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Qual é o ponto de partida da história da humanidade? Difícil falar de um momento exato, não é? Se você busca pistas sobre o passado da espécie humana, o livro “Sapiens: uma breve história da humanidade”, do historiador e professor convidado da Pós PUCPR Digital Yuval Noah Harari , é a leitura mais indicada. Ele foi publicado pela primeira vez em 2011 e rapidamente se tornou um fenômeno editorial.
Ao ler cada uma das 443 páginas, entendemos o motivo. Yuval Harari consegue condensar mais de 75 mil anos de história em reflexões sobre o nosso passado como espécie – e também sobre nosso futuro. A destreza do autor em apresentar a história da humanidade de uma perspectiva de longa-duração reflete-se em números: “Sapiens” já foi traduzido para 60 idiomas e, até o final de 2020, foram vendidas mais de 16 milhões de cópias ao redor do mundo. No ano passado, o livro ganhou uma versão em graphic novel, que logo no lançamento alcançou o topo da lista de best-sellers do The New York Times.
Nos próximos parágrafos, você encontrará um resumo das principais ideias de Yuval Harari expostas em “Sapiens”. Para o historiador, a história da humanidade pode ser dividida em três momentos-chave, em ordem cronológica: a Revolução Cognitiva, a Agrícola e a Científica.
A Revolução Cognitiva aconteceu há 70 mil anos e é um dos marcos da história da humanidade para Yuval Harari. Antes a espécie humana era apenas mais uma na Terra, tendo o mesmo impacto no ambiente do que gorilas, vagalumes ou águas-vivas. Nosso primeiro representante foi o Australopithecus, há 2,5 milhões de anos.
Com o passar de milhares de anos, o ser humano começa a se diferenciar dos outros animais graças ao tamanho do cérebro. Este órgão demandou um consumo maior de energia, que foi obtida com o cozimento dos alimentos – esta tese também é defendida pela neurocientista Suzana Herculano-Houzel, professora da Pós PUCPR Digital. A habilidade de cozinhar os alimentos, adquirida há 300 mil anos, permitiu que a espécie humana comesse mais e melhor.
O desenvolvimento do cérebro humano possibilitou a Revolução Cognitiva pois permitiu à espécie pensar e se comunicar de uma forma sem precedentes, usando uma linguagem inovadora que se diferencia da de outros seres vivos por 3 características:
É especialmente por causa desta terceira característica que a história da humanidade chegou ao ponto em que estamos hoje. A capacidade de falar sobre ficções permitiu que a espécie humana estabelecesse uma ordem social e se organizasse em torno de noções como Estado, Capitalismo e Pessoa Jurídica.
Para Yuval Harari, a partir da Revolução Cognitiva a humanidade deixou de viver no tempo biológico para viver em um tempo histórico. Como ser social, o homem passa a experienciar o mundo a partir de percepções e padrões coletivos, sem depender de alguma mutação genética para mudar a realidade em que vive.
Neste ponto, segundo Yuval Harari, podemos falar em "cultura", pois passam a coexistir inúmeras possibilidades de estilo de vida para o ser humano. É neste momento também que o homem domina os mares e a travessia de continentes.
As migrações são o ponto de partida para a destruição e extermínio de ecossistemas promovidos pela espécie humana. O historiador divide este aspecto da história da humanidade em três grandes ondas de extinção, sendo a última a que vivemos hoje, iniciada com a Revolução Industrial. A primeira onda se deu na Austrália, como consequência das habilidades de caça e as queimadas realizadas pelo Homo sapiens , com o intuito de facilitar a busca por alimentos.
Há 12 mil anos, a Revolução Agrícola marcou o que, para Yuval Harari, é uma das maiores fraudes da história da humanidade: a ideia de que o desenvolvimento da agricultura possibilitou uma melhora na alimentação e na qualidade de vida do ser humano.
O historiador explica que houve uma queda na variedade de nutrientes, pois a maioria dos grupos sedentários de agricultores só conseguia plantar arroz e batata. Ainda, o número de nascimentos aumentou exponencialmente, o que significa mais bocas para alimentar e menos comida disponível. O trabalho na terra também fez com que desenvolvêssemos doenças como hérnia e lombalgia, pois nossos corpos não estavam adaptados às atividades da agricultura.
