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Teorizadas na década de 1940, as ondas de inovação são uma forma de entender como as mudanças tecnológicas e sociais afetam a economia e o desenvolvimento dos países a partir do século 18.
Seu criador, o economista Joseph Schumpeter (1883-1950), detalhou as três primeiras ondas. Pensadores posteriores incluíram na lista mais três, a última delas em que vivemos atualmente: a sexta onda de inovação, a sustentabilidade.
A seguir, você vai conhecer mais detalhes das ondas de inovação, as principais características do ciclo em que vivemos atualmente e como ele modificou o mundo do trabalho. Acompanhe:
As ondas de inovação são marcos tecnológicos que representam as grandes transformações pelas quais as empresas, a sociedade e o capitalismo passam periodicamente.
Elas foram teorizadas pela primeira vez pelo economista austríaco Joseph Schumpeter (1883-1950), considerado um dos pais da teoria da inovação e do empreendedorismo. Em sua obra mais famosa, “ Capitalismo, Socialismo e Democracia ” (1942), ele introduziu o conceito de "destruição criativa”.
Segundo o economista, a inovação é o motor do desenvolvimento econômico, pois cria novos produtos, processos, mercados e formas de organização que substituem os antigos e menos eficientes. Esse processo de destruição criativa gera crescimento, mas também instabilidade e desigualdade na sociedade.
Schumpeter também propôs que a inovação ocorre em "ciclos longos”, chamados de “ondas de inovação”, que duram entre 40 e 60 anos, em média. Cada onda é marcada por um conjunto de tecnologias-chave que transformaram as indústrias, a economia e a sociedade como um todo.
A partir do quarto ciclo, o intervalo de tempo entre as ondas de inovação foi diminuindo, devido à aceleração do desenvolvimento tecnológico desencadeado pela computação, pela internet e pela Inteligência Artificial (IA).
Conheça as principais características de cada uma das ondas de inovação:
Localizada na Primeira Revolução Industrial, baseada na energia hidráulica, na máquina a vapor, na produção têxtil e na siderurgia. Teve como polos irradiadores a Inglaterra e a França e provocou o surgimento das fábricas, das ferrovias e do capitalismo industrial.
No ponto de vista social, a primeira onda foi marcada pela migração de camponeses aos centros urbanos, o surgimento do movimento operário e a medição do tempo pela rotina de trabalho.
Contempla a Segunda Revolução Industrial, baseada no carvão, no petróleo, na eletricidade, no telégrafo, no telefone e no automóvel. Desenvolveu-se principalmente nos Estados Unidos e na Alemanha e provocou o surgimento dos monopólios, das corporações, do consumo de massa e da urbanização.
Marcada pela Terceira Revolução Industrial, baseada no aço, na química, nas linhas de montagem na aviação, no rádio e no cinema. Ocorreu principalmente nos Estados Unidos e na Inglaterra e provocou o surgimento das indústrias culturais, da propaganda, do fordismo.
Foi nesse período que o “ welfare state ”, o “Estado de bem-estar social”, se fortaleceu. Essa forma de organização política e econômica colocava o governo como responsável pelo bem-estar social e econômico da população, garantindo educação, saúde, habitação, renda e seguridade social aos cidadãos.
Localizada na Quarta Revolução Industrial, baseada no petróleo, no plástico, na eletrônica, na informática e na biotecnologia. Além dos Estados Unidos, o Japão despontou como protagonista de grandes transformações, como o surgimento das multinacionais, a globalização, o toyotismo e a sociedade da informação.
A internet, as telecomunicações, as redes sociais e a IA marcam a Quinta Revolução Industrial, inserida na quinta onda de inovação. Os Estados Unidos continuam a ser um dos polos irradiadores da transformação, ao lado da China.
Dentre as principais características estão o surgimento das big techs, a economia digital, a economia compartilhada e a sociedade em rede.
