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O que é Saúde 4.0: benefícios, tendências e como se preparar

okleina • 10 de março de 2021

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    A tecnologia se tornou uma aliada da saúde, revolucionado a relação entre médico e paciente e reforçando a importância dos tratamentos inovadores. Com o desenvolvimento constante do setor, é fundamental que os profissionais da área estejam atentos e preparados para as mudanças.

    Se você é um profissional de saúde , certamente já se perguntou sobre o que é Saúde 4.0 ou ouviu o termo em determinado momento. Este conceito tem se tornado cada vez mais popular à medida que determinadas inovações tecnológicas são desenvolvidas e ficam acessíveis para diferentes segmentos.

    Já não é novidade para ninguém que a tecnologia é uma aliada dos seres humanos e, nos últimos anos, se fortaleceu como uma ferramenta indispensável na prevenção e tratamentos de doenças. Além disso, ela também veio para influenciar a prestação de serviço dos hospitais e clínicas, que precisam de otimização.

    Para você ter uma ideia, 85% dos hospitais brasileiros já reconhecem a importância da transformação digital e pretendem investir recursos para aprimorar seus processos e deixá-los mais seguros. Pensam não só na questão financeira, mas também na eficiência e qualidade de atendimento.

    Mas, quais são os principais benefícios da Saúde 4.0 e como esse conceito é aplicado no dia a dia dos profissionais da área? Pensando nisso, preparamos este artigo para refletirmos sobre o tema, suas aplicações e principais características. Você irá aprender:

    Continue a leitura e entenda um pouco mais!

    O que é Saúde 4.0

    A Saúde 4.0 é um modelo que integra a Tecnologia da Informação (TI) com a manufatura e os serviços no setor de saúde. Ele também é chamado de Saúde Digital ou Health 4.0.

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o modelo como:

    "Saúde 4.0 é o campo do conhecimento associado com o desenvolvimento e uso de novas tecnologias para melhorar a saúde. A Saúde 4.0 expande o conceito de e-Saúde para incluir consumidores digitais, abrangendo smart-devices e equipamentos conectados à internet. O conceito também abrange outros usos da tecnologia na saúde, como a Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (IA), Big Data e Robótica."

    Para a entidade internacional, a Saúde 4.0 tem 3 objetivos principais:

    1. Auxiliar na elaboração de políticas públicas de saúde a nível regional e nacional, por meio do uso sustentável, seguro e ético da tecnologia.
    2. Facilitar o trabalho dos profissionais da saúde para garantir o melhor cuidado dos pacientes.
    3. Melhorar a saúde e bem-estar da população em geral, por meio da acessibilidade e equidade.

    Cabe ressaltar que o impacto tecnológico na sociedade é muito mais antigo do que muitos imaginam. Desde a revolução industrial, ocorrida no século XVIII, passamos por constantes alterações de comportamento e produção. Naturalmente, elas influenciam a forma que tratamos nossos doentes e lidamos com o bem estar geral.

    O fato é que, com o advento da tecnologia, tais mudanças se intensificaram e trouxeram processos mais efetivos e automatizados. Isso fez com que a área se tornasse robusta, completa em soluções e próxima das pessoas.

    O conceito de Saúde 4.0 pode ser resumido nesse sentido, pois se baseia na integração entre a Saúde e Tecnologia e nos efeitos gerados. São inúmeros os exemplos desse resultado, mas é interessante fazermos um questionamento: você consegue imaginar a medicina sem determinados recursos, como computador, raio-x ou eletrocardiograma?

    Como podemos perceber, a utilização das ferramentas tecnológicas na área da saúde tornou-se algo comum , como um item complementar ao dia-a-dia e absorvido naturalmente pelos bons profissionais. Eles precisam ser, inclusive, multidisciplinares, além de estarem aptos para lidar com as constantes mudanças do setor.

    A Saúde 4.0 no Brasil

    Os esforços de implementação da Saúde 4.0 no Brasil visam a oferecer o acesso universal à saúde em um país com dimensões continentais. Hoje os atendimentos médicos estão concentrados nos grandes centros urbanos, principalmente nas regiões Sul e Sudeste.

    E nem todos fazem parte de um processo digitalizado. Segundo a Healthcare Information and Management System Society (HIMMS) , somente 9 hospitais no Brasil são considerados 100% digitais, ou seja, que passaram a usar no dia a dia estas tecnologias na saúde:

    • Prontuário eletrônico do paciente (PEP);
    • Sistema integrado com laboratórios e clínicas de exame de imagem;
    • Prescrição de exames informatizados;
    • Disponibilização online de resultados de exames;
    • Uso de imagens digitais, as PACS, no lugar do filme radiográfico;
    • Integração entre todos os departamentos do hospital;
    • Ferramentas de Big Data e BI para tomada de decisão;
    • Construção de uma jornada do paciente digital.  

    Neste sentido, as healthtechs auxiliam clínicas e hospitais a se adequarem ao modelo de Saúde 4.0, oferecendo ferramentas de agendamento de consultas, PEPs e de integração de dados. Existem hoje no Brasil 372 healthtechs, segundo o Distrito Dataminer.

