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Saúde Mental e Neurociência

Patch Adams além do cinema: como o médico revolucionou os hospitais

Por Olívia Baldissera   | 
"Ao cuidar de uma doença você pode ganhar ou perder. Ao cuidar de uma pessoa você sempre ganha.”

Hunter Doherty "Patch" Adams, médico e fundador do Instituto Gesundheit

O nome soa familiar? Você deve ter lembrado do filme "Patch Adams: o amor é contagioso" (Tom Shadyac, 1998), com o ator Robin Williams no papel do protagonista.

O longa-metragem é inspirado na história real de Hunter Doherty "Patch" Adams, um médico americano que revolucionou o atendimento a pacientes em hospitais do mundo inteiro em 1971, com a fundação do Instituto Gesundheit.

A ideia era simples, mas inovadora para a época: levar palhaços até os hospitais para divertirem os pacientes. A proposta inusitada iniciou um movimento mundial em instituições médicas de 120 países, que incluíram a palhaçoterapia no tratamento de doenças.

Desde então, Patch Adams se tornou uma referência mundial no atendimento humanizado e já escreveu dois livros, “Gesundheit” e “House Calls”, ambos traduzidos para 14 idiomas. Como palestrante internacional, nos últimos trinta anos, já visitou mais de 70 países e até hoje inspira profissionais de saúde a incluírem a diversão no tratamento de doenças.

Conheça a biografia de Patch Adams e o que a iniciativa do médico tem a ensinar no acolhimento de pacientes em hospitais, principalmente se você atua na área de saúde mental.

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Quem é o verdadeiro Patch Adams?

Filho de um militar e uma professora, Hunter Doherty Adams nasceu em 28 de maio de 1945, em Washington D.C., Estados Unidos. A morte do pai em 1961 e o bullying sofrido na escola por defender causas sociais fizeram Patch tomar uma decisão que mudaria toda sua vida: ele faria uma revolução do amor. Estudou medicina na Virginia Medical University e, no tempo livre, realizava apresentações como palhaço.

O sonho em espalhar a felicidade fez com que o jovem médico buscasse soluções para integrar o hospital e a comunidade. O resultado foi a fundação do Instituto Gesundheit, entidade sem fins lucrativos que promove a atenção médica holística. A instituição defende que a saúde do indivíduo não pode ser separada, e nem tratada, longe da família, da comunidade e da sociedade como um todo.

Patch Adams se define como um ativista pela paz, justiça e cuidado para todas as pessoas. Desde os 18 anos de idade, ele se comprometeu a demonstrar estas qualidades: feliz, divertido, amoroso, cooperativo, criativo e atencioso. E foi esta visão de mundo que ocasionou uma revolução nos hospitais.

Como Patch Adams revolucionou o atendimento em hospitais de todo mundo

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Patch Adams em visita ao Marrocos. The GeSundheit! Institute/Divulgação 

Patch Adams é um dos pioneiros da humanização da assistência hospitalar, processo desencadeado pelos estudos da relação entre humor e saúde no campo da medicina nas décadas de 1960 e 1970. A humanização envolve melhorar a relação entre profissionais de saúde, pacientes e instituições médicas, a partir do resgate da afetividade nas relações, da valorização das queixas e do cuidado com o outro.

O objetivo é praticar um cuidado mais humano, a partir de um conceito ampliado de saúde, que vai além do corpo físico. A doença e os sintomas deixam de ser a principal preocupação e dão lugar à pessoa, sua ambientação na instituição de saúde e sentimentos por estar internada. A prioridade são as necessidades subjetivas dos pacientes, que muitas vezes não são expressas em prontuários médicos. Dessa forma, a palhaçoterapia oferece uma melhora no humor e na saúde mental.

E esta é a missão do Instituto Gesundheit, que organiza desde 1985 excursões de voluntários para promover a alegria como ferramenta terapêutica ao redor do mundo. A Global Outreach atende principalmente comunidades pobres, zonas de guerra, campos de refugiados e áreas de desastre.

Em 2002, uma das viagens se tornou tema do documentário “Clown in Kabul”, que registrou ao trabalho de 22 palhaços para levar ajuda e insumos médicos ao Afeganistão.

Trajetória incrível, não é? E você pode aprender com o próprio Patch Adams como realizar um atendimento humanizado e promover a saúde mental entre seus colegas e pacientes.

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Sobre o autor

Olívia Baldissera

Olívia Baldissera

Jornalista e historiadora. É analista de conteúdo da Pós PUCPR Digital.

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