A onda de inovação atual é baseada na sustentabilidade, nas energias renováveis, na economia circular e na economia verde. O surgimento das empresas sustentáveis, da responsabilidade social corporativa, da economia social e solidária e da sociedade sustentável fazer parte desse ciclo.
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Antes de refletirmos sobre como a sexta onda está modificando o mercado de trabalho, precisamos entender o que significa sustentabilidade.
Sustentabilidade se refere à capacidade de atender às necessidades do presente sem comprometer as possibilidades das gerações futuras. Envolve três dimensões: a ambiental, a social e a econômica. A sustentabilidade implica em preservar os recursos naturais, promover o bem-estar humano e gerar valor compartilhado.
O debate em torno desse conceito se intensificou em meados do século 20. Hoje, é pauta de governos, empresas e sociedade, com o acirramento das mudanças climáticas, da perda da biodiversidade, da pobreza, da desigualdade social e da violação dos direitos humanos.
Para enfrentar esses problemas, é preciso mudar os padrões de produção e consumo que geram impactos negativos sobre o meio ambiente e a sociedade. E aí que começa o impacto da sexta onda de inovação de um ponto de vista coletivo e individual.
A busca pela sustentabilidade impacta as organizações e o mercado de trabalho de várias formas. Uma delas é a oportunidade de novos negócios para as empresas que se adaptam às novas demandas dos consumidores, dos investidores e dos reguladores por produtos e serviços mais verdes, mais éticos e mais inclusivos. Essas empresas podem se diferenciar da concorrência, reduzir custos operacionais, aumentar sua reputação e sua lucratividade.
Um exemplo é a área de energia, que, com a demanda pela transição energética , tem ganhado destaque com o desenvolvimento de tecnologia, em especial a do hidrogênio verde.
Outra é negativa: a sexta onda de inovação pode ser uma ameaça para as empresas que não se adaptam às novas exigências ambientais e sociais. Elas podem perder mercado, sofrer sanções legais, ter sua imagem prejudicada e ainda perder talentos para organizações pautadas em práticas ESG.
Formações acadêmicas e atuações profissionais também foram afetadas pela sexta onda de inovação. A mudança do sistema produtivo e de consumo para um modelo sustentável exige novas competências e habilidades, as chamadas green skills.
A Organização do Desenvolvimento Industrial das Nações Unidas (UNIDO) lista 4 tipos de green skills:
Além dos conhecimentos técnicos, é preciso ter consciência ambiental e social, capacidade de trabalhar em equipe e em rede, criatividade e visão sistêmica.
A sexta onda de inovação também abre novas oportunidades para os profissionais que atuam ou pretendem atuar em áreas relacionadas à sustentabilidade. Dados do LinkedIn revelam que, nos últimos cinco anos, houve um aumento de 237% no número de vagas relacionadas a energias renováveis e meio ambiente nos Estados Unidos
O cenário brasileiro também é promissor. O Brasil responde por 10% dos empregos verdes no mundo e a expectativa é de que a economia verde crie 15 milhões de vagas até 2030 na América Latina.
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Para se preparar para a sexta onda de inovação, é preciso prestar atenção nas tendências e nas mudanças que estão ocorrendo no mundo. E, principalmente, buscar conhecimento e atualização constante sobre os temas ligados à sustentabilidade com quem é referência na área.
Por isso a Pós PUCPR Digital desenvolveu três cursos de pós-graduação para profissionais que desejam direcionar suas carreiras para a área de sustentabilidade:
As especializações são 100% online e reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC).
Entre os professores convidados estão o ex-secretário do Meio Ambiente da Presidência da República, José Goldemberg; a CEO da Associação Brasileira de Energia Eólica, Elbia Gannoum; os arquitetos premiados Gustavo Utrabo, Mario Figueroa e Marcelo Willer; e os pesquisadores Fábio Duarte, do MIT, e Paulo Artaxo, professor visitante do Instituto Max Planck na Alemanha e membro do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC).
Por Redação Pós PUCPR Digital
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