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A diferença entre um cansaço natural e uma síndrome de burnout é sutil, o que torna ainda mais desafiador saber o momento de buscar ajuda.
Durante a Semana da Saúde Mental: Transtornos da Atualidade, evento organizado pela Artmed e pela Pós PUCPR Digital entre 28 de julho e 1º de agosto de 2025, a psicóloga Mariana Holanda falou sobre a síndrome de burnout no trabalho em uma sessão de perguntas e respostas.
Com mais de 12 anos de experiência na área de Gente, Gestão e Desenvolvimento de Pessoas e Lideranças, Mariana foi a primeira Diretora de Saúde Mental, Diversidade & Inclusão e Bem-Estar da Ambev na América do Sul, onde coordenou ações de promoção de bem-estar entre mais de 30 mil colaboradores.
Sua abordagem sobre o tema vem não apenas da expertise profissional, mas também de sua experiência pessoal com o diagnóstico de burnout.
Mariana Holanda também é professora do curso Saúde Mental e Desenvolvimento Humano da Pós PUCPR Digital.
Confira a seguir um resumo das falas de Mariana Holanda no evento.
"O burnout é uma síndrome, uma doença que tem vínculo direto com o trabalho. Quando fui diagnosticada, perguntei ao meu psiquiatra o que era essa doença, e ele me disse: 'Mari, você tem tudo. Sintomas de ansiedade, sintomas de depressão. É um conjunto de sintomatologias, mas a etiologia desta doença está conectada ao trabalho'", explicou Mariana.
A consultora enfatizou que o burnout não surge da noite para o dia: "Você não dorme e acorda com burnout. O burnout é uma construção, uma escadinha que você vai subindo. Você tem alguns sintomas que, se permanecem ou se você convive com eles constantemente, podem levar a um colapso."
Holanda destacou a importância de observar os sinais físicos que o corpo manifesta: "Nosso corpo fala. As sintomatologias físicas são sinais de estresses emocionais. Não é natural você entrar num ambiente de trabalho e sentir medo, ou ter taquicardia sempre que for ter reunião com determinada pessoa."
Os sintomas podem incluir:
"No meu caso, eu tinha sinais muito claros: baixa imunidade, cortisol elevado nos exames, instabilidades de humor. Mas o gatilho que me fez entender que algo estava errado foi minha primeira crise de pânico dentro de um avião", relatou.
"O burnout está atrelado a situações de vivências de injustiça, toxicidade, abusos e assédios. Por mais que falemos sobre sobrecarga de trabalho, as situações que envolvem abuso de poder e assédio estão completamente conectadas a vivências que podem levar a um colapso", afirmou Holanda.
A psicóloga ressaltou que trabalhamos com pessoas, e as relações são fundamentais.
"Se 100% dos clientes são pessoas, se 100% dos funcionários são pessoas, se você não entende de pessoas, você não entende de negócios. As relações podem nos adoecer dentro do ambiente de trabalho através de comportamentos de intolerância, desonestidade, falta de respeito e agressividade."
Para Mariana Holanda, as empresas ainda estão engatinhando no processo de ajudar profissionais em burnout.
“Ainda há um estigma muito grande sobre autoconhecimento. A responsabilidade de prevenção ao adoecimento no ambiente de trabalho é compartilhada, é do indivíduo e do empregador", explicou.
Ela enfatizou que o autoconhecimento é fundamental: "Sem entrar em contato com autoconhecimento, você não consegue evoluir suas relações. É uma via de mão dupla. Não adianta o líder ter toda habilidade de autoconhecimento se o liderado não entra em contato com esse processo.".
"As intervenções são as mesmas de quadros de depressão e ansiedade, justamente porque o burnout tem sintomatologia que inclui sintomas desses transtornos. Incluem psicoterapia, acompanhamento psiquiátrico, mas sempre conectado com a integralidade da saúde mental", orientou Holanda.
A consultora reforçou a importância da abordagem holística.
"A saúde mental é: o todo é maior do que a soma das partes. Existem muitos fatores que influenciam: trabalho, saúde física, relações, espiritualidade, condições sociais de moradia e segurança."
"É muita terapia", respondeu Holanda com sinceridade.
"É natural se culpar por ter chegado nesse lugar, especialmente mulheres, que já têm a culpa no DNA por questões culturais. Mas as pessoas atingidas pelo burnout normalmente são pessoas que entregam muito resultado, muito comprometidas, que deram sua vida para aquilo."
O processo de cura envolve enfrentar as dificuldades de frente: "Você lida com as dores e traumas falando deles, encarando-os, dissecando-os. Não vai ser passando por cima deles, mas aprofundando neles para ultrapassá-los."
"É muito importante saber nossos direitos. Quando sabemos nossos direitos, somos capazes de lutar por eles. Existe uma instabilidade garantida por lei - o ambiente de trabalho precisa se responsabilizar pelo adoecimento ocupacional", esclareceu Mariana Holanda.
A consultora recomendou construir uma rede de apoio: "Seja uma pessoa do RH, um colega de área, o médico do trabalho, ou um amigo dentro da empresa. Busque informações sobre seus direitos e tenha pessoas do seu lado que te amparem, seja dentro ou fora do trabalho", concluiu.
O cansaço é uma condição natural, enquanto o burnout é uma síndrome ligada ao trabalho, com múltiplos sintomas físicos e emocionais. Ele se desenvolve ao longo do tempo e tem como causa principal o ambiente profissional.
Alguns dos sinais incluem dores musculares, insônia, baixa imunidade, alterações de humor, lapsos de memória, distúrbios hormonais, doenças autoimunes e crises de pânico.
Quando sintomas físicos e emocionais persistem, especialmente ligados ao ambiente de trabalho (como medo, taquicardia, esgotamento), é hora de buscar ajuda médica ou psicológica.
Sim. Vivências de abuso, assédio, injustiça e ambientes tóxicos são fatores comuns que contribuem para o desenvolvimento do burnout.
Segundo Mariana Holanda, ainda não. Muitas empresas estão no início do processo e é necessário que tanto líderes quanto liderados desenvolvam autoconhecimento e corresponsabilidade sobre o bem-estar no trabalho.
Os tratamentos incluem psicoterapia, acompanhamento psiquiátrico e uma abordagem holística da saúde mental, considerando aspectos físicos, emocionais, sociais e espirituais.
Com apoio terapêutico contínuo, enfrentando os traumas de forma consciente, sem negá-los. É comum sentir culpa, especialmente entre mulheres, mas é importante ressignificar essa vivência.
Apesar do medo, é essencial conhecer seus direitos trabalhistas e buscar apoio. Construir uma rede de confiança (RH, colegas, médico do trabalho, amigos) pode ajudar a enfrentar a situação com segurança.
A responsabilidade é compartilhada: cabe às empresas promover ambientes saudáveis e acolhedores, e aos indivíduos desenvolverem autoconhecimento e procurarem apoio quando necessário.
*Conteúdo produzido com o apoio de IA.
Por Redação
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