Outras consequências da Revolução Agrícola apontada por Yuval Harari são:
A influência dos mitos permitiu a criação de cidades populosas e impérios, pois eles forneceram elos sociais necessários para ligar as pessoas umas às outras. Estas comunidades são redes de cooperação chamadas por Yuval Harari de "ordens imaginadas", cujas normas sociais se sustentam em ficções partilhadas.
Estas ordens não existem na natureza, mas estão incrustradas no mundo material, na forma de leis, templos e bens de consumo. Toda pessoa nasce em uma ordem imaginada preexistente, que define seus desejos e o papel que exercerá na sociedade.
Para Yuval Harari, a ordem imaginada atual tem como base o romantismo, o nacionalismo, o capitalismo e o humanismo. Assim como em toda a história da humanidade, ela é intersubjetiva. O autor de "Sapiens" explica que existem 3 tipos de fenômenos ao definir uma ordem imaginada:
Uma ordem imaginada é um fenômeno intersubjetivo, pois depende da crença coletiva em um mito ou conjunto de ideias. Ela tem o potencial de se tornar universal, ou seja, ser reconhecida por sociedades espalhadas pela Terra. Isso acontece no primeiro milênio depois de Cristo, com o estabelecimento de três ordens imaginadas: dinheiro, religião e impérios.
Antes de prosseguir, é importante ressaltar que Yuval Harari não faz juízos de valor ao tratar sobre os mitos que agregam pessoas em um território. Ele se atém à descrição das revoluções para tentar compreender a história da humanidade de uma perspectiva de longa-duração.
A última e mais recente revolução descrita pelo autor de “Sapiens” é a científica, datada de 500 anos atrás. Segundo Yuval Harari, este ponto de virada na história da humanidade é resultado da consciência da ignorância e do desejo pela descoberta. Ele também foi impulsionado quando governantes enxergaram no conhecimento uma ferramenta de poder, passando assim a estimular e financiar sua produção.
É neste período que a visão de mundo europeia se torna dominante, por meio do Imperialismo. Paralelamente, a percepção sobre o futuro se altera e impacta diretamente a economia, que aos poucos vai se assemelhando ao capitalismo atual. A Revolução Científica permitiu melhores expectativas para o amanhã, pois mais conhecimento poderia ser adquirido para melhorar as condições de vida. Dessa forma, há otimismo para investir e oferecer crédito para o mercado, que passa a produzir cada vez mais.
Tamanha produção demanda mais energia, que também se tornou objeto de investimentos no capitalismo. As máquinas a vapor são um símbolo deste momento, em especial na Primeira Revolução Industrial na Inglaterra. Elas iniciaram uma transformação nos meios de transporte público, com a disseminação de trens e ferrovias, e no estabelecimento de um horário de trabalho, conceito tão difundido na contemporaneidade.
Após fazer reflexões sobre como a Revolução Científica diminuiu o papel das comunidades para valorizar o indivíduo, Yuval Harari conclui a terceira parte do livro “Sapiens” com alertas sobre o que pode acontecer ao mundo e à espécie humana nos próximos séculos. O historiador está preocupado com os danos ambientais irreversíveis presentes na história da humanidade, que já impactam negativamente as pessoas do mundo inteiro.
As indagações sobre o futuro do ser humano serão o ponto de partida do livro seguinte de Yuval Harari, “Homo Deus: uma breve história do amanhã”. Conheça outros livros que abordam o futuro da humanidade para incluir na sua lista de leitura.
Esperamos que este resumo de “Sapiens: uma breve história da humanidade” tenha estimulado você a ler o livro de Harari na íntegra. Se você gostou deste artigo, vai achar incrível participar da superclass com o autor do livro.
Sim, você leu certo. Yuval Harari dará uma aula exclusiva, totalmente online e em primeira pessoa, na Pós PUCPR Digital. Garanta sua vaga e tenha como professor uma das mentes mais brilhantes do século 21.
Por okleina
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