Lugar de fala é um conceito que discute como nossa posição social (raça, gênero, classe etc.) influencia nossa perspectiva e capacidade de ser ouvido. 

Não significa que só certos grupos podem falar, mas que vivências diferentes geram narrativas distintas, e algumas vozes são sistematicamente silenciadas. A ideia é refletir sobre quem tem acesso aos espaços de fala e como estruturas de poder privilegiam ou marginalizam discursos. 

No livro Lugar de Fala, Djamila Ribeiro discute como a produção de conhecimento é marcada por desigualdades. Ela explica que certos grupos (como mulheres negras) têm suas vozes apagadas, enquanto outros dominam narrativas. 

A obra também rebate críticas ao conceito, mostrando que reconhecer lugares de fala não é sobre censura, mas sobre justiça epistêmica e inclusão de perspectivas marginalizadas. 

Djamila Ribeiro é filósofa, escritora e ativista brasileira, referência nos estudos sobre feminismo negro e antirracismo. Mestre em Filosofia Política, foi secretária-adjunta de Direitos Humanos de São Paulo e colunista de grandes veículos. 

Autora best-seller, integrou a lista das 100 mulheres mais influentes do mundo (BBC, 2019). Seus livros, como Pequeno Manual Antirracista e Lugar de Fala, são fundamentais para entender racismo, gênero e desigualdade no Brasil. 

Para Djamila, o racismo estrutural não se resume a atos individuais, mas é um sistema enraizado em instituições, cultura e relações sociais, perpetuando desigualdades. 

Ela destaca que ele opera de forma invisível, normalizando a exclusão de pessoas negras em espaços de poder, educação e mídia. Seu trabalho enfatiza a necessidade de reconhecer e combater essas estruturas para transformar a sociedade. 

Algumas frases marcantes de Djamila Ribeiro incluem: 

• "Silêncio é conivência." (sobre a necessidade de se posicionar contra opressões). 
• "Lugar de fala não é sobre quem pode falar, mas sobre quem é ouvido." 
• "O racismo não é um problema meu, é um problema seu." (destacando que o combate ao racismo é responsabilidade coletiva). 

• "Não basta não ser racista, é preciso ser antirracista." (inspirada em Angela Davis, reforça a ação ativa contra desigualdades). 

No Pequeno Manual Antirracista, Djamila oferece reflexões e ações práticas para combater o racismo no cotidiano. 

Dividido em capítulos curtos, aborda temas como privilégio branco, representatividade, justiça social e a importância de revisar comportamentos e estruturas. O livro é um convite à autocrítica e à mudança, mostrando que o antirracismo exige compromisso diário, não apenas discurso. 

Djamila discute a invisibilidade como um mecanismo de apagamento de corpos e vozes negras, especialmente de mulheres. Ela explica como a sociedade ignora histórias, demandas e contribuições de pessoas negras, naturalizando sua exclusão. 

Para ela, combater a invisibilidade exige reconhecimento, representação e redistribuição de espaços — desde a cultura até a política. 

Djamila é autora de livros essenciais, como: 

• Lugar de Fala (2017): debate sobre voz e marginalização. 
• Pequeno Manual Antirracista (2019): guia prático para enfrentar o racismo. 
• Quem Tem Medo do Feminismo Negro? (2018): reúne artigos sobre gênero e raça. 
• Cartas para Minha Avó (2021): reflexões pessoais sobre ancestralidade e resistência.