O conteúdo foi adaptado para facilitar a leitura, seguindo o formato de perguntas e respostas.

Confira:

  1. Como ser coerente com os próprios valores e realista com os desafios diários do trabalho?
  2. Como mudar a percepção de que se emocionar é sinal de fraqueza?
  3. Como entender o que é sagrado para mim?
  4. Quais técnicas podemos usar para pedir ajuda?
  5. Como podemos cuidar dos outros sem que deixemos de nos cuidar?
  6. Quais são os sinais de que vivemos em uma sociedade adoecida?
  7. Como lidar com a ilusão de que ser multitarefas é sinônimo de produtividade?
  8. Qual é o sentido da vida?
  9. Toda pessoa pode ter bem-estar?

Você também pode assistir à live “Bem-Estar, Vida Leve e Resiliência” na íntegra no Instagram da Pós PUCPR Digital:

 

Resumo das reflexões sobre a busca de sentido na vida

  • A busca de sentido na vida é algo muito individual e subjetivo. Não existe uma resposta única que sirva para todos. O ideal seria que as pessoas aprendessem a refletir sobre o que dá sentido à vida já na infância.
  • A separação entre a pessoa que você é no trabalho e fora dele é um mito que a pandemia desconstruiu.
  • Sentir e ter consciência das emoções é um privilégio, não deveria ser visto como sinal de fraqueza.
  • Antes de cuidar de outras pessoas, precisamos nos cuidar. O autocuidado não deve gerar um sentimento de culpa, mas ser um estímulo para ser um ser humano melhor.
  • Toda pessoa pode ter bem-estar, pois se trata de uma habilidade que pode ser desenvolvida.

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Como ser coerente com os próprios valores e realista com os desafios diários do trabalho?

Mariana Ferrão: Nós não fomos ensinados a criar um sentido para nossa vida quando éramos criança. Nós chegamos ao mundo e parece que esse sentido é dado. Poucas pessoas perguntam “o que eu vim fazer no mundo?” de forma consistente e verdadeira. Isso é algo que deveria ser estudado, pois precisamos de ferramentas para fazer essa pergunta.

É mais fácil nos indagarmos sobre isso quando somos crianças. Às vezes, quando nos fazemos essa pergunta quando passamos dos 40 anos de idade, fica a sensação: "Será que dá tempo de começar a mudar tudo para ser quem eu vim ser?”.

Existe um grande desafio nesse contexto. Primeiro, precisamos perceber os momentos em que não somos nós mesmos, quando algo viola nossos princípios ou quando não somos coerentes com nossas verdades internas. Termos essa consciência já é um grande passo.

Mas ela é difícil de ser alcançada quando consideramos “normais” algumas coisas que não deveriam ser naturalizadas, como, por exemplo, a separação das emoções do trabalho.

Essa divisão era bastante exigida antes da pandemia. A crise sanitária despertou o questionamento de que não há essa separação. Somos seres integrais dentro e fora casa, até porque hoje muitas vezes o trabalho está presente no ambiente doméstico.

Quando sou facilitadora de rodas de conversa e workshops, muitas vezes as pessoas pedem desculpa por se emocionarem. Mas elas não têm que pedir perdão.

Ser emocional é um privilégio. Quantos animais têm consciência das próprias emoções e podem falar sobre elas?

Como mudar a percepção de que se emocionar é sinal de fraqueza?

Mariana Ferrão: Esse é um grande estigma que deve ser extinto de uma vez por todas. Desde quando “fraquejar” é sinônimo de “se emocionar”? Eu diria o contrário. Os fracos são aqueles que não têm coragem de se emocionar.

Do ponto de vista da comunicação, para fazer com que uma informação chegue às outras pessoas, é preciso que falemos algo que toque o nosso coração. Quanto mais conseguimos falar sobre aquilo que é verdadeiramente nosso, mais aquilo vai tocar o coração das outras pessoas.

É maravilhoso um professor poder se emocionar e dizer para os alunos que o assunto da aula o toca profundamente, por ser um conteúdo que ele aprendeu com o avô quando era criança. A turma vai adorar essa história e conhecer um pouco mais do professor.

