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Negócios e Gestão

Como gerenciar uma equipe remota? “O líder deve servir ao time”, diz head do Google Cloud

Por Olívia Baldissera   | 

Você teve que adaptar o seu estilo de liderança ao trabalho remoto com a pandemia?

Gestores das mais diferentes áreas de atuação lidam com esse desafio todos os dias, por isso a Pós PUCPR Digital organizou o Digital Talks, uma série de lives no Instagram @pospucprdigital com profissionais referência em gestão.

O head de Engenharia para Clientes do Google Cloud e professor convidado da Pós PUCPR Digital, Daniel Pretti, compartilhou experiências e boas práticas de gestão de equipes remotas na live desta semana.

Pretti já atuou em outras big techs, como Amazon Web Services (AWS) e Microsoft, onde ocupou cargos de liderança – e fazia a gestão de times remotos antes mesmo da pandemia.

A conversa foi mediada pelo coordenador do curso Gestão de Projetos, Jornada do Cliente e Metodologias Ágeis, Milton Coutinho.

Aqui você vai ver as principais ideias discutidas na live com Daniel Pretti. O conteúdo foi adaptado para facilitar a leitura, seguindo o formato de perguntas e respostas.

Confira:

  1. Quais são as preocupações atuais sobre como gerenciar equipes remotas?
  2. A gestão remota do trabalho já existia antes da pandemia?
  3. Quais foram os novos desafios que a pandemia trouxe?
  4. Do ponto de vista humano, qual preparação um profissional deve buscar para fazer a gestão de equipes remotas?
  5. A liderança servidora já não era importante antes da pandemia?
  6. É necessário ligar a câmera em todas reuniões?
  7. Existe um número ideal de membros na equipe remota?
  8. Como implantar pausas informais ao longo do dia, como a do cafezinho com os colegas?
  9. Como acompanhar o andamento dos projetos no remoto?
  10. Quais as soft skills necessárias para os membros de uma equipe remota?
  11. O que um líder deve fazer para começar a gerenciar uma equipe remota?
  12. Aprenda a como gerenciar uma equipe remota com quem é referência

Você também pode assistir à live na íntegra:

Resumo do Digital Talks sobre como gerenciar uma equipe remota

  • A melhor abordagem para a gestão de equipes remotas é a liderança servidora.
  • O gestor deve criar um ambiente de segurança psicológica para os membros do time se sentirem à vontade para expor suas necessidades, mesmo no meio online.
  • É importante que as reuniões sejam feitas com a câmera ligada para fortalecer o relacionamento entre a equipe.
  • Os times remotos devem ter entre 7 a 10 pessoas para que a liderança servidora seja efetiva;
  • É importante reservar espaços na agenda para conversas informais com a equipe, simulando aquele bate-papo do cafezinho;
  • Um método para acompanhar o andamento de projetos é o OKR, usado pelos times remotos da Google. Usá-lo envolve alinhar expectativas entre gestor e equipe;
  • Dar autonomia à equipe é a chave para as pessoas entregarem bons resultados, além de estimular a inovação no trabalho.

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Quais são as preocupações atuais sobre como gerenciar equipes remotas?

Daniel Pretti contou sua experiência no Google Cloud, onde faz a gestão do time de engenheiros que atendem os clientes no dia a dia de operação.

Lá o atendimento é praticamente 100% remoto, apesar da Google seguir o modelo híbrido, pois é o formato adotado pela maioria dos clientes. Por isso o desafio de conciliar as agendas e trabalhar em conjunto com as empresas atendidas é grande.

Para Pretti, a pandemia trouxe um desafio adicional, pois obrigou a maioria das organizações a exercitar esse modelo de última hora. Ela trouxe novas questões sobre como liderar times em home office, do momento em que as pessoas entram na empresa à gestão do dia a dia de trabalho.

A gestão remota do trabalho já existia antes da pandemia?

Sim. Esse modelo já era reconhecido e muito usado por empresas de tecnologia, principalmente nos times de vendas e de atendimento ao cliente.

O head do Google Cloud citou como exemplo a construção de ferrovias no século 19, nos Estados Unidos. Toda a gestão era descentralizada nesse período.

Mas foi a indústria da tecnologia que fez esse modelo decolar. Nas décadas de 1970 e 1980, houve um boom no número de vagas remotas de trabalho.

O que a pandemia fez foi forçar organizações de outros setores a adotarem o home office.

Quais foram os novos desafios que a pandemia trouxe?

Para Daniel Pretti, o maior desafio foi garantir o bem-estar e a saúde das pessoas.

