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Tecnologia

Já podemos falar em uma Web4 ou Web 4.0?

Por Olívia Baldissera   | 

Web 1.0, 2.0, 3.0, 4.0... Você sabe dizer em que estágio nós estamos? 

Os avanços nas tecnologias de realidade estendida (XR) aumentam as possibilidades de entrarmos na Web4 ou Web 4.0. 

Não há um consenso sobre as principais características dessa fase da internet. Aqui, você vai conhecer as principais definições de Web4 e o que esperar no futuro. 

Confira: 

O que é a Web4 ou Web 4.0 
Diferenças entre Web 1.0, Web 2.0, Web 3.0 e Web 4.0 
O que esperar da Web4 
E a Web5 ou Web 5.0? 
Além da Web4: prepare-se para os avanços da tecnologia com quem é referência

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O que é a Web4 ou Web 4.0 

Também chamada de “internet simbiótica”, a Web4 ou Web 4.0 é o estágio de desenvolvimento da internet em que há uma integração entre o mundo físico e o virtual, entre seres humanos e máquinas, o que possibilita experiências mais intuitivas e imersivas. Para isso, são usadas tecnologias como realidade estendida (XR), inteligência artificial, Internet das Coisas (IoT), blockchain e computação de borda.

Por meio dessa simbiose, as máquinas vão aprender com cada interação humana, o que deve facilitar o desenvolvimento de sistemas autônomos e de exploração de conteúdo. Estes serão colaborativos e baseados em IA generativa, que deve ter uma compreensão ainda mais aprimorada de semântica e do contexto do usuário.

Essa é a definição da Comissão Europeia, que em 11 de julho de 2023 implementou uma estratégia para a população, empresas e órgãos públicos da União Europeia se prepararem para as mudanças da Web4.

Atualmente vivemos em um período de transição tecnológica entre a internet bidimensional (2D), que acessamos por meio de smartphones, tablets e notebooks, e a internet tridimensional (3D), com ambientes virtuais que recriam espaços, produtos, processos ou sistemas. Essas réplicas são chamadas de “gêmeos digitais” e devem ser vistas nos próximos anos principalmente em projetos arquitetônicos, urbanísticos e industriais. 

Esses ambientes e gêmeos virtuais são acessados, geralmente, com óculos de realidade mista. Alguns exemplos são o Meta Quest, cuja primeira versão foi lançada em 2019, e o Apple Vision Pro, anunciado em junho de 2023. A tendência é de que, nos próximos anos, seu uso vá além do universo dos games e se expanda para outros setores, como a indústria automobilística e naval, a construção civil e a educação.

Outra definição de Web4 ou Web4.0 é “[a rede] que tem a infraestrutura necessária para se adaptar ao ambiente móvel”. Por isso ela também pode ser chamada de “mobile web”.

Essa rede conectaria todos os dispositivos móveis do mundo físico e virtual em tempo real, o que permitiria aos usuários distribuírem informações independentemente de sua localização. Isso possibilitaria um acesso constante às máquinas, tornando a interação entre seres humanos e robôs cada vez mais simbiótica. 

 

Diferenças entre Web 1.0, Web 2.0, Web 3.0 e Web 4.0 

As principais diferenças entre os estágios da internet são a maior interação cada vez maior entre seres humanos e máquinas, uma maior facilidade na usabilidade e uma possível descentralização em um futuro próximo. 

Web 1.0 (1991-2004) 

O primeiro estágio da internet nasce com a popularização do computador pessoal, em 1991. 

Ela tem como base a proposta de protocolos de Tim Berners-Lee, o criador da World Wide Web (WWW). De forma bem resumida, um protocolo é um conjunto de regras para formatação e processamento de dados. 

Um exemplo bastante conhecido e que usamos até hoje é o Hypertext Transfer Protocol, o famoso HTTP. É ele que permite a comunicação entre um servidor web e um navegador, o que possibilita o acesso a sites, imagens, vídeos e outros conteúdos na internet. 

A Web 1.0 foi marcada pela internet discada, pelos navegadores rudimentares (como o Netscape), pela conexão lenta e pelas páginas estáticas. Havia pouca regulamentação do espaço digital. 

Web 2.0 (2004-) 

A difusão da banda larga deu início à Web 2.0, tendo como marco oficial o ano de 2004. É considerada a fase atual da internet. 

Os primeiros anos desse estágio ficaram caracterizados pela interação entre as pessoas, por meio de fóruns, chats e blogs. Os usuários passaram a criar e compartilhar conteúdo sem precisar dominar ferramentas avançadas. 

Outro avanço da Web 2.0 é o desenvolvimento de aplicativos web que funcionam diretamente nos navegadores, o que acabou com a necessidade de instalar um software no computador. 

É nessa fase que empresas de tecnologia crescem a ponto de serem chamadas de Big Techs, como a Google, a Amazon e o então Facebook. 

Também é o período em que as redes sociais se popularizam e os usuários passam a trocar dados pessoais por comodidade e conteúdo. As informações eram (e ainda são) usadas para personalizar experiências e direcionar anúncios. 

