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As habilidades verdes, ou green skills, são as competências necessárias para atuar em atividades produtivas que contribuam para a preservação ou restauração do meio ambiente.
Essas habilidades são cada vez mais valorizadas no mercado de trabalho, com a ascensão da agenda ESG nas organizações. Continue a leitura para saber mais sobre o tema:
As habilidades verdes são o conjunto de conhecimentos, aptidões, valores e atitudes que permite aos indivíduos viver, desenvolver e contribuir para uma sociedade sustentável e eficiente no uso de recursos naturais.
Essa é a definição da Organização do Desenvolvimento Industrial das Nações Unidas (UNIDO) , mas vale ressaltar que o conceito de “green skills” ou “habilidades verdes” ainda está em debate nos meios acadêmico, estatal e corporativo.
Uma grande corporação que tem investido nessa discussão é o LinkedIn, que analisa a descrição das vagas e dos perfis dos usuários para entender a demanda atual por habilidades verdes. Essa pesquisa resultou no estudo “ Global Green Skills Report 2022 ”, que categorizou uma série de skills de acordo com o nível de sustentabilidade:
De uma forma geral, podemos dizer que as habilidades verdes envolvem tanto aspectos técnicos quanto comportamentais, tais como:
A UNIDO lista 4 tipos de green skills:
ard skills que abrangem competências envolvidas no design, construção e avaliação de tecnologia. Esse conhecimento é necessário para edificações ecológicas, design de energia renovável e projetos de pesquisa e desenvolvimento para economia de energia.
Competências derivadas de corpos de conhecimento amplos em escopo e essenciais para atividades de inovação (por exemplo, física e biologia). Há alta demanda por essas habilidades em cada etapa das cadeias de valor, em especial nos setores de serviços básicos, como água, esgoto e eletricidade.
Conhecimento relacionado à mudança na estrutura organizacional necessária para apoiar atividades verdes, incluindo uma visão integrada da empresa por meio do gerenciamento do ciclo de vida, produção enxuta e cooperação com atores externos, incluindo clientes.
Essas habilidades são importantes, por exemplo, para engenheiros de vendas, analistas de mudanças climáticas, especialistas em sustentabilidade, diretores de sustentabilidade e planejadores de transporte.
Conhecimento necessário para avaliar aspectos técnicos e legais das atividades comerciais que são fundamentalmente diferentes do escopo da engenharia ou da ciência.
Alguns exemplos são inspetores de conformidade ambiental, técnicos de monitoramento nuclear, diretores de gerenciamento de emergências e assistentes jurídicos.
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As habilidades verdes são requisitadas tanto em setores tradicionais quanto em setores emergentes. Elas foram tema de painéis do Fórum Econômico Mundial de 2023 , em Davos, na Suíça, ao serem consideradas cruciais para a transição para uma economia verde. A tendência é que elas se tornem onipresentes no médio prazo.
Na indústria, no comércio e nos serviços, por exemplo, as green skills são fundamentais para adaptar os processos e os produtos às exigências das políticas ESG e à regulamentação ambiental. Já nos setores emergentes, como o de energias renováveis, esse tipo de habilidade muitas vezes é o core das operações e das soluções oferecidas.
O “Global Green Skills Report 2022” do LinkedIn detectou o aumento da demanda por profissionais com habilidades verdes nos últimos anos. Houve um aumento de 35,5% na participação de talentos verdes na força de trabalho mundial entre 2015 e 2022. No ano passado, um décimo das vagas publicadas na rede social exigia explicitamente que os candidatos tivessem alguma green skill no currículo.
O Brasil está na vanguarda dessa transição, por ser um dos países com a matriz energética mais limpa do mundo. De acordo com o estudo do LinkedIn , uma em cada cinco startups brasileiras já têm colaboradores com habilidades verdes na equipe, número superior à média global, que é de 18%.
No longo prazo, a expectativa é de que os empregos ligados à economia dos combustíveis fósseis sejam substituídos por trabalhos verdes. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que 24 milhões de novos empregos sejam criados até 2030 com a transição verde.
Nesse meio tempo, cerca de 6 milhões de postos de trabalho serão extintos, em especial os relacionados às áreas de extração e refinaria de petróleo, de mineração de carvão e de produção de eletricidade a partir de fontes não renováveis.
Caso os países não migrem para uma economia verde e reduzam os estragos das mudanças climáticas, a perda de empregos será ainda maior: 72 milhões de cargos deixarão de existir devido ao aumento das temperaturas, que deve diminuir o número de horas de trabalho disponíveis principalmente na agricultura.
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As profissões que exigem habilidades verdes são variadas e abrangem diferentes níveis de formação e experiência. No estudo “Global Green Skills Report 2022”, o LinkedIn classificou as vagas postadas na rede social de acordo com a exigência de domínio de green skills :
Isso significa que, hoje, as profissões que exigem habilidades verdes são aquelas diretamente ligadas à área de sustentabilidade, como Engenharia Ambiental, Engenharia Florestal, Gestão Ambiental, Direito Ambiental e Educação Ambiental.
Um mapeamento do Escritório de Carreiras da Universidade de São Paulo (USP) ajuda a ampliar a percepção de possibilidades de carreira que envolvem as habilidades verdes. Foram listadas as 11 profissões que devem ser mais impactadas pela transição à economia verde:
Repare que são formações tradicionais. Ou seja, no curto prazo, profissionais dos mais diversos perfis terão que se requalificar para se manterem relevantes em um mercado com uma alta demanda por habilidades verdes.
O que vai fazer a diferença na trajetória profissional de quem tem uma graduação convencional são especializações estratégicas, que abordam o tema da sustentabilidade de um ponto de vista multidisciplinar.
É o caso de três cursos da Pós PUCPR Digital :
Todos contam com aulas 100% online e reconhecimento do Ministério da Educação (MEC).
Entre os professores convidados estão o ex-secretário do Meio Ambiente da Presidência da República, José Goldemberg; a CEO da Associação Brasileira de Energia Eólica, Elbia Gannoum; os arquitetos premiados Gustavo Utrabo, Mario Figueroa e Marcelo Willer; e os pesquisadores Fábio Duarte, do MIT, e Paulo Artaxo, professor visitante do Instituto Max Planck na Alemanha e membro do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC).
Por Redação Pós PUCPR Digital
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