Uma informação que tem impacto emocional é muito mais intensa em nosso cérebro do que um conteúdo que estudamos sem sentir emoção alguma. Memorizamos muito mais o que mexe conosco do ponto de vista emocional.

Então deveríamos usar isso para nos comunicar de uma maneira mais efetiva e, assim, fazer com que as pessoas guardem as informações que gostaríamos que compreendessem.

Como entender o que é sagrado para mim?

Mariana Ferrão: O filósofo Mircea Eliade já dizia que “o sagrado é a função de dar sentido”. Freud também falava sobre como construímos as narrativas sobre o que passamos. Por exemplo, qual a narrativa que vamos criar sobre essa conversa? Qual foi o sentido dessa live?

A busca pelo sentido, pelo significado, é algo muito importante na vida. Quando algo tem sentido, fazemos as coisas com mais vontade. Mas a busca é individual, o que é sagrado para uns não é sagrado para outros.

Um problema da contemporaneidade [levantado pelo coordenador Murilo Karasinski e comentado em seguida pela professora convidada da Pós PUCPR Digital] é a quantidade de coisas que temos que dar conta diariamente, que nos tira a capacidade de refletir e perceber o quão abençoados somos por estar em nossas plenas faculdades físicas, intelectuais e emocionais.

Isso não é de graça, é algo precioso. Mas só damos valor quando perdemos. E, quando estamos em um estado de exaustão, é natural olharmos para a metade do copo que está vazia. Será que olhar para metade que está cheia não vai me dar mais um respiro? Será que não vai fazer eu pensar que vou ter mais um dia para dar conta? E não há problema algum em pedir ajuda.

Quais técnicas podemos usar para pedir ajuda?

Mariana Ferrão: As pessoas são orgulhosas, em especial as mulheres, que acreditam que precisam dar conta de tudo e fazer tudo sozinhas. Assim acabamos adoecendo, por isso construir uma rede de apoio é muito importante.

Essa rede não vai aparecer de uma hora para outra, ela precisa ser ensinada. Por exemplo, se você sentir que está correndo o risco de desenvolver uma síndrome de burnout, ligue para pessoas próximas e combine palavras mágicas.

Se essas palavras mágicas forem enviadas no WhatsApp, a pessoa deve ligar imediatamente para verificar o que está acontecendo e ir até sua casa para te fazer companhia.

É importante deixar isso combinado, pois quando estamos em um momento de exaustão total não conseguimos explicar o que está acontecendo.

Como podemos cuidar dos outros sem que deixemos de nos cuidar?

Mariana Ferrão: A Soul.Me organiza algumas rodas de conversa abertas e gratuitas sobre síndrome de burnout e saúde mental, por serem os grandes temas do pós-pandemia. A ideia é que as pessoas possam falar sobre esse assunto, serem ouvidas e entenderem que não estão sozinhas em seu sofrimento.

Do ponto de vista da saúde mental, quando eu sinto pertencimento ao grupo, ou seja, quando eu sei que o meu sofrimento não é só meu, mas que outras pessoas o compartilham, ele se dilui um pouco. A sensação da solidão, de que só você está sofrendo, agrava os casos de transtornos mentais como a depressão.

Uma vez, em uma dessas rodas de conversa, fizemos uma palestra sobre síndrome de Burnout. Uma das participantes era uma médica que contou que às vezes pensa em ter um câncer, por que só assim se sentiria autorizada a ser cuidada por alguém.

Há um grande número de profissionais da saúde que não se cuidam nem do ponto de vista físico nem emocional. E isso só piorou com a pandemia, por ser o momento em que se sentiram mais exigidos pelo chamado da profissão. Eles ainda passaram por um estresse brutal, com falta de recursos e leitos.

A história da médica mostra o grau de adoecimento da sociedade. A pessoa não se sente autorizada para falar que precisa de uma pausa para descansar.

Precisamos aprender a perceber o momento de parar, porque, além de fazer mal para nós mesmos, corremos o risco de prejudicar as pessoas que atendemos.

