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No dia 30 de maio, iniciou o Pós PUCPR Digital Trends , um evento para discutir as principais tendências nos campos da inovação, tecnologia e gestão.
Para abrir o evento, foi apresentada a superclass O que esperar do pós, com Yuval Noah Harari, um dos maiores pensadores da atualidade.
O estudioso trouxe importantes provocações acerca do futuro do mercado de trabalho, trazendo também mais detalhes sobre o impacto dos avanços tecnológicos em nossas vidas.
Depois da aula com Harari, aconteceu ainda uma mesa de debate com Isabela Melnechuky e Peter Kronstrom, especialistas na temática.
Eles discutiram com os participantes do evento as principais ideias expostas durante a superclass. O debate foi mediado por Murilo Karasinski.
Quer saber mais sobre o que foi abordado neste evento? Confira a seguir!
Como será o mercado de trabalho em 2050 ? Foi com essa provocação que Yuval Noah Harari iniciou a superclass O que esperar do pós?
Yuval Noah Harari é professor da Universidade Hebraica de Jerusalém.
Suas ideias mudaram a forma de enxergarmos a história e o futuro, o que o tornou uma das figuras mais emblemáticas do século 21.
Autor dos best-sellers Sapiens: Uma Breve História da Humanidade , Homo Deus: Uma Breve História do Amanhã e 21 Lições para o Século 21 , Harari também é cofundador da Sapienship , organização multidisciplinar que busca debater e encontrar soluções para os maiores problemas da atualidade.
Segundo o pesquisador, não é possível traçar uma única previsão para o futuro, mas uma certeza já tem se tornado evidente: o mundo será completamente diferente do que conhecemos hoje. E isso se deve especialmente aos avanços tecnológicos.
Nos próximos anos, a i nteligência artificial (IA) e os robôs mudarão quase todas as profissões. É possível, inclusive, que muitos dos trabalhos desapareçam até 2050.
De acordo com Harari, a expectativa é que a inteligência artificial consiga fazer análise de dados muito melhor do que a maioria dos humanos daqui para frente, o que vai trazer transformações para diversas áreas do mercado de trabalho.
A previsão é de que até sentimentos os computadores sejam capazes de interpretar e compreender de forma plena nos próximas décadas — habilidade que sempre foi vista como essencialmente humana.
Conforme explicou Harari, a IA não precisa ter sentimentos para conseguir reconhecer os sentimentos humanos.
Através da análise de sinais externos e biométricos internos, computadores têm se mostrado até mesmo melhores que os humanos em identificar os sentimentos. Com isso, os computadores talvez sejam capazes até mesmo de produzir arte .
Ou seja, muitos trabalhos humanos — de médicos a artistas — provavelmente desaparecerão ou se transformarão nos próximos anos. E com o desaparecimento de algumas profissões, novos cargos irão surgir.
A grande questão que fica, contudo, é se serão criados empregados suficientes e quais os níveis de especialização que essas atividades irão exigir.
Depois de traçar algumas previsões para o futuro do mercado de trabalho, Harari propôs uma reflexão sobre as diferenças e desafios que os países em desenvolvimento enfrentam nesse cenário de avanços tecnológicos, citando especialmente o Brasil.
Países desenvolvidos, como China e Estados Unidos, têm recursos para treinar a sua força de trabalho, mas e os países em desenvolvimento, como o Brasil, como eles ficam em meio a essas mudanças?
De acordo com o pesquisador, a era digital não traz questionamentos só sobre os empregos, mas também perguntas mais amplas sobre geopolítica.
“Estamos à beira de uma guerra digital global” , explicou Yuval Harari.
Essa guerra é travada entre alianças globais de governos e corporações. China e Estados Unidos são os principais expoentes dessa luta feita de códigos e algoritmos.
Segundo o estudioso, essa guerra digital está criando um novo mapa do mundo, com novos impérios e novas colônias de dados. É o fenômeno chamado colonialismo digital.
Para conquistar um país na atualidade, não é preciso enviar canhões e tropas do exército, mas, sim, extrair os dados da população.
E ao se tornar uma colônia de dados, certamente haverão consequências econômicas e políticas para os países em questão.
Será que o Brasil está prestes a se tornar uma colônia digital nos próximos anos? Essa é a principal provocação que o pensador deixou para os participantes.
Ao entrar no campo dos desafios políticos, Harari também trouxe reflexões sobre a era da pós-verdade em que estamos adentrando, reforçando a importância da ciência.
“A melhor defesa contra as fake news é a confiança em provas científicas e em certos métodos de questionamento” , destacou o pensador.
Segundo o pesquisador, as políticas/governos precisam respeitar a ciência e proteger a livre expressão e independência das instituições científicas.
Isso é essencial para a manutenção da democracia.
Após o término da superclass, iniciou-se a mesa de discussão com os especialistas Isabela Melnechuky e Peter Kronstrom. A mediação foi feita por Murilo Karasinski.
Isabela Melnechuky é pesquisadora associada do Instituto de Copenhagen de Estudos Futuros e especialista em Planejamento Estratégico, Estatística e Experiência do Cliente.
Entusiasta da cultura data driven e estudos futuros, ela tem experiência nos mais diversos níveis de relação com o consumidor e pesquisas nos segmentos de educação, saúde, serviços e indústria. É também gerente de relacionamento e carreiras na PUCPR.
Peter Kronstrom é diretor do Instituto de Estudos Futuros de Copenhague na América Latina e fundador do Future Lounge. Ele possui MBA Internacional e é membro do conselho consultivo do Consulado Geral Dinamarquês e Centro de Inovação da Dinamarca, em São Paulo.
Murilo Karasinski é mestre e doutor em Filosofia pela PUCPR. É também professor coordenador da Educação Continuada da Escola de Educação e Humanidade da PUCPR.
Durante a mesa de debate, os participantes que acompanhavam o evento online puderam enviar perguntas aos especialistas convidados, buscando aprofundar o assunto abordado na aula com Yuval Harari.
Questões relacionadas à democracia e ao colonialismo digital ganharam destaque no debate.
Os palestrantes destacaram a educação como fator crucial para enfrentarmos as mudanças proporcionadas pelos avanços tecnológicos.
O conceito de lifelong learning foi muito citado pelos palestrantes, reforçando a necessidade de estarmos cada vez mais em busca do conhecimento, além de sermos flexíveis e resilientes para aceitar e se adaptar ao futuro.
A superclass com Yuval Noah Harari certamente trouxe ideias que você nem imaginava, não é mesmo? Já pensou ampliar ainda mais o seu conhecimento e ter acesso direto às mentes mais brilhantes do Brasil e do mundo? Na Pós PUCPR Digital isso é possível.
Os cursos da Pós PUCPR Digital contam com professores que são referência em sua área de atuação, além das mais modernas técnicas e ferramentas de ensino.
Tudo isso com aulas online, permitindo que você alie seus estudos com trabalho e vida pessoal.
Entre os dias 30 de maio e 2 de junho, aconteceu o Pós PUCPR Digital Trends , um evento que reuniu especialistas renomados para discutir tendências nos campos da inovação, tecnologia e gestão.
Durante esses dias, o público teve acesso a 7 aulas exclusivas com Yuval Harari, Martin Lindstrom, Jurgen Appelo, Luana Araújo, Patrícia Peck, Marina Cançado e Marcelo Leite, além de ter a chance de participar de mesas de discussão com especialistas, que responderam perguntas dos participantes.
O Pós PUCPR Digital Trends foi 100% online e gratuito, com emissão de certificados. Confira as principais ideias discutidas nos quatro dias de evento:
Por msmoraes
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