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Arquitetura e Sustentabilidade

Sustentabilidade, a sexta onda de inovação

Por Redação Pós PUCPR Digital   | 

Teorizadas na década de 1940, as ondas de inovação são uma forma de entender como as mudanças tecnológicas e sociais afetam a economia e o desenvolvimento dos países a partir do século 18.

Seu criador, o economista Joseph Schumpeter (1883-1950), detalhou as três primeiras ondas. Pensadores posteriores incluíram na lista mais três, a última delas em que vivemos atualmente: a sexta onda de inovação, a sustentabilidade.

A seguir, você vai conhecer mais detalhes das ondas de inovação, as principais características do ciclo em que vivemos atualmente e como ele modificou o mundo do trabalho. Acompanhe:

O que são as ondas de inovação
As 6 ondas de inovação

  1. Primeira onda de inovação (1785-1845)
  2. Segunda onda de inovação (1845-1900)
  3. Terceira onda de inovação (1900-1950)
  4. Quarta onda de inovação (1950-1990)
  5. Quinta onda de inovação (1990-2020)
  6. Sexta onda de inovação (2020-presente)

Como a sexta onda de inovação afeta o mercado de trabalho
Como se preparar para a sexta onda de inovação? 

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O que são as ondas de inovação

As ondas de inovação são marcos tecnológicos que representam as grandes transformações pelas quais as empresas, a sociedade e o capitalismo passam periodicamente.

Elas foram teorizadas pela primeira vez pelo economista austríaco Joseph Schumpeter (1883-1950), considerado um dos pais da teoria da inovação e do empreendedorismo. Em sua obra mais famosa, “Capitalismo, Socialismo e Democracia” (1942), ele introduziu o conceito de "destruição criativa”.

Segundo o economista, a inovação é o motor do desenvolvimento econômico, pois cria novos produtos, processos, mercados e formas de organização que substituem os antigos e menos eficientes. Esse processo de destruição criativa gera crescimento, mas também instabilidade e desigualdade na sociedade.

Schumpeter também propôs que a inovação ocorre em "ciclos longos”, chamados de “ondas de inovação”, que duram entre 40 e 60 anos, em média. Cada onda é marcada por um conjunto de tecnologias-chave que transformaram as indústrias, a economia e a sociedade como um todo.

A partir do quarto ciclo, o intervalo de tempo entre as ondas de inovação foi diminuindo, devido à aceleração do desenvolvimento tecnológico desencadeado pela computação, pela internet e pela Inteligência Artificial (IA).

As 6 ondas de inovação

Conheça as principais características de cada uma das ondas de inovação:

Primeira onda de inovação (1785-1845)

Localizada na Primeira Revolução Industrial, baseada na energia hidráulica, na máquina a vapor, na produção têxtil e na siderurgia. Teve como polos irradiadores a Inglaterra e a França e provocou o surgimento das fábricas, das ferrovias e do capitalismo industrial.

No ponto de vista social, a primeira onda foi marcada pela migração de camponeses aos centros urbanos, o surgimento do movimento operário e a medição do tempo pela rotina de trabalho.

Segunda onda de inovação (1845-1900)

Contempla a Segunda Revolução Industrial, baseada no carvão, no petróleo, na eletricidade, no telégrafo, no telefone e no automóvel. Desenvolveu-se principalmente nos Estados Unidos e na Alemanha e provocou o surgimento dos monopólios, das corporações, do consumo de massa e da urbanização.

Terceira onda de inovação (1900-1950)

Marcada pela Terceira Revolução Industrial, baseada no aço, na química, nas linhas de montagem na aviação, no rádio e no cinema. Ocorreu principalmente nos Estados Unidos e na Inglaterra e provocou o surgimento das indústrias culturais, da propaganda, do fordismo.

Foi nesse período que o “welfare state”, o “Estado de bem-estar social”, se fortaleceu. Essa forma de organização política e econômica colocava o governo como responsável pelo bem-estar social e econômico da população, garantindo educação, saúde, habitação, renda e seguridade social aos cidadãos.

Quarta onda de inovação (1950-1990)

Localizada na Quarta Revolução Industrial, baseada no petróleo, no plástico, na eletrônica, na informática e na biotecnologia. Além dos Estados Unidos, o Japão despontou como protagonista de grandes transformações, como o surgimento das multinacionais, a globalização, o toyotismo e a sociedade da informação.

Quinta onda de inovação (1990-2020)

A internet, as telecomunicações, as redes sociais e a IA marcam a Quinta Revolução Industrial, inserida na quinta onda de inovação. Os Estados Unidos continuam a ser um dos polos irradiadores da transformação, ao lado da China.

Dentre as principais características estão o surgimento das big techs, a economia digital, a economia compartilhada e a sociedade em rede.

Sexta onda de inovação (2020-presente)

A onda de inovação atual é baseada na sustentabilidade, nas energias renováveis, na economia circular e na economia verde. O surgimento das empresas sustentáveis, da responsabilidade social corporativa, da economia social e solidária e da sociedade sustentável fazer parte desse ciclo.

>>> Leia também: Os 5 Ds da transição energética no Brasil

Como a sexta onda de inovação afeta o mercado de trabalho

Antes de refletirmos sobre como a sexta onda está modificando o mercado de trabalho, precisamos entender o que significa sustentabilidade.