    A adoção das novas tecnologias está mais acelerada na rede privada do que no sistema público de saúde, que não está completamente digitalizado. A iniciativa mais recente é o aplicativo Conecte SUS, que registra a trajetória dos usuários do Sistema Único de Saúde. Também está em discussão no Congresso Nacional uma proposta de lei de digitalização dos prontuários dos pacientes do SUS a nível nacional.

    Em janeiro de 2020, o Ministério da Saúde, em parceria com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTIC), lançou o programa Câmara da Saúde 4.0. O projeto reúne membros das universidades, institutos de pesquisa e iniciativa privada para buscar soluções de IoT voltadas à saúde. Os debates ainda estão em fase inicial.

    Ainda, existem entidades organizadas para democratizar o acesso à Saúde 4.0 no país e ainda capacitar profissionais no uso das novas tecnologias. Dois exemplos são a Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS) e a Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS).

    Como a tecnologia pode ser aplicada na saúde?

    Agora que você entendeu o que é Saúde 4.0, vale comentarmos sobre sua aplicação. Afinal, a tecnologia age a favor da saúde em diversas formas e em diferentes processos, desde a digitalização de um documento a um processo cirúrgico, por exemplo.

    E não precisamos ir muito longe para analisarmos essa questão. A pandemia causada pelo COVID-19, por exemplo, impôs inúmeras mudanças comportamentais. Fortaleceu a telemedicina como estratégia no atendimento aos pacientes , fazendo com que muitos deles não fossem expostos ao ambiente hospitalar.

    A tecnologia influencia, inclusive, na infraestrutura dos hospitais e clínicas, oferecendo materiais de ponta que ajudam no bem estar do paciente. Nesse contexto, é válido relembrarmos a importância das camas de hospitais que sofreram grande evolução e hoje são adaptáveis às condições do usuário, o que torna a recuperação mais confortável.

    A Internet das Coisas (IoT) também veio para permitir a integração entre diferentes dispositivos, pois facilita a anamnese e o tratamento dos pacientes. E dentre tantos outros e mais variados recursos, ainda podemos citar: os marcapassos, os dispositivos de monitoramento de glicose, o oxímetro, as ferramentas de armazenamento de dados e os softwares de gestão.

    Confira outras tecnologias que promoveram a revolução digital nos hospitais e clínicas:

    Cloud computing

    Os softwares médicos integrados à nuvem permitem o uso de prontuários eletrônicos que podem ser acessados em qualquer lugar que esteja conectado à internet. É uma garantia de acesso rápido aos dados do paciente, o que é importantíssimo em casos de emergência.

    O uso do cloud computing em hospitais e clínicas também dá mais agilidade às consultas e assertividade nos diagnósticos, além de representar redução de custos operacionais e maior segurança de dados.

    Big data

    O grande volume de dados gerado dentro de um hospital ou de uma clínica oferece insights preciosos para diagnósticos e tratamentos. O big data auxilia na identificação de sintomas e queixas semelhantes entre indivíduos de um mesmo grupo.

    e-Saúde

    O termo abrange a telemedicina, teleconsultas e telediagnósticos. Todo o tratamento e acompanhamento do paciente é feito à distância, de forma segura e ética sob a orientação do Conselho Federal de Medicina (CFM) .

    É preciso lembrar que o conceito de telemedicina não surgiu com a internet: atendimentos remotos já eram feitos pelo telefone desde o começo do século 20. Mas as novas tecnologias na saúde e a pandemia popularizaram o uso deste recurso.

    Realidade virtual (VR)

    Em um cenário virtual criado por VR, estudantes de medicina e profissionais de saúde podem treinar procedimentos sem colocar pacientes reais em risco.

    Para os pacientes, o VR pode ser usado no tratamento da dor, de fobias e da ansiedade, além de ser um recurso para fisioterapeutas. O software Neuro rehab V R, por exemplo, auxilia na recuperação de pacientes que sofreram um AVC ou trauma espanhol por meio de jogos virtuais que estimulam as funções motoras e sensoriais.

    Impressão 3D

    Uma impressora 3D permite a cópia de objetos tridimensionais. A tecnologia já é usada na impressão de implantes e próteses e, no futuro, deve ser usada para replicar células e tecidos orgânicos.

    Biossensores e rastreadores

    Os dispositivos coletam dados e analisam as condições de saúde de quem os utiliza, facilitando o diagnóstico. Eles podem ser usados no monitoramento de doenças crônicas, rastreamento de substâncias, medição de níveis de oxigênio ou álcool no sangue e análises genéticas.

    Medicina genômica

    Desde que o sequenciamento do genoma humano foi finalizado, em 2000, as análises de DNA são grandes aliadas da medicina. Elas permitem um acompanhamento médico preventivo e um tratamento mais personalizado do paciente.

