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Inovação na Saúde

As 5 tendências de tecnologia na saúde para 2030, segundo a ARC

Por Olívia Baldissera   | 

Qual o futuro da medicina com a transformação digital em curso? É difícil dar uma única resposta para esta pergunta, por isso instituições hospitalares públicas e privadas se uniram a startups, universidades e governos para criar centros de pesquisa sobre inovação na saúde.

Um deles é o ARC do Sheba Medical Center, o maior hospital de Israel. A sigla, em inglês, refere-se à "aceleração", "redesign" e "colaboração", pilares de uma estratégia construída para criar soluções de ponta para a medicina. 

Recentemente, o diretor de inovação do Sheba Medical Center, Eyal Zimlichman, escreveu um artigo para a NEJM Catalyst Innovations in Care Delivery, em parceria com médicos americanos e irlandeses, sobre o futuro dos sistemas de saúde. Você pode ler o texto na íntegra, em inglês, aqui.

O paper apresenta tendências de tecnologia na saúde para 2030 que vão mudar a forma como as redes pública e privada operam. Os autores alertam que as mudanças não acontecerão de maneira uniforme e em uma escala global, pois é necessário levar em consideração o contexto social e econômico de países desenvolvidos e em desenvolvimento.

Conheça 5 destas tendências a seguir.

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5. A casa no lugar do hospital: telemedicina e tratamentos remotos serão cada vez mais frequentes

Hoje os hospitais são centrais nos sistemas de saúde, sejam públicos ou privados. Muitas vezes, eles concentram os atendimentos primários, secundários e terciários, sendo um dos primeiros pontos de contato da jornada do paciente.

Segundo os autores do artigo, a tendência é que a assistência médica seja transferida do hospital para centros comunitários de saúde e para a casa do paciente. A Covid-19 acelerou esta mudança, que tem como pilar as novas tecnologias na saúde empregadas para evitar a disseminação da doença.

Os avanços na telemedicina permitirão aos pacientes ter assistência a nível hospitalar em suas próprias casas, como parte de programas at-home hospital care. Este conceito tem se popularizado nos últimos anos com a disseminação de dispositivos de monitoramento. O indivíduo é orientado a acompanhar o próprio estado de saúde, por meio de aplicativos no smartphone ou wearables.

Os dados armazenados auxiliariam em um atendimento e tratamento mais personalizado, além de prever o agravamento de quadros que podem evoluir para doenças crônicas.

Ainda, novas tecnologias na saúde como Realidade Aumentada (AR), sistemas de cirurgia remotos e telementoria possibilitarão que procedimentos sejam realizados em centros cirúrgicos comunitário. Dessa forma, os hospitais se tornarão espaços voltados ao tratamento de doenças agudas.

4. Qualidade e resultado no atendimento influenciarão sistemas de saúde privados

A questão do pagamento não está tão ligada às tecnologias na saúde, mas a uma mudança de filosofia por parte do setor privado. O sistema deve se basear na ideia de promoção da saúde plena e não na assistência em si, ou seja, no valor do atendimento em vez da quantidade de procedimentos.

Hoje, hospitais, clínicas, laboratórios e planos de saúde se beneficiam financeiramente ao oferecer cada vez mais serviços, de forma fragmentada. Mas em 2030 este modelo deve ser substituído por um que tenha como objetivo o melhor resultado para o paciente.

A instituição seria remunerada de acordo com o sucesso de procedimentos atrelado à qualidade de vida do paciente e de sua família. O resultado do tratamento seria mensurado por meio de novas tecnologias na saúde como wearables e biosensores.

3. Tecnologias na saúde mudarão o foco da cura para a prevenção

Investir em prevenção em vez de dar ênfase à cura e à reabilitação é uma solução para construir sistemas de saúde sustentáveis. Ela começa no atendimento primário e na orientação dos pacientes. Eles devem ser estimulados a usar tecnologias de monitoramento de saúde que já fazem parte do dia a dia deles, como o smartphone, para acompanhar a variação do peso, a intensidade das atividades físicas e o controle da dieta.

Se necessário, as pessoas poderão contar com coaches de bem-estar que as ajudarão a analisar os números e mudar hábitos de vida. Tudo isso por teleconsulta, um dos pilares da Saúde 4.0, conceito que descreve o fenômeno do uso das tecnologias na saúde.

A prevenção continua com a Inteligêncian Artificial (IA) e o machine learning, que já ajudam profissionais de saúde a estabelecerem um diagnóstico e construir um tratamento mais individualizado. Na prática, esta tecnologia na saúde auxilia médicos a avaliarem o nível de cuidado exigido pelo indivíduo e quais medicamentos são os mais adequados para seu estado de saúde.

2. Menos especialidades médicas e mais atenção ao paciente

Nos últimos cinquenta anos, houve uma proliferação de especialidades e subespecialidades na medicina. A tendência para 2030 é que os profissionais da saúde voltem a ser mais generalistas, principalmente em países onde houver uma diminuição na força de trabalho clínica.

Em um cenário de falta de profissionais, equipes médicas deverão trabalhar de forma integrada para garantir uma assistência de qualidade. A saúde digital auxiliará a atender esta demanda, principalmente com a IA.

Esta tecnologia na saúde integrará especialidades como radiologia e patologia para formar uma nova, a medicina diagnóstica.

1. Parceria com big techs para desenvolver novas tecnologias na saúde

Já imaginou ir ao supermercado para fazer um exame dentário ou ter uma consulta médica – e pagar apenas 25 dólares? Isso já é uma realidade nos Estados Unidos, na rede Walmart, e o conceito de conveniência médica deve se espalhar pelo mundo até 2030.

Clínicas, hospitais e laboratórios encontrarão competidores fora da área da saúde, especialmente em regiões distantes dos grandes centros urbanos. Além do Walmart, big techs como Uber, Amazon e Salesforce devem investir no setor e apostar em transporte médico, cadeia de suprimentos e aquisição de pacientes.

A tecnologia na saúde também será impulsionada por Apple, Google e Microsoft, que já desenvolvem produtos e serviços para sistemas públicos e privados. Um exemplo são os investimentos da Microsoft no projeto Inteligência Artificial para Covid-19 no Brasil (IACOV-BR), reconhecido como uma das maiores inovações tecnológicas na saúde de 2020.

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Sobre o autor

Olívia Baldissera

Olívia Baldissera

Jornalista e historiadora. É analista de conteúdo da Pós PUCPR Digital.

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