

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit
Acompanhe
Fazer o diagnóstico de TEA (Transtorno do Espectro Autista) ainda é um grande desafio, marcado por longas filas de espera, alto custo de exames complementares e atraso no início das intervenções.
Nesse cenário, surge o Earlipoint, um sistema baseado em rastreamento ocular (eye tracking) que promete revolucionar a forma como identificamos o autismo em crianças pequenas.
Embora já aprovado pelo FDA nos Estados Unidos e em uso crescente em centros clínicos e de pesquisa, o Earlipoint ainda não está disponível no Brasil e não há previsão de quando chegará ao país.
A seguir, você confere a entrevista exclusiva concedida pelo neuropediatra Carlos Gadia para a Semana da Neurociência 2025, evento realizado pela Pós PUCPR Digital e pela Artmed entre os dias 22 e 26 de setembro.
Gadia tem mais de 20 anos de carreira como neurologista pediátrico e atua como professor em universidades nos Estados Unidos. Ele também é professor do curso TEA, TDAH e Inclusão: Saúde, Família e Sociedade da Pós PUCPR Digital.
Gadia falou sobre o funcionamento do Earlipoint e os benefícios que ele traz para o diagnóstico de crianças com TEA. Acompanhe!
Carlos Gadia: Nos Estados Unidos, se um pediatra identifica sinais de risco aos 18 meses, essa criança pode demorar até um ano e meio para conseguir uma consulta com um especialista. Depois disso, há ainda a espera por avaliações psicológicas, que podem levar mais seis meses, além do custo elevado.
Na prática, a criança que apresentou sinais aos 18 meses acaba recebendo diagnóstico perto dos 3 anos e só inicia intervenção por volta dos 4 anos. Isso significa perder mais de dois anos de oportunidades de aprendizado natural, que são fundamentais no desenvolvimento.
Carlos Gadia: O Earlipoint é um sistema que utiliza rastreamento ocular em vídeos curtos apresentados a crianças de 16 a 30 meses. O tablet registra para onde a criança olha em tempo real, 120 vezes por segundo. Crianças típicas tendem a focar nos olhos e nas interações sociais dos vídeos, enquanto crianças dentro do espectro costumam fixar o olhar em objetos.
Os resultados são comparados a um banco de dados de milhares de crianças típicas. Em cerca de 30 a 40 minutos, o médico recebe um relatório detalhado, que mostra inclusive a compatibilidade com escalas de referência como ADOS (padrão ouro) e Mullen (comunicação verbal e não verbal).
Carlos Gadia: O sistema pode reduzir em até dois anos o tempo entre os primeiros sinais e o início da intervenção, algo que nenhum aumento de especialistas conseguiria alcançar.
Além disso, quando mostramos aos pais os vídeos comparativos, onde a criança olha em relação a outras, isso tem um efeito enorme na aceitação do diagnóstico. Pais costumam dizer: “Agora eu entendi, agora eu aceito”.
Esse engajamento familiar é essencial, porque nenhuma intervenção funciona se a família não estiver envolvida.
Carlos Gadia: Ainda não. Atualmente, ele está sendo utilizado principalmente em centros de pesquisa e hospitais nos Estados Unidos. Há cerca de 400 locais aplicando o teste, com milhares de estudos já realizados.
O uso clínico em consultórios privados, como o meu, ainda é restrito porque não há códigos de reembolso aceitos pelos seguros de saúde. Muitas vezes, o exame precisa ser pago pelas famílias.
No Brasil, o Earlipoint não está disponível e não existe previsão de chegada. Isso depende de questões regulatórias, de mercado e da capacidade de produção do equipamento.
Carlos Gadia: De forma alguma. O trabalho dos profissionais de saúde não termina com o diagnóstico de TEA, ele começa com o diagnóstico. O Earlipoint não tira espaço de médicos, psicólogos ou terapeutas; pelo contrário, permite que todos atuem mais cedo. Quanto mais precoce o diagnóstico, mais eficaz é a intervenção.
Carlos Gadia: Até 2026, o sistema deve ser aprovado para crianças até 5 anos e também para monitorar terapias, permitindo avaliações periódicas para medir o impacto das intervenções.
A expectativa é que, no futuro, todo consultório pediátrico tenha um tablet com Earlipoint, substituindo testes de triagem atuais por uma ferramenta diagnóstica rápida, acessível e confiável. Isso será um divisor de águas na história do autismo.
O diagnóstico de TEA (Transtorno do Espectro Autista) é um processo clínico que identifica sinais de autismo em crianças ou adultos. Envolve observação do comportamento, entrevistas com familiares e aplicação de testes padronizados como o ADOS.
O diagnóstico de TEA costuma atrasar por falta de especialistas, alto custo de avaliações e longas filas de espera. Muitas crianças só recebem diagnóstico aos 3 ou 4 anos, perdendo anos críticos de desenvolvimento e intervenção precoce.
O Earlipoint é um sistema aprovado pelo FDA que utiliza rastreamento ocular para auxiliar no diagnóstico de TEA em crianças de 16 a 30 meses. Por meio de vídeos interativos, analisa para onde a criança olha e compara os resultados a um banco de dados de desenvolvimento típico.
O Earlipoint antecipa em até dois anos o início das intervenções, reduzindo o tempo entre os primeiros sinais e o tratamento. Isso pode transformar o prognóstico das crianças, oferecendo mais oportunidades de aprendizado e engajando as famílias na aceitação precoce do diagnóstico.
Não. O Earlipoint está em uso em centros clínicos e de pesquisa nos Estados Unidos, mas ainda não está disponível no Brasil e não há previsão de chegada ao país.
Não. O sistema não substitui médicos, psicólogos ou terapeutas. Ele funciona como uma ferramenta que complementa a avaliação clínica e possibilita que os profissionais iniciem intervenções mais cedo.
Até 2026, o Earlipoint deve ser expandido para crianças até 5 anos e usado também para monitorar terapias. A expectativa é que se torne um recurso comum em consultórios pediátricos, agilizando o diagnóstico de TEA em larga escala.
*Conteúdo produzido com o apoio de IA.
Por Redação
Gostou deste conteúdo? Compartilhe com seus amigos!
Assine a News da Pós para ficar por dentro das novidades
Receba conteúdos sobre:
Formulário enviado com sucesso!