Sustentabilidade se refere à capacidade de atender às necessidades do presente sem comprometer as possibilidades das gerações futuras. Envolve três dimensões: a ambiental, a social e a econômica. A sustentabilidade implica em preservar os recursos naturais, promover o bem-estar humano e gerar valor compartilhado. 

O debate em torno desse conceito se intensificou em meados do século 20. Hoje, é pauta de governos, empresas e sociedade, com o acirramento das mudanças climáticas, da perda da biodiversidade, da pobreza, da desigualdade social e da violação dos direitos humanos.

Para enfrentar esses problemas, é preciso mudar os padrões de produção e consumo que geram impactos negativos sobre o meio ambiente e a sociedade. E aí que começa o impacto da sexta onda de inovação de um ponto de vista coletivo e individual.

A busca pela sustentabilidade impacta as organizações e o mercado de trabalho de várias formas. Uma delas é a oportunidade de novos negócios para as empresas que se adaptam às novas demandas dos consumidores, dos investidores e dos reguladores por produtos e serviços mais verdes, mais éticos e mais inclusivos. Essas empresas podem se diferenciar da concorrência, reduzir custos operacionais, aumentar sua reputação e sua lucratividade.

Um exemplo é a área de energia, que, com a demanda pela transição energética, tem ganhado destaque com o desenvolvimento de tecnologia, em especial a do hidrogênio verde.

Outra é negativa: a sexta onda de inovação pode ser uma ameaça para as empresas que não se adaptam às novas exigências ambientais e sociais. Elas podem perder mercado, sofrer sanções legais, ter sua imagem prejudicada e ainda perder talentos para organizações pautadas em práticas ESG.

Formações acadêmicas e atuações profissionais também foram afetadas pela sexta onda de inovação. A mudança do sistema produtivo e de consumo para um modelo sustentável exige novas competências e habilidades, as chamadas green skills.

A Organização do Desenvolvimento Industrial das Nações Unidas (UNIDO) lista 4 tipos de green skills:

  • Habilidades de engenharia e técnicas: hard skills que abrangem competências envolvidas no design, construção e avaliação de tecnologia. Esse conhecimento é necessário para edificações ecológicas, design de energia renovável e projetos de pesquisa e desenvolvimento para economia de energia.
  • Habilidades científicas: competências derivadas de corpos de conhecimento amplos em escopo e essenciais para atividades de inovação (por exemplo, física e biologia). Há alta demanda por essas habilidades em cada etapa das cadeias de valor, em especial nos setores de serviços básicos, como água, esgoto e eletricidade.
  • Habilidades de gerenciamento de operações: conhecimento relacionado à mudança na estrutura organizacional necessária para apoiar atividades verdes, incluindo uma visão integrada da empresa por meio do gerenciamento do ciclo de vida, produção enxuta e cooperação com atores externos, incluindo clientes. Essas habilidades são importantes, por exemplo, para engenheiros de vendas, analistas de mudanças climáticas, especialistas em sustentabilidade, diretores de sustentabilidade e planejadores de transporte.
  • Habilidades de monitoramento: conhecimento necessário para avaliar aspectos técnicos e legais das atividades comerciais que são fundamentalmente diferentes do escopo da engenharia ou da ciência. Alguns exemplos são inspetores de conformidade ambiental, técnicos de monitoramento nuclear, diretores de gerenciamento de emergências e assistentes jurídicos.

Além dos conhecimentos técnicos, é preciso ter consciência ambiental e social, capacidade de trabalhar em equipe e em rede, criatividade e visão sistêmica.

A sexta onda de inovação também abre novas oportunidades para os profissionais que atuam ou pretendem atuar em áreas relacionadas à sustentabilidade. Dados do LinkedIn revelam que, nos últimos cinco anos, houve um aumento de 237% no número de vagas relacionadas a energias renováveis e meio ambiente nos Estados Unidos

O cenário brasileiro também é promissor. O Brasil responde por 10% dos empregos verdes no mundo e a expectativa é de que a economia verde crie 15 milhões de vagas até 2030 na América Latina.

>>> Leia também: Os 11 princípios do urbanismo sustentável

Como se preparar para a sexta onda de inovação?

Para se preparar para a sexta onda de inovação, é preciso prestar atenção nas tendências e nas mudanças que estão ocorrendo no mundo. E, principalmente, buscar conhecimento e atualização constante sobre os temas ligados à sustentabilidade com quem é referência na área.

Por isso a Pós PUCPR Digital desenvolveu três cursos de pós-graduação para profissionais que desejam direcionar suas carreiras para a área de sustentabilidade:

As especializações são 100% online e reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC).

Entre os professores convidados estão o ex-secretário do Meio Ambiente da Presidência da República, José Goldemberg; a CEO da Associação Brasileira de Energia Eólica, Elbia Gannoum; os arquitetos premiados Gustavo Utrabo, Mario Figueroa e Marcelo Willer; e os pesquisadores Fábio Duarte, do MIT, e Paulo Artaxo, professor visitante do Instituto Max Planck na Alemanha e membro do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC).

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