Por muito tempo, essa troca não era transparente. Ainda há um processo de regulamentação para garantir a privacidade dos usuários – aqui no Brasil, por exemplo, temos a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Web 3.0 

A Web 3.0 é uma concepção de internet semântica de Tim Berners-Lee, que defende que tudo o que está online deve se conectar entre si, nos níveis mais puros do dado. 

Hoje os links e as URLs nos dão acesso a documentos, não aos dados em si, o que, na visão de Lee, gera silos de informação. Um exemplo prático: quando atualizamos nosso currículo no LinkedIn com um certificado de pós-graduação, essa informação não é automaticamente inserida em nosso perfil do Instagram, já que as duas redes sociais não estão conectadas. 

A proposta da Web 3.0 é conectar todos os dados para que o usuário tenha que atualizá-las apenas uma vez. Isso resultaria em uma maior precisão das informações que estão online, além de democratizar ainda mais o conhecimento. 

Para isso, seria necessário armazenar todos os dados em um único lugar, chamado por Lee de Solid Pod. Assim como o CPF, cada pessoa teria um WebID único para se identificar e acessar serviços, como se conectar ao TikTok.

Não confunda a Web 3.0 com a Web3, que tem uma proposta diferente para que o usuário tenha controle sobre os próprios dados.

Gavin Wood, idealizador da Web3, propõe uma nova geração da internet baseada em um ambiente digital descentralizado, transparente e seguro para os dados dos usuários. Para isso, seria utilizada a tecnologia blockchain, que tiraria o controle dos dados das Big Techs e passaria aos usuários, por meio de um servidor descentralizado e autogerenciado pela comunidade. 

Com a ajuda de uma espécie de carteira cripto, as pessoas decidiriam quem poderia acessar ou não suas informações pessoais. 

 

 

O que esperar da Web4 

Como as tecnologias XR necessárias para acessar mundos virtuais ainda não se popularizaram, as formas como a Web4 vai alterar o dia a dia das pessoas ainda são bastante especulativas. Mas conhecê-las é importante para se adaptar ao que estar por vir. 

Do ponto de vista de avanços tecnológicos, haverá um número cada vez maior de dispositivos e aplicações de realidade virtual (VR) e aumentada (AR) que possibilitarão experiências 3D aos usuários.

Os serviços da Web4 devem promover uma maior integração entre hardware, software e dados. Esses serviços permitirão aos usuários se conectar a diferentes fontes de dados, processar informações em tempo real e gerar insights para uma tomada de decisão mais bem informada.  

As pessoas também terão acesso a uma maior gama de dispositivos e serviços, como veículos autônomos e assistentes virtuais. Estes devem ser seguros (tanto no quesito segurança física quanto em questões relacionadas à privacidade e segurança da informação), confiáveis, interoperáveis e escaláveis. 

A personalização do conteúdo será ainda mais complexa, baseada nos interesses e preferências dos usuários. Isso deve gerar novas oportunidades de negócios para diferentes setores da economia, em especial o varejo. 

Para que tudo isso seja possível, a Web4 precisa de uma infraestrutura de conectividade de alta performance, que deve combinar redes terrestres (fibra óptica, 5G e 6G) com especiais (satélites). Essas redes que vão permitir a transmissão, armazenamento e processamento de dados. 

E a Web5 ou Web 5.0?

Não sabemos se algum dia chegaremos aos estágios da Web3 ou da Web4, mas já podemos teorizar sobre a Web5 ou Web 5.0.

Ela foi mencionada por Tim Berners-Lee em um TED Talks de 2009. Em 2022, foi a vez de Jack Dorsey, fundador do Twitter, mencionar a Web5 em um post no X (antigo Twitter). Os dois têm conceitos diferentes para o quinto estágio da internet. 

Para Lee, a Web5 seria a “web emocional”, uma espécie de rede interligada em que humanos se comunicariam com máquinas como se estivessem conversando com outras pessoas. Essa interação seria emocional e se tornaria um hábito diário, com a ajuda da neurotecnologia. 

Já para Dorsey, a Web5 seria a verdadeira internet descentralizada. A TBD, subsidiária da Block, estaria desenvolvendo uma plataforma web descentralizada (DWP), que possibilitaria a criação de aplicações web descentralizadas (DWAs) por meio de identificadores (DIDs) e nós descentralizados (DWNs). Essa tecnologia, sim, devolveria o controle sobre a identidade e os dados aos indivíduos.

 

Além da Web4: prepare-se para os avanços da tecnologia com quem é referência 

Não podemos dizer com certeza quando e se a Web3, a Web4 ou a Web5 vão se tornar realidade. 

O que é fato é que o desenvolvimento tecnológico não para. É preciso se preparar para agir nesse contexto de transformações contínuas, aceleradas e imprevisíveis. 

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  • Miguel Nicolelis, Neurocientista apontado pela Revista Scientific American como um dos maiores cientistas da atualidade.
  • Pierre Lévy, filósofo, professor da Universidade de Montreal e CEO da Intlekt Metadata Inc.
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Sobre o autor

Olívia Baldissera

Olívia Baldissera

Jornalista e historiadora, é apaixonada por pesquisa, planejamento e conteúdo. Contribui para o blog da Pós PUCPR Digital desde 2021.

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