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Carreira

Quiet thriving: crescendo na carreira de forma silenciosa

Por Olívia Baldissera   | 

Mais um movimento que começa com “quiet” surgiu no mundo do trabalho. 

Depois do quiet quitting e do grumpy staying, chegou a vez do quiet thriving, uma outra perspectiva para lidar com a insatisfação com as tarefas do dia a dia ou com uma cultura tóxica. 

Saiba mais sobre ela a seguir: 

O que significa quiet thriving
Diferença entre quiet quitting e quiet thriving
Grumpy staying, outra estratégia para lidar com a insatisfação
Como passar do quiet quitting para o quiet thriving

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O que significa quiet thriving 

Quiet thriving é uma estratégia de carreira recente no meio corporativo caracterizada por pequenas mudanças no dia a dia de trabalho, com o objetivo de lidar com as frustrações e proteger a saúde mental. Elas são realizadas por indivíduos que estão insatisfeitos com o emprego ou com a cultura organizacional, mas não podem simplesmente pedir demissão por uma série de motivos.

Essas mudanças são feitas de forma ativa e consciente, em busca de satisfação pessoal e profissional. Quem adota uma postura de quiet thriving ainda almeja o sucesso, mas, por estar descontente com a cultura ou a liderança, busca-a de uma forma mais discreta. 

Por isso, a pessoa não espera um reconhecimento público, realizando ações que são pouco visíveis para os outros. Para ela, o mais importante é realizar um trabalho com propósito e estar bem consigo mesma. 

Mas como esse profissional será reconhecido? Pelos resultados de suas ações, mostrados na hora certa para as pessoas certas. 

Ou seja, como essas conquistas não são publicizadas, é nos feedbacks e conversas 1:1 com o gestor que quem adere ao quiet thriving apresenta os resultados das suas entregas.  

Em português, “quiet thriving” pode ser traduzido para “prosperar de forma silenciosa” ou “crescer em silêncio”. 

O termo foi cunhado pela psicóloga Lesley Alderman em uma coluna no jornal americano The Washington Post, em dezembro de 2022. Ela usou as palavras “quiet thriving” para propor uma alternativa ao quiet quitting.

>>> Leia também: O que é inteligência espiritual e por que ela é tão importante para sua carreira

Diferença entre quiet quitting e quiet thriving 

As duas estratégias ganharam com força com a pandemia de Covid-19, que levou as pessoas a refletirem sobre propósito e o tempo que dedicavam a empregos que, para elas, poderiam não ter significado. 

A principal diferença entre quiet quitting e quiet thriving está na forma de lidar com a insatisfação no trabalho. No quiet quitting, o profissional realiza apenas as tarefas que são de sua competência, sem se esforçar muito. Ele faz estritamente o que foi combinado com o gestor, sem correr o risco de perder o emprego. 

Já no quiet thriving, em vez de entregar o mínimo, a ideia é tomar ações específicas que ajudem a se sentir mais engajado com o trabalho e, assim, crescer dentro da organização de acordo com o seu propósito. Por isso a expressão “thriving”, que pode ser traduzida para “prosperidade”. 

Essas ações fazem com que o indivíduo tenha um senso de agência, de controle sobre o que o incomoda. Fazer mudanças de forma ativa, mesmo que pequenas, levam a níveis maiores de satisfação com o trabalho. 

 

 

Grumpy staying, outra estratégia para lidar com a insatisfação 

O grumpy Staying, que pode ser entendido como “ficar em algum lugar de mau humor”, descreve o comportamento de pessoas descontentes com o trabalho, mas que permanecem no emprego e falam abertamente sobre suas insatisfações. Elas não pedem demissão por medo de ficarem desempregadas e sem plano de saúde.  

A estratégia é vista em especial nas gerações americanas mais novas, que não têm medo de criticar o modelo de trabalho adotado pela empresa e deixam claro que, caso as demandas não sejam atendidas, podem pedir demissão assim que encontrarem uma oportunidade. 

>>> Leia também: Life Design: projetando uma carreira com propósito

Como passar do quiet quitting para o quiet thriving 

Fazer apenas o básico pode parecer uma boa opção quando estamos exaustos, mas no longo prazo pode levar a problemas de saúde mental. E sabemos que pedir demissão está longe de ser uma possibilidade pra muita gente. 

Então quais ações ajudariam a passar do estado de quiet quitting para o de quiet thriving? 

A psicóloga Lesley Alderman elencou 10 no artigo do The Washington Post: 

1. Advogue por uma causa 

Encontre algo que seja importante para você e converse com o seu gestor sobre o que poderia ser feito. Pode ser deixar as reuniões diárias mais curtas, mudar os dias do trabalho presencial ou até montar uma equipe de corrida na empresa. Caso receba uma resposta negativa, pergunte qual foi o motivo. 

2. Encontre algo que você gosta no trabalho 

Liste todas as atribuições do seu cargo, tarefas que você realiza no dia a dia e demais momentos comuns no seu trabalho. Isso vai te ajudar a identificar o que você gosta e o que não gosta. 

Em seguida, faça uma lista separada do que você gosta no trabalho. Pode ser uma atividade ou a hora do cafezinho. O ideal é revisá-la com frequência para adicionar ou retirar itens. 

3. Molde o seu trabalho 

A ideia é ampliar o seu escopo de atividades de acordo com o que é mais atraente para você. Se houver algo que você não faz hoje, mas gostaria de tentar, converse com o seu gestor para ser uma de suas atribuições. 

4. Cultive amizades 

Converse com seus colegas para saber com quais deles você tem mais afinidade. Ter amigos no trabalho ajuda a ser mais inovador, sentir-se mais engajado e ter mais momentos de diversão no dia a dia. 

5. Defina suas intenções 

O que você espera alcançar no final do dia? Ou como você vai reagir a determinadas situações? Estabelecer suas intenções é uma forma de lidar de forma mais positiva com as questões de trabalho. 

6. Faça parte de um grupo 

Pode ser dentro ou fora do trabalho. O importante é criar vínculos com pessoas que tenham valores parecidos com os seus. 

7. Estabeleça limites 

Evite horas extras ou se manter conectado após o expediente. Lembre-se de priorizar sua saúde e o seu sono. Sua saúde mental vai agradecer. 

8. Faça pausas 

Tirar 10 minutos para fazer algo que gosta pode te ajudar a ter mais produtividade. Vale desenhar, ouvir música ou fazer carinho no seu pet (caso você trabalhe de casa). 

9. Faça uma lista das suas conquistas 

Além de se sentir mais confiante, terá material para atualizar o seu currículo (no caso das conquistas relacionadas à profissão). A lista também vai te ajudar na hora de contar ao seu gestor os resultados do seu trabalho. 

10. Procure ajuda profissional 

Se você se sentir sem rumo e com vontade de desistir, não hesite em conversar com um consultor de carreira ou um mentor de confiança. O aconselhamento de um psicólogo também pode te ajudar nessa hora. 

Adicionamos mais uma ação à lista que pode te ajudar a adotar o quiet thriving: busque informações que estimulem a reflexão sobre propósito e futuro do trabalho, além de estratégias para lidar com os desafios do cotidiano do trabalho. Podem ser podcasts, vídeos, livros, artigos e cursos.

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Esperamos que este pequeno guia sobre quiet thriving incentive uma reflexão sobre seus objetivos profissionais. Independentemente de qual estratégia de carreira você escolher, o importante é fazer algo que tenha sentido para você.

Sobre o autor

Olívia Baldissera

Olívia Baldissera

Jornalista e historiadora. É analista de conteúdo da Pós PUCPR Digital.

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