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A sustentabilidade protagoniza a agenda de governos e de empresas, do mercado financeiro e da sociedade como um todo.
A preocupação com o impacto da atividade humana também já altera a dinâmica do mundo do trabalho, que passa a exigir de organizações e profissionais a capacidade de produzir sem exaurir os recursos naturais que serão necessários para a sobrevivência das próximas gerações.
Mas o que “sustentabilidade” significa de fato?
Mais do que preservar a natureza, o termo engloba uma multidimensionalidade que tem sido discutida por entidades internacionais e pesquisadores nas últimas décadas.
Continue a leitura para conhecer as definições mais bem aceitas de sustentabilidade, além de entender como ela afeta o meio organizacional e o mercado de trabalho.
Sustentabilidade é o suprimento das necessidades do presente sem o comprometimento da capacidade das gerações futuras de satisfazerem as próprias necessidades.
Essa é a definição da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgada em 1987 no relatório “ Our Common Future ” (“Nosso Futuro Comum”, em tradução para o português), também chamado de Relatório Brundtland.
Nessa perspectiva, a sustentabilidade pressupõe um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico, a proteção ambiental e a justiça social. Ela deve ser abordada de forma integrada e global, envolvendo ações coordenadas em níveis local, nacional e internacional.
Esse conceito começou a ser discutido na primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Homem e o Meio Ambiente, a Conferência de Estocolmo. Realizado em junho de 1972, o encontro visava a chamar a atenção internacional para a degradação ambiental e à poluição.
A ONU criou uma comissão exclusiva para o tema em 1983, liderada pela ex-primeira ministra norueguesa e médica Gro Harlem Brundtland. A Comissão Mundial das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento tinha como missão estabelecer padrões de desenvolvimento sustentável par aos países, a partir das pesquisas sobre os impactos da atividade humana no planeta.
O resultado foi a publicação do relatório “Our Common Future”, que falamos por aqui, e o estabelecimento do conceito de “desenvolvimento sustentável”.
Em 2020, uma equipe liderada pelo pesquisador Christoph Rupprecht, então no Research Institute for Humanity and Nature (RIHN), propôs uma expansão para o conceito de sustentabilidade.
No artigo “ Multispecies sustainability ”, publicado no periódico “Global Sustainability” da Universidade de Cambridge, os pesquisadores criticam a visão corrente de que a natureza se trata apenas de um recurso a ser aproveitado pelos seres humanos.
A verdadeira sustentabilidade estaria no respeito as necessidades interdependentes de todas os seres vivos, tanto no presente quanto no futuro. Assim, eles chegaram ao conceito de “ sustentabilidade multiespécies ”:
"Sustentabilidade multiespécie significa atender às necessidades diversas, mutáveis, interdependentes e irredutivelmente inseparáveis de todas as espécies do presente, ao mesmo tempo em que aprimora a capacidade das gerações futuras de atender às suas próprias necessidades.".
Para a equipe de Christoph Rupprecht, é por meio dessa perspectiva que a sociedade vai conseguir implementar um desenvolvimento sustentável real.
O desenvolvimento sustentável é o conjunto de processos e caminhos necessários para se alcançar a sustentabilidade, de acordo com o mesmo Relatório Brundtland:
“[O desenvolvimento sustentável deve ser entendido como] um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender as necessidades e aspirações humanas.”.
É uma proposta de longo prazo, o que implica limitações sobre o uso de recursos ambientais e respeito à capacidade da biosfera de absorver os efeitos das atividades humanas.
O conceito se consolidou no cenário internacional em 1992, no Rio de Janeiro, com a Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), a ECO-92. Os representantes dos países membros se comprometeram a considerar componentes econômicos, ambientais e sociais nas políticas de governo, além de assinarem a Declaração do Rio e a Agenda 21.
Nos anos seguintes, a ONU estabeleceu agendas norteadoras para as ações dos países membros, baseadas na ideia de desenvolvimento sustentável:
Os 17 ODS seriam os caminhos que a sociedade como um todo, no nível global e local, deve percorrer para promover a sustentabilidade. Os 17 ODS são:
Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Divulgação/Nações Unidas Brasil
Para estudiosos do tema, as definições trazidas pelo Relatório Brundtland não contemplam a multidimensionalidade da sustentabilidade, o que dificulta colocar suas ideias em prática e, assim, alcançar os 17 ODS.
O economista Ignacy Sachs propõe desagregar a sustentabilidade em 8 dimensões quantificáveis, que podem passar por intervenções específicas e localizadas:
A proposta do Relatório Brundtland também implica a participação de organizações da iniciativa privada. Para ajudar as empresas a direcionarem suas ações em prol do desenvolvimento sustentável, o sociólogo e fundador da consultoria SustainAbility, John Elkington , elaborou o modelo dos 3 pilares da sustentabilidade – também chamado de “triple bottom line” ou “tripé da sustentabilidade”.
No livro “ Cannibals with forks ” (1997), Elkington definiu e popularizou os pilares da sustentabilidade:
Para Elkington, os pilares devem servir como norteadores das decisões relacionadas à gestão organizacional e à execução de um modelo de negócio. Uma empresa só pode ser considerada lucrativa se funcionar a partir dos 3 pilares.
Podemos analisar a influência da preocupação com a sustentabilidade e com o desenvolvimento sustentável no mundo do trabalho a partir de duas perspectivas, a organizacional e a do indivíduo profissional.
Do ponto de vista organizacional, a mudança mais imediata é a adoção dos preceitos ESG.
O ESG é a sigla para:
O termo ESG foi usado pela primeira vez no estudo “ Who Cares Wins — Connecting Financial Markets to a Changing World ”, realizado pela ONU em 2004 para servir como um guia de sustentabilidade para o mercado financeiro. O documento foi endossado por 20 instituições financeiras, incluindo o Banco do Brasil.
>>> Leia também: O que são os investimentos ESG
Do ponto de vista profissional, o mercado tem exigido outro tipo de habilidades além das socioemocionais. São as green skills, também chamadas de “habilidades verdes”.
O relatório " Global Green Skills 2022 " do LinkedIn mostrou que, no ano passado, pelo menos 10% dos anúncios de vagas na rede social tinham habilidades verdes como pré-requisito. Outra conclusão do documento foi o aumento da participação de “talentos verdes” nas empresas em 38,5% entre 2015 e 2022.
O que seriam essas habilidades verdes?
As green skills são o conhecimento, as competências, os valores e as atitudes necessárias para trabalhar em atividades econômicas que contribuem para a proteção do meio ambiente e para o uso sustentável dos recursos naturais, segundo a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI).
Um profissional que tem green skills domina os seguintes conhecimentos básicos:
As green skills podem ser desenvolvidas por todo profissional em cursos de pós-graduação, um ótimo caminho para quem quer trabalhar com sustentabilidade.
Na Pós PUCPR Digital , são oferecidas 3 especializações para quem quer desenvolver suas green skills:
Outro caminho é investir em cursos rápidos, que tratam sobre questões específicas relacionadas à sustentabilidade. Nesse formato, a Pós PUCPR Digital oferece:
Todas as especializações e cursos rápidos contam com aulas 100% online, ministradas por profissionais referência em suas áreas de atuação.
💡Quer se aprofundar na discussão sobre sustentabilidade? Confira as fontes consultadas e obras mencionadas para este guia do Blog da Pós PUCPR Digital :
Por okleina
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