Skip to content

Inovação na Saúde

As 5 maiores inovações tecnológicas na saúde durante a pandemia

Por Olívia Baldissera   | 

A pandemia do novo coronavírus forçou a medicina a se reinventar. Como atender pacientes sem contato físico e, ao mesmo tempo, de forma acolhedora? E como diagnosticar uma doença cujos sintomas ainda estão sendo descobertos?

Estas e outras questões motivaram a realização de uma edição do Prêmio Abril & Dasa de Inovação Médica voltada às soluções no combate à Covid-19.

Os 5 projetos vencedores da premiação aliaram as novas tecnologias à saúde, reforçando a aplicação prática do conceito de Saúde 4.0. 

Confira a seguir as 5 maiores inovações tecnológicas na saúde desenvolvidas durante a pandemia do novo coronavírus.

Inscreva-se na pós-graduação em Saúde 4.0 da Pós PUCPR Digital

1. Rede Inteligência Artificial para Covid-19 no Brasil (IACOV-BR)

Como saber se uma pessoa que contraiu o novo coronavírus desenvolverá um quadro grave da doença e precisará de uma UTI? Ou que ela pode se recuperar apenas se mantendo isolada em casa?

A inovação na saúde está no uso inteligente dos dados coletados no momento da triagem de pacientes em clínicas e hospitais das cinco regiões do país, logo após o resultado positivo para Covid-19. Atualmente, vinte hospitais participam da rede IACOV-BR, contribuindo com a coleta de dados.

Com base no machine learning, pesquisadores da rede Inteligência Artificial para Covid-19 no Brasil (IACOV-BR) desenvolveram algoritmos capazes de predizer como será a evolução do quadro do paciente.

A análise preditiva permite que as redes pública e privada de saúde se preparem para atender uma alta demanda de internamentos, além de oferecer um diagnóstico e um tratamento mais personalizados.

A Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) é a responsável por este projeto de inovação na saúde, realizado em parceria com pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Fundação Oswaldo Cruz do Paraná (FIOCRUZ-PR), Universidade Federal de Goiás (UFG) e Universidade de Brasília (UnB).

O IACOV-BR conta com financiamento da Microsoft, da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.

2. Diagnóstico molecular: OmniLAMP

Os testes em massa na população foram apontados como uma das principais armas no combate à Covid-19 logo no início da pandemia. E também se mostraram um desafio: como testar milhões de indivíduos em pouco tempo?

A resposta veio da aplicação das novas tecnologias na saúde, com um dispositivo portátil e de baixo custo, o OmniLAMP. Ele realiza testes moleculares sem a necessidade de uma estrutura laboratorial, a partir da detecção do material genético do Sars-CoV-2. O equipamento foi projetado para ser usado em consultórios, unidades de saúde, hospitais e empresas.

A inovação do OmniLAMP está no uso do método amplificação isotérmica medida por loop (LAMP, na sigla em inglês), que permite que todo o processamento do teste aconteça em uma mesma temperatura. Não é necessário que o teste da Covid-19 seja realizado em laboratório, além de diminuir o custo de fabricação do dispositivo.

Esta nova tecnologia na saúde já se mostrou um excelente substituto dos exames convencionais RT-PCR. Ela foi desenvolvida em parceria entre o Instituto René Rachou/Fiocruz Minas e a empresa Visuri, com o apoio do Instituto Serrapilheira.

3. Diagnóstico por meio de análise de imagens radiológicas e Inteligência Artificial (IA): RadVid19

Mais uma vez a inteligência artificial mostrou seu potencial de inovação na saúde. Por meio de algoritmos e acesso a um banco de dados com mais de 25 mil tomografias de tórax, a IA auxilia médicos na análise de imagens para identificar casos de Covid-19.

A IA faz a varredura de milhares de tomografias de tórax e, por comparação, indica se a imagem do pulmão de um determinado paciente é compatível com algum quadro de infecção. A tecnologia recebeu o nome de RadVid19 e foi disponibilizada a médicos de todo o país.

O algoritmo também aponta o grau de comprometimento do pulmão, sinalizando se há necessidade ou não de internação – o que faz a diferença entre a vida e a morte para muitos pacientes de Covid-19.

A RadVid19 foi desenvolvida Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Inrad-HCFMUSP), que conta com um núcleo inteiro voltado à inovação tecnológica na saúde.

Saiba mais sobre os benefícios da inteligência artificial na saúde. 

4. Cicloergômetro Vida Inteligente

Segundo dados do projeto Impacto MR, do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), um paciente com Covid-19 passa, em média, 22 dias internados no hospital, doze deles na UTI.

O longo período em uma cama de hospital leva à fraqueza muscular, dores, paralisia dos membros e perda de peso. Se a fisioterapia já é difícil para pacientes lúcidos, como ajudar quem está inconsciente?

A solução está nas novas tecnologias que permitem equipamentos de reabilitação smart, como o Cicloergômetro Vida Inteligente. Parecida com uma mini bicicleta, a máquina funciona a partir da colocação de eletrodos nas pernas dos pacientes.

São as descargas elétricas que estimulam os movimentos, ao gerar contração muscular. Toda a atividade é monitorada por médicos e fisioterapeutas, que têm acesso aos dados para ajustar a intensidade e a duração dos exercícios.

Por enquanto, o Cicloergômetro Vida Inteligente está na fase de prototipagem. Esta inovação tecnológica na saúde é um projeto do Instituto de Medicina Física e Reabilitação (IMREA) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP).

5. Cabines de teleatendimento da SAS Brasil

Fundada em 2013, a ONG Saúde, Alegria e Sustentabilidade Brasil (SAS Brasil) oferece atendimento médico humanizado a comunidades carentes de todo o Brasil. A pandemia do novo coronavírus fez com que a instituição adotasse a telemedicina e o prontuário eletrônico.

Para atender quem tem acesso limitado à internet, a inovação na saúde encontrada pela SAS Brasil foram as cabines de teleatendimento com desinfecção automáticas. Duas foram instaladas na comunidade da Maré, zona norte do Rio de Janeiro, e uma no Jardim Colombo, zona oeste de São Paulo.

Saiba como fazer uma teleconsulta em 7 passos práticos.

A ONG ainda entrega oxímetros na casa de moradores diagnosticados com Covid-19, para que possam monitorar a oxigenação no sangue e, quando necessário, buscar ajuda hospitalar.

A inovação tecnológica já impactou 1 milhão de pessoas até dezembro de 2020 e mostrou como a transformação digital é uma realidade na área da saúde.

Todas estas propostas só foram possíveis graças à aliança entre novas tecnologias e um atendimento humanizado, que compreende as reais necessidades dos pacientes.

Acelere sua carreira com os cursos da Pós PUCPR Digital!

Sobre o autor

Olívia Baldissera

Olívia Baldissera

Jornalista e historiadora. É analista de conteúdo da Pós PUCPR Digital.

Assine nossa newsletter e fique por dentro do nosso conteúdo.