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A rigidez cognitiva-comportamental é central na maioria dos transtornos e até mesmo em dificuldades de mudanças de hábitos normais.
Consiste na inflexibilidade de se adaptar a modificações de crenças, ideias, ambientes, rotinas ou qualquer outra parte significativa da vida.
Isso pode provocar além de um desconforto comum em algumas pessoas e acarretar ansiedade, estresse, agressividade e outras reações irracionais em relação à situação.
A seguir, conheça mais características da rigidez cognitiva-comportamental, como ela se manifesta em diferentes transtornos e como a terapia cognitivo-comportamental (TCC) pode auxiliar na melhora da flexibilidade cognitiva dos pacientes.
A rigidez cognitiva-comportamental é a dificuldade de uma pessoa alterar padrões de pensamentos e comportamentos, mesmo diante de sofrimento e/ou consequências negativas na vida.
Na prática, quando um indivíduo tem esse problema, ele tende a interpretar situações de forma negativa e inflexível. Isso o impossibilita de se adaptar a mudanças e pode provocar reações emocionais e físicas intensas, como aumento de ansiedade, estresse e desânimo.
Por exemplo, pessoas com transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) costumam seguir padrões de comportamentos rígidos, como rituais de limpeza repetitivos. Caso não executem o padrão, elas podem experimentar uma sensação intensa de ansiedade e desconforto, acreditando que algo ruim vai acontecer, embora não tenham nenhuma evidência disso.
Outro exemplo é o transtorno depressivo, em que a pessoa acredita que não é o suficiente ou as coisas nunca vão melhorar, ainda que tenha evidências contrárias.
Esse é um conceito essencial dentro da terapia cognitivo-comportamental, visto que a abordagem busca justamente identificar e mudar os padrões de pensamento e comportamento para estimular a flexibilidade cognitiva e trazer mais qualidade de vida ao paciente.
A rigidez cognitiva-comportamental não é uma característica exclusiva de transtornos mentais, afinal, todos nós podemos ter dificuldade de adaptação a novas situações, pensamentos ou ações.
Contudo, no caso dos transtornos, adquire um caráter disfuncional e prejudicial na vida cotidiana. Confira a seguir como ela se manifesta nos transtornos mais comuns:
A rigidez cognitiva-comportamental é um dos critérios diagnósticos de pessoas no espectro do autismo.
Elas costumam ter dificuldade em se adaptar a mudanças e preferem rotinas estruturadas e previsíveis. Além disso, elas tendem a ter comportamentos repetitivos, interesses restritos e intensos, entre outras características que demonstram inflexibilidade.
Em caso de mudanças, o indivíduo pode apresentar grande desconforto, ansiedade e até agressividade.
No caso da rigidez cognitiva-comportamental no TDAH, os indivíduos têm dificuldade em manter o foco em tarefas específicas ou seguir regras rígidas.
Isso significa que, em caso de mudanças, eles podem demorar até conseguir se adaptar, o que pode levar a impulsividade e desorganização.
Quando falamos de depressão, a rigidez cognitiva-comportamental se manifesta por meio de pensamentos negativos repetitivos.
Eles tendem a pensar repetidas vezes que nunca vão melhorar, não são bons o bastante, são um estorvo para a família, não são capazes de fazer nada, entre outros pensamentos disfuncionais.
Desse modo, cria-se um ciclo de desesperança e inércia que dificulta a capacidade de sair do estado depressivo.
Uma das grandes características do TOC é a rigidez cognitiva-comportamental manifestada em rituais compulsivos e pensamentos obsessivos.
Nesse sentido, quem sofre com o transtorno sente a necessidade de seguir padrões de comportamento rígidos, como verificar se fechou a casa várias vezes, para aliviar a ansiedade causada por pensamentos intrusivos.
Mesmo sabendo que não há necessidade de tamanha preocupação, eles têm dificuldade em quebrar o padrão.
Pessoas com transtorno de ansiedade muitas vezes apresentam rigidez cognitiva-comportamental ao interpretar situações de forma catastrófica ou como ameaçadoras, apesar de não ter razão direta para isso.
Isso dificulta o processo de adaptação a novos contextos ou experiências por sempre gerar ansiedade, ou estresse intensos.
Você consegue observar a rigidez cognitiva-comportamental em:
A TCC é especializada em identificar, modificar e tratar padrões de pensamento e comportamento disfuncionais.
A abordagem é focada em como as cognições (os pensamentos) influenciam diretamente as emoções e comportamentos, então, a rigidez cognitiva-comportamental é vista como um ponto central a ser trabalhado ao longo da terapia.
A seguir, confira algumas das ferramentas que a TCC utiliza:
É uma técnica que ensina o paciente a identificar, confrontar e modificar os pensamentos automáticos e disfuncionais.
Ele utiliza estratégias de questionamento e análise lógica. Para desafiar crenças negativas e substituir os pensamentos irracionais por outros mais realistas e adaptativos.
Baseia-se no teste de crenças disfuncionais na prática.
Nessa técnica, o paciente confronta diretamente seus medos e suposições para verificar se conseguem se concretizar ou não. Isso é feito de forma controlada e segura para a pessoa.
A exposição gradual permite que o paciente enfrente situações que geram desconforto devido à rigidez cognitiva-comportamental.
Aos poucos, ele se expõe a essas situações e consegue se adaptar a situação.
Esses cartões ajudam a combater pensamentos automáticos rígidos. O paciente escreve respostas aos pensamentos disfuncionais e, diante de alguma situação, pode consultar e se lembrar que não tem motivo para medo ou ansiedade.
Com a leitura frequente, ele consegue absorver novas crenças ao longo do tempo e ter mais flexibilidade.
As técnicas de relaxamento, como respiração profunda e meditação, auxiliam a reduzir a ansiedade gerada pela rigidez cognitiva-comportamental.
Com menos tensão física e mental, o paciente pode abordar pensamentos e situações de maneira mais racional e calma.
❗ Importante: essas técnicas só podem ser aplicadas por um psicólogo especializado na terapia cognitivo-comportamental.
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