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-- Temple Gardin, em TED Talk de 2010
Apesar de ter mais de uma década, essa fala de Temple Gardin ecoa até hoje entre a comunidade do autismo. A professora da Universidade do Estado do Colorado, ela própria autista, é uma das maiores porta-vozes dos direitos das pessoas neurodivergentes.
Ela escreveu livros sobre o tema, que alcançaram o topo da lista dos mais vendidos do The New York Times nos últimos anos, e dá palestras sobre inclusão em todo o mundo. E ela compartilha toda a sua experiência na causa como professora convidada do curso
TEA, TDAH e Inclusão: Saúde, Família e Sociedade
da
Pós PUCPR Digital .
Conheça a trajetória dessa mulher inspiradora!
Mary Temple Grandin nasceu em 1947, em Boston, nos Estados Unidos. Ela foi diagnosticada com Síndrome de Asperger (hoje um termo em desuso na comunidade médica especializada em transtorno do espectro autista) na infância, ao começar a falar apenas aos 3 anos e meio de idade.
À época, os médicos aconselharam que Grandin fosse internada em uma instituição psiquiátrica, ideia que foi prontamente descartada por sua mãe, que insistiu que a filha tivesse uma educação formal.
Na escola, Grandin não tinha um bom desempenho nas disciplinas de exatas, como álgebra e física, mas se destacava nas aulas de artes e em outras que envolviam trabalhos manuais.
Um professor percebeu o potencial da menina ao notar que ela pensava de uma forma diferente da maioria das pessoas. Em vez de pensar em uma linguagem verbal, ela raciocinava a partir de uma linguagem visual.
Quando pediam que Temple imaginasse uma igreja, por exemplo, ela pensava em uma série de igrejas específicas, em vez de uma única imagem que representasse essas construções.
Entender que a aluna pensava em imagens foi fundamental para o professor a incentivar a experimentar outras atividades e escolher uma carreira.
Em 1970, Temple Grandin se graduou em psicologia na então Franklin Pierce College, em New Hampshire. Cinco anos depois ela concluiu um mestrado na Universidade do Estado do Arizona e, em 1989, um doutorado na Universidade de Illinois, ambos em ciência dos animais.
Desde 1990 ela é professora da Universidade do Estado do Colorado, onde ensina comportamento do gado e design de instalações pecuárias. Também atua como consultora na indústria de abate, fornecendo informações sobre bem-estar animal.
Em 2018 ela se tornou membro da Associação Americana para o Avanço da Ciência e, em 2020, foi nomeada uma das 10 melhores professoras universitárias do ano pela CEO Magazine.
Além do trabalho com os animais, Temple Grandin se tornou referência internacional na inclusão de pessoas que estão dentro do espectro autista. Ela escreveu livros e deu palestras sobre o assunto, como a participação em um TED Talks em 2010:
Um filme sobre sua vida foi lançado no mesmo ano. Protagonizado por Claire Daines e produzido pela HBO, o filme ganhou 7 estatuetas do Emmy, maior premiação da televisão mundial, e um Globo de Ouro.
Temple Grandin é coautora de 11 livros sobre autismo. Além de compartilhar as experiências de vida da professora americana, as obras trazem informações médicas atualizadas sobre TEA para ajudar pais e adultos diagnosticados com o transtorno a lidarem com os desafios do dia a dia.
Confira os títulos:
Em português, é possível encontrar os seguintes livros:
Nos Estados Unidos, Temple Grandin foi uma das primeiras pessoas adultas com TEA a falar publicamente sobre como é ser autista. Isso aconteceu em meados da década de 1980, quando foi convidada a falar em uma conferência da Autism Society of America (ASA) – evento que, até então, tinha como palestrantes profissionais da saúde e pais de crianças dentro do espectro autista.
Desde então, Grandin se tornou uma porta-voz da comunidade, defendendo a importância do diagnóstico e intervenções precoces, além do treinamento de professores para lidarem com a neurodiversidade. Recentemente, fez duras críticas ao sistema educacional americano, que não estaria preparado para acolher crianças neuroatípicas, em entrevistas para o The New York Times e The Guardian .
Ela deu entrevistas para programas de televisão de destaque dos Estados Unidos, como 20/20, 48 Hours, CNN Larry King Live, PrimeTime Live, 60 Minutes e The Today Show. Seus livros estão entre os mais vendidos do The New York Times. Em 2010, Temple Grandin foi eleita uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela TIME Magazine.
Temple Grandin revolucionou o manejo de gado bovino nos Estados Unidos e na Europa, projetando abatedouros que possibilitam um tratamento mais humanizado aos animais. Ela também foi uma das primeiras cientistas a descrever a sensibilidade dos animais em relação a distrações visuais, como sombras e correntes.
Na década de 1970, Grandin projetou uma planta que incluía zonas de repouso com um padrão de espinha e um corredor central. Esses espaços serviam para acalmar o gado depois do transporte em caminhões. Também foram incluídas passagens de acesso mais largas e com paredes mais altas, seguindo um formato curvo, o que facilitava o trânsito do gado sem distrações.
A ideia era criar um ambiente em que o gado pudesse reproduzir seu comportamento natural e, assim, se sentir mais tranquilo.
Por isso, além do projeto do
curral curvo , usado até hoje na indústria pecuária, Temple Grandin orienta que todos os barulhos sejam controlados nos espaços em que os bois são alojados. O choque para o manejo deve ser abandonado e as pessoas que lidam com os animais devem estar descansadas para trabalhar, para terem mais paciência ao lidarem com os animais.
Para ajudar os criadores e a indústria a darem um tratamento humanizado ao gado, Grandin também desenvolveu um sistema de pontuação para medir o bem-estar animal em abatedouros.
A trajetória de Temple Grandin é inspiradora, não é mesmo?
E você pode aprender ainda mais com ela no curso
TEA, TDAH e Inclusão: Saúde, Família e Sociedade
da
Pós PUCPR Digital . Grandin é uma das professoras convidadas para falar sobre o transtorno do espectro autista e a valorização da neurodiversidade. As aulas são 100% online.
No curso, Temple Grandin está acompanhada por outros grandes nomes, como:
Por Olivia Kleina
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