    Inovação na saúde

    A adoção das novas tecnologias na área médica, especialmente após a Segunda Guerra Mundial, criou um cenário favorável à inovação na saúde. O termo se refere à aplicação de novas ideias, processos e produtos que beneficiam o indivíduo ou a sociedade como um todo.

    A pandemia de Covid-19 evidenciou a urgência de se inovar na área de saúde. No Brasil, pesquisadores e médicos se uniram para buscar soluções que garantissem uma assistência de qualidade e que, ao mesmo tempo, respeitasse o isolamento social. O resultado foi a criação da Rede Inteligência Artificial para Covid-19 no Brasil (IACOV-BR), que se utiliza da base de dados de hospitais e do machine learning para identificar quais pacientes podem desenvolver um quadro mais grave da doença. E este é apenas um exemplo de inovação tecnológica na pandemia. Conheça outros neste artigo.

    O que muda em relação ao cuidado com os pacientes com a Saúde 4.0?

    A tecnologia fez com que os pacientes deixassem o papel de coadjuvantes em seus tratamentos, tornando-se mais ativos e informados sobre suas condições. Além disso, a comunicação com os profissionais da saúde ficou mais clara e efetiva, fortalecendo a importância do atendimento humanizado.

    E o avanço tecnológico ainda trouxe mais segurança e confiança nos processos, fazendo com que muitos atendimentos de rotina ficassem mais simplificados (como a elaboração de uma receita ou acompanhamento de um exame, por exemplo). Como consequência, a relação com o paciente tem sido vista, cada vez mais, como uma via de mão dupla.

    As mudanças que a Saúde 4.0 trouxe na relação com os pacientes sinaliza uma tendência para o futuro da medicina: a centralidade do indivíduo em todo o processo de cuidado.  Descubra quais são as outras tendências de tecnologia na saúde para 2030.  

    Os benefícios da Saúde 4.0 para os profissionais da área

    Para os profissionais da saúde, os impactos também são positivos. A começar pela melhoria nos diagnósticos, que foram aprimorados pelas ferramentas. A tecnologia permitiu um melhor aproveitamento dos equipamentos, ajudou na integração das informações (tão essenciais na análise do histórico do paciente) e fez com que a gestão hospitalar fosse mais eficiente.

    Por isso mesmo, o conceito de Saúde 4.0 possui várias perspectivas e aplicações, que merecem ser observadas. Com um único software, por exemplo, é possível organizar tarefas administrativas, fazer um balanço financeiro da instituição, trabalhar na padronização dos procedimentos e acompanhar a produtividade dos colaboradores. Hoje, um profissional de saúde que esteja adaptado ao uso de novas tecnologias é disputado no mercado de trabalho.

    Como se adaptar às novas tecnologias na saúde?

    Pelo que você leu até aqui, já deu para perceber como a Saúde 4.0 facilita a vida dos profissionais de saúde. Para aproveitar todas as vantagens da aliança entre as novas tecnologias e a medicina, é necessário acompanhar o processo de transformação digital na área. Coloque estas 4 dicas em prática para começar a sua adaptação:

    1. Inclua na rotina o estudo sobre as novas tecnologias e a saúde 4.0. Lembre-se de que o mundo digital está em constante transformação, por isso é preciso ficar atento às novidades e tendências da área.
    2. Saiba o posicionamento e orientação dos conselhos, como o Conselho Federal de Medicina (CFM), o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e o Conselho Federal de Psicologia (CFP), e das associações médicas sobre a Saúde 4.0. Também acompanhe iniciativas como a da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), que presta orientações de como utilizar as novas tecnologias em prol dos pacientes.
    3. Busque cursos e especializações em Saúde 4.0. Será nestes espaços que você aprenderá novas habilidades e conhecerá profissionais que já digitalizaram os procedimentos em seus consultórios, clínicas e hospitais. E uma pós-graduação também traz mais vantagens para a carreira de um profissional de saúde, confira neste artigo.
    4. Saiba que aplicativos e wearables seus pacientes estão usando. Assim você fortalecerá o vínculos e ainda compreenderá a percepção que eles têm da própria saúde.

    Como utilizar a Saúde 4.0 em benefício da carreira?

    Por fim, devemos lembrar de uma questão importante: a tecnologia também veio para ajudar os profissionais que se preocupam com a carreira e querem ter novas experiências ou atualizações. Para tanto, precisam entender que a jornada de aprendizado é constante e que a abertura para novos conhecimentos é fundamental.

    Não há dúvidas de que os profissionais da área da saúde devem estar atentos às alterações tecnológicas do mercado. Afinal, como você pode perceber pelas informações citadas acima, os processos deste setor são aprimorados constantemente e o surgimento de novas ferramentas acontece a todo momento.

    Portanto, além de interesse pela tecnologia, é importante que esses profissionais tenham noções técnicas e acadêmicas para fazer a aplicação correta de seus conhecimentos. Uma especialização, o acompanhamento das novidades, novas experiências, networking… são diversas as ações que vão a favor do profissional e ajudam a dar mais visibilidade a seus currículos.

    Por okleina

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