Quais são os sinais de que vivemos em uma sociedade adoecida?

Mariana Ferrão: O primeiro sinal é que estamos desconectados da nossa natureza e do mundo à nossa volta. Daí buscamos conexões pelas redes sociais, mas não é nelas que vamos encontrá-las. É preciso se desligar delas para se conectar consigo mesmo.

Entendermos que fazemos parte da natureza é o primeiro passo para não adoecermos. E aí precisamos repensar no conceito de saúde. Para saber como está o seu estado de saúde, os povos originários orientam perguntar para si mesmo: há quanto tempo eu não danço? E canto? Como anda minha relação com o silêncio?

Cantar e dançar se refere a qualquer expressão artística, como desenho, fotografia ou escrita. O ser humano precisa se expressar para ter conexão consigo mesmo, enquanto silêncio serve para lembrar de quem você é. Se você não consegue ficar em silêncio, é um sinal de alerta.

Outro sinal é a perda de presença. Tentamos fazer várias coisas ao mesmo tempo e, no final do dia, sentimos que não fizemos nada bem feito. Isso é natural, pois pulamos de atividade em atividade, sem estarmos presentes de corpo e alma em momento algum.

É só observarmos a natureza, nada produz o tempo inteiro. Existe um tempo para plantar, para a semente germinar, para colher os frutos... Isso pode levar anos, até décadas. Se o que eu faço não existe na natureza, temos mais um sinal de alerta.

Como lidar com a ilusão de que ser multitarefas é sinônimo de produtividade?

No livro “A Cabala do Dinheiro”, Nilton Bonder escreveu uma frase interessante: “melhor fazer nada do que transformar algo em nada”.

Quando trabalhamos com mil abas abertas, transformamos o que estamos fazendo em nada, pois não estamos concentrados no momento presente. Quando sentimos que não estamos produtivos, temos que nos dar um tempo.

Também é preciso adaptar o sistema. Se a pessoa está dentro de uma empresa que é mais rigorosa e precisa bater cartão, é necessário existir a compreensão de que, às vezes, ela vai produzir muito e, em outras, vai produzir menos. Isso não pode ser um problema para a empresa.

A ideia não é deixar de entregar o que deve ser feito, mas otimizar os momentos do dia. Quando você não se sentir produtivo, foque em tarefas burocráticas, que não exigem muita criatividade ou concentração. Ou até tirar um tempo para meditar.

Permita-se observar a si mesmo e tomar atitudes de acordo com o seu momento.

Qual é o sentido da vida?

Mariana Ferrão: A resposta para essa pergunta é algo muito individual e às vezes precisamos que outra pessoa indique que algo dá sentido para nossas vidas. Ela funciona como um espelho, que diz: “Seus olhos brilham quando você fala sobre esse assunto, siga por esse caminho”.

Às vezes conseguimos perceber sozinhos. As batidas de nosso coração mudam de ritmo, falamos de uma forma mais empolgada...

Para mim, o que dá sentido para a vida é estar com quem você ama e se conectar com ela. É um momento mágico, que precisamos estar dispostos a enxergar e reconhecer.

Lidar com a finitude também faz parte da equação. Precisamos ter consciência de que a morte é algo presente em nossas vidas e tê-la como uma conselheira. Ela nos mostra a urgência de fazermos o que tem sentido para nós mesmos antes que a vida se encerre.

Toda pessoa pode ter bem-estar?

Mariana Ferrão: O bem-estar é uma habilidade que toda pessoa pode treinar. Existem várias técnicas de Psicologia Positiva para isso, mas o mais importante é ter consciência de que somos os grandes responsáveis por nossa saúde e bem-estar.

É comum delegar essas questões a um médico, a um medicamento específico, à empresa, ao governo ou ao cônjuge, como se isso bastasse para resolver o problema. Mas se a pessoa não se cuidar, não se responsabilizar por seguir um tratamento, ela não conseguirá alcançar o bem-estar.

Esse estado tem como pilares básicos a alimentação, o sono, a atividade física e as emoções positivas. O ideal é mudar os hábitos aos poucos, começando pelo que você considera mais fácil.

