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Carreira

Learning agility, a habilidade essencial para se manter relevante no mercado de trabalho

Por Olívia Baldissera   | 

O mundo está em constante mudança, e as empresas precisam de profissionais que possam se adaptar rapidamente a elas. É nesse cenário incerto que devemos recorrer ao learning agility, a habilidade de aprender a partir de novas experiências, lidando com elas de forma flexível e ágil. 

Como toda soft skill, o learning agility não é algo inato, mas uma habilidade que pode ser desenvolvida por toda pessoa. Saiba o que fazer para se tornar um agile learner a seguir: 

O que é learning agility 
Os pilares do learning agility 
Diferença entre learning agility, lifelong learning e lifewide learning 
Como se tornar um agile learner

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O que é learning agility 

Learning agility é a habilidade de lidar com novas experiências de forma flexível e rápida, por meio de testes de novos comportamentos. O resultado dessas tentativas é avaliado e pequenos ajustes são feitos, assim um novo aprendizado será adquirido quando não se sabe o que fazer em situações desconhecidas. 

Essa habilidade ganhou ainda mais importância com a aceleração das mudanças no mercado de trabalho, decorrentes da digitalização e da popularização da inteligência artificial (IA). Para se adaptar ao futuro do trabalho, é preciso ir além da graduação tradicional e continuar aprendendo sempre – seja em espaços formais de ensino, seja em situações do cotidiano.

>>> Leia também: Como desenvolver soft skills em 7 dicas práticas

Os pilares do learning agility 

O learning agility foi estudado pelo psicólogo e professor da Universidade de Columbia (EUA) W. Warner Burke, que identificou 9 características comuns às pessoas que demonstram essa habilidade: 

  1. Flexibilidade: são abertas a novas ideias e propõem novas soluções. 
  2. Rapidez: colocam ideias em prática rapidamente para testá-las e, caso não funcionem, descartá-las, acelerando assim outras possibilidades. 
  3. Experimentação: tentam novos comportamentos (ex.: abordagens e ideias) para determinar qual é mais efetivo. 
  4. Riscos de performance: buscam novas atividades (ex.: tarefas, responsabilidades, papéis) que deem a oportunidade de serem desafiados. 
  5. Risco interpessoal: confrontam as diferenças que têm com outras pessoas com o intuito de aprender e mudar. 
  6. Colaboração: buscam formas de trabalhar com outras pessoas que gerem oportunidades de aprendizado. 
  7. Coleta de informações: usam vários métodos para se manterem atualizados em suas áreas de expertise. 
  8. Busca por feedback: pedem feedbacks sobre as próprias ideias e performance para outras pessoas. 
  9. Reflexão: desaceleram em alguns períodos para fazer uma autoavaliação da própria performance e, assim, serem mais efetivos. 

>>> Leia também: Life Design: projetando uma carreira com propósito

Diferença entre learning agility, lifelong learning e lifewide learning 

Por terem a palavra “learning” no nome, esses três conceitos podem se confundir em algum momento. 

O learning agility é a habilidade de mudar de comportamento para melhorar a capacidade de reconfigurar atividades rapidamente, adaptando-se às mudanças do ambiente e, assim, aprendendo com a experiência. 

Já o lifelong learning é o processo de aprendizagem ao longo da vida, de forma voluntária, proativa e permanente. Ele acontece em ambientes formais de educação, como universidades e centros de treinamento corporativo.

O lifewide learning, por sua vez, é o aprendizado em diferentes espaços e contextos, de forma simultânea. É uma experiência de aprendizagem que vai além da educação formal e que ocorre ao longo da vida de toda pessoa, em qualquer momento cotidiano, independentemente da idade e das circunstâncias.

 

 

Como se tornar um agile learner 

Antes de se desenvolver como agile learner, é importante fazer uma autoavaliação sobre o seu learning agility. Reflita sobre essas perguntas:

Lidando com o novo 

  • Com que frequência eu trabalho em algo pela primeira vez? 
  • Quando eu saí da minha zona de conforto nos últimos três meses? 
  • Como eu reajo quando prioridades e planos mudam sem aviso? 

Compreendendo os outros 

  • Com quem eu converso para aprender sobre pessoas e times que eu conheço pouco? 
  • Quão confiante eu me sinto em conversas desafiadoras, em que pessoas têm diferentes pontos de vista? 
  • Quantas pessoas com diferentes experiências, perspectivas e métodos fazem parte da minha comunidade profissional? 

Autoconsciência 

  • Como eu me sinto sobre pedir a ajuda necessária para realizar uma tarefa? 
  • Onde minhas forças têm o maior impacto no trabalho que eu faço? 
  • Com que frequência eu peço feedbacks sobre o que eu tenho feito corretamente e como eu posso melhorar? 

Dependendo das suas respostas, é o momento de colocar algumas estratégias em prática: 

Lidando com o novo 

Pergunte ao seu gestor se você pode substituir um colega em uma reunião sobre um assunto que você não domine tanto. Essa é uma forma segura de praticar adotando uma mentalidade de iniciante, em que você tem pouco ou nenhum conhecimento. Ouvir o que as pessoas que sabem mais do que você têm a dizer vai abrir um universo de novos aprendizados. 

Outra estratégia é identificar e conduzir experimentos que te deixem desconfortável, seja pela pressão do tempo ou das pessoas. Por exemplo, preparar uma entrega que geralmente levaria um mês para fazer em apenas duas semanas.  

Compreendendo os outros 

Quando não ouvimos os outros times ou partes da organização, perdemos uma oportunidade de aprendizado. 

A estratégia aqui é ouvir mais do que falar. Em reuniões, tente manter uma proporção de 40% de fala e 60% de escuta. 

Também é importante realizar experimentos de empatia. Além de tentar se imaginar no lugar da pessoa, crie momentos significativos de conversa com colegas para entender quais obstáculos eles têm que enfrentar. Mais uma vez, é preciso ouvir mais do que falar. 

Autoconsciência 

Criar o hábito de praticar simples ações de autoconsciência vão te ajudar a entender o que pode ser feito em situações inesperadas. 

A primeira delas é saber como você gostaria de ser lembrado por seus colegas em momentos que exigem learning agility. Como alguém confiante? Calmo? Estratégico? 

Em seguida, peça feedbacks sobre como você reagiu nesses momentos. Eles vão te ajudar a identificar as lacunas entre sua intenção e o impacto que você causou de fato, o que é fundamental para melhorar suas habilidades. 

Por fim, quando surgirem situações novas e desafiadoras, reflita sobre três questões: 

  • Quais das minhas fortalezas foram mais úteis no dia de hoje? 
  • Quem e qual conhecimento me ajudou a superar essa situação? 
  • Como eu poderia melhorar meu impacto nessa situação? 

Além de focar no seu desenvolvimento, você já vai ter material para conversar com seu gestor como aprimorar sua agilidade de resposta nos próximos feedbacks. 

Essas são algumas estratégias que você pode usar para desenvolver o seu learning agility. Lembre-se de que, mesmo se tratando de um aprendizado ágil, estamos falando de um processo, que exige paciência e respeito consigo mesmo. 

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Sobre o autor

Olívia Baldissera

Olívia Baldissera

Jornalista e historiadora. É analista de conteúdo da Pós PUCPR Digital.

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