Na alimentação, por exemplo, em vez de seguir uma dieta restritiva, é possível incluir alguns alimentos considerados mais saudáveis. Comer um pouco mais de frutas e legumes no dia a dia e, aos poucos, modificar os hábitos alimentares.

A sensação do autocuidado é um grande estímulo para fazer mudanças no estilo de vida.

O coordenador do curso Vida Saudável, Atividade Física e Bem-Estar, Murilo Karasinski, e a professora convidada da Pós PUCPR Digital, Mariana Ferrão, em live no Instagram.O coordenador do curso Vida Saudável, Atividade Física e Bem-Estar, Murilo Karasinski, e a professora convidada da Pós PUCPR Digital, Mariana Ferrão, em live no Instagram.

Comece sua jornada de autoconhecimento com quem é referência

Achou as reflexões de Mariana Ferrão sobre a busca por sentido de vida inspiradoras?

Você pode continuar essa jornada de autoconhecimento na Pós PUCPR Digital. Mariana Ferrão é professora convidada do curso Vida Saudável, Atividade Física e Bem-Estar, que tem como objetivo ajudar você a desenvolver estratégias para cuidar da sua saúde física e mental.

A jornalista é responsável pelo módulo “Bem-Estar é Uma Habilidade!”, em que ensina a desenvolver a capacidade de sentir-se bem dentro da realidade de cada um, facilitando assim a tomada de decisões que levem à qualidade de vida.

As aulas são 100% online. Ao final do curso, você recebe um certificado de especialista reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC).

Preencha o formulário para baixar o guia do curso Vida Saudável, Atividade Física e Bem-Estar:

 

11 livros para refletir sobre o sentido da vida

Ao longo da live “Bem-Estar, Vida Leve e Resiliência”, a professora convidada da Pós PUCPR Digital Mariana Ferrão e o coordenador do curso Vida Saudável, Atividade Física e Bem-Estar, Murilo Karasinki, citaram alguns livros que ajudam a refletir sobre o sentida da vida.

Conheça os títulos para incluir na sua biblioteca:

1. “Não aguento não aguentar mais”, de Anne Helen Petersen

Capa do livro "Não aguento não aguentar mais", de Anne Helen Petersen

A jornalista norte-americana Anne Helen Petersen analisa a cultura do Burnout e a estrutura social na qual os millenials, as pessoas nascidas entre 1981 e 1996, foram criados.

A autora combina a abordagem sócio-histórica com entrevistas para desconstruir os mitos sobre essa geração, mostrando como a síndrome de Burnout está presente em todos os aspectos da vida.

2. “O demônio do meio-dia", de Andrew Solomon

Capa do livro "O demônio do meio-dia", de Andrew Solomon.

O jornalista Andrew Solomon parte das próprias experiências para construir um retrato da doença do século, a depressão.

O autor combina relatos pessoais, depoimentos de quem sofre com o transtorno mental e opiniões de especialistas para desconstruir mitos, discutir questões éticas e mostrar o impacto da depressão na sociedade contemporânea.

"O demônio do meio-dia" se tornou leitura obrigatória quando o assunto é depressão para leigos e profissionais da saúde.

3. “O ócio criativo”, de Domenico de Masi

Capa do livro "O ócio criativo", de Domenico de Masi.

O livro é uma entrevista do sociólogo Domenico de Masi à jornalista Maria Serena Palieri. Na conversa, o pensador italiano discute temas como tempo livre, criatividade e trabalho, explorando as transformações da sociedade pós-industrial.

De Masi analisa o modelo social elaborado pelos Estados Unidos, baseado na idolatria ao trabalho, ao livre mercado e à competitividade. A partir dessa crítica ele propõe o conceito de ócio criativo, um estado de plenitude do indivíduo caracterizado marcado pela simultaneidade entre lazer, aprendizagem e trabalho.

Domenico de Masi é professor convidado do curso Inteligência Espiritual, Carreira e Sentido da Vida da Pós PUCPR Digital.

4. “Modernidade líquida”, de Zygmunt Bauman

Capa do livro "Modernidade líquida", de Zygmunt Bauman.

A modernidade é caracterizada pela fluidez e dinamicidade, suplantando uma realidade que antes era “sólida”. Essa passagem trouxe mudanças profundas em todos os aspectos da vida humana, que são detalhadas na obra indicada pelo coordenador Murilo Karasinki para refletirmos sobre a contemporaneidade.

5. “A cabala do dinheiro”, de Nilton Bonder

Capa do livro "A cabala do dinheiro", de Nilton Bonder.

No segundo livro da trilogia iniciada por “A cabala da comida”, o rabino Nilton Bonder riscute os reflexos da riqueza nas dimensões da emoção, da afetividade e da espiritualidade.

O livro propõe uma análise da nossa relação espiritual com os bens materiais. Para o autor, o ser humano tem a missão de combater a escassez, tanto aquela que ameaça o lar quanto a que causa sofrimentos no mundo.

6. “A condição humana”, de Hannah Arendt

Capa do livro "A condição humana", de Hannah Arendt.

O livro foi mencionado na live por causa do conceito de “vida ativa” da filósofa Hannah Arendt. A pensadora explica que a vida ativa depende do desenvolvimento de três condições fundamentais para a vida humana:

  1. Vida: tem como condição o produzir, termo que se refere aos processos biológicos do corpo humano e às necessidades de sobrevivência;
  2. Mundanidade: tem como condição o trabalhar, as atividades que o ser humano realiza para controlar a natureza;
  3. Pluralidade: tem como condição a ação, que é um conjunto de atividades que diferencia as pessoas umas das outras.

7. “Ética a Nicômaco”, de Aristóteles

Capa do livro "Ética a Nicômaco", de Aristóteles.

Principal obra de Aristóteles sobre Ética. O filósofo grego discorre sobre a conceituação e a investigação dos elementos fundamentais da ciência do caráter e dos costumes.

8. “O caminho do artista”, de Julia Cameron

Capa do livro "O caminho do artista", de Julia Cameron.

O livro reúne exercícios, reflexões e ferramentas para ajudar o leitor a lidar com bloqueios criativos e a recuperar a autoconfiança. A proposta de Julia Cameron é desmistificar a ideia de que o processo criativo é algo sofrido e extenuante.

9. “O último sopro de vida”, de Paul Kalanithi

Capa do livro "O último sopro de vida", de Paul Kalanithi.

O neurocirurgião Paul Kalanithi narra a trajetória do próprio tratamento contra um câncer incurável, descrevendo as seguintes etapas: a descoberta da doença, a esperança de uma possível remissão, a incerteza quanto ao futuro, a decisão de se tornar pai, a consciência do fim, a angústia de se despedir da vida antes da hora.

“O último sopro de vida” se propõe a despertar no leitor a seguinte pergunta: o que faz a vida valer a pena?

10. “As intermitências da morte”, de José Saramago

Capa do livro "As intermitências da morte", de José Saramago.

Essa indicação é uma obra de ficção. O Nobel da Literatura José Saramago imagina o que aconteceria se a morte resolvesse abandonar o ofício após séculos sendo temida pela humanidade.

O acontecimento incomum, que a princípio parece uma benção, logo expõe as intrincadas relações entre Igreja, Estado e a vida cotidiana.

11. “A solidão dos moribundos”, de Norbert Elias

Capa do livro "A solidão dos moribundos", de Norbert Elias.

Neste ensaio, o sociólogo Norbert Elias explora o tabu da morte no Ocidente e a dificuldade que temos de lidar com a finitude da vida.

O autor foca na reação das pessoas diante do ato de morrer, mostrando que, na sociedade contemporânea, a morte tornou-se mais asséptica e a solidão dos moribundos aumentou. Para Elias, os vivos não conseguem demonstrar-lhes afeto justamente no momento mais necessário.

Sobre o autor

Olívia Baldissera

Olívia Baldissera

Jornalista e historiadora. É analista de conteúdo da Pós PUCPR Digital.

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