Antes da pandemia, o home office era visto como um meio adicional de trabalhar em conjunto. A Covid-19 transformou a exceção em regra em um momento crítico, quando as pessoas não podiam sair de casa e ainda tomar cuidados redobrados com a família.

Por isso, antes de pensar nos processos do modelo remoto, era preciso entender se as pessoas estavam bem para trabalhar.

Outro ponto era pensar em como as pessoas dividiriam os momentos de trabalho dos pessoais no home office. Elas conseguiriam se desconectar no final do dia?

A pandemia trouxe uma complexidade ao modelo remoto, pois misturou as atividades do trabalho com o dia a dia doméstico.

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Do ponto de vista humano, qual preparação um profissional deve buscar para fazer a gestão de equipes remotas?

Usando os treinamentos de segurança psicológica da Google como exemplo, Daniel Pretti explicou as vantagens da abordagem da liderança servidora para gerenciar equipes remotas.

Nessa abordagem, os líderes não fazem microgerenciamento, mas estão presentes no dia a dia para servir ao time da melhor forma possível.

Um líder servidor faz o time se sentir à vontade para falar o que precisa para trabalhar bem, seja um equipamento novo ou um período para ajudar os filhos com a lição de casa.

“Dar segurança para as pessoas exporem suas necessidades é essencial para fazer a gestão de equipes remotas.”

A liderança servidora já não era importante antes da pandemia?

Sim. Por isso, para Pretti, os líderes que conseguiram se adaptar mais rapidamente à gestão remota foram os que que já seguiam a liderança servidora.

A pandemia teria mostrado a dificuldade de alguns gestores em criar relações de confiança, por estarem presos a métodos que não são as melhores formas de lidar com as pessoas.

A divisão entre vida pessoal e profissional é um mito, por isso o gestor precisa enxergar os colaboradores como seres humanos completos.

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É necessário ligar a câmera em todas reuniões?

Depende.

A câmera é muito importante para fortalecer o relacionamento no trabalho remoto, em especial na área de vendas. Pretti contou que, na Google, os gestores incentivam que as reuniões sejam feitas com as câmeras ligadas.

Para isso a equipe recebe treinamentos sobre como se portar nos encontros online, além de receber equipamento adequado para garantir a qualidade de vídeo, som e luz.

Mas há alguns pontos a se considerar, como a fadiga de Zoom. É cansativo passar o dia inteiro olhando para uma câmera, observando as expressões dos outros e as suas.

Para amenizar esse cansaço visual, o head do Google Cloud deu três dicas:

  • Ter períodos do dia sem reuniões marcadas. Assim é possível trabalhar sozinho e com a câmera desligada.
  • Usar o chat e o e-mail para atividades assíncronas.
  • Fazer algumas reuniões por telefone, ou seja, apenas por áudio, principalmente as que envolvam apenas duas pessoas.

Existe um número ideal de membros na equipe remota?

Para Daniel Pretti, um time deve ter entre 7 a 10 pessoas, estejam elas trabalhando no presencial ou em casa.

Assim é possível ter um contato mais próximo com os integrantes para entender suas necessidades.

Como implantar pausas informais ao longo do dia, como a do cafezinho com os colegas?

O remoto trouxe a formalização desses momentos, segundo o head do Google Cloud.

Pretti compartilhou os vários modelos que testaram na Google para simular as pausas informais do escritório, algo de que as pessoas sentiram muita falta ao migrar para o home office.

A conclusão a que chegaram foi que, trabalhando a distância, é preciso ter uma intencionalidade maior na conexão entre as pessoas.

Por isso, gestores precisam ter espaços nas suas agendas para conversar com as equipes, mesmo que não seja possível copiar a informalidade daquela conversa durante o cafezinho.

Como acompanhar o andamento dos projetos no remoto?

Daniel Pretti explicou que existem várias metodologias para fazer a gestão de equipes remotos. Algumas delas são abordadas por ele no curso da Pós PUCPR Digital.

Na Google, são utilizados os OKRs, sigla em inglês para “Objectives and Key Results”, que pode ser traduzido para “Objetivos e Resultados-Chave”.

Nesse método, os objetivos devem ser coletivos e claros para o time. Eles ajudam a entender se a equipe está contribuindo com a estratégia do negócio como um todo ou não. As métricas também devem ser claras, para todos entenderem como os resultados são medidos.

O mais importante é alinhar o que se espera de cada um dos membros da equipe, por isso os OKRs são desdobrados em expectativas individuais. A ideia não é fazer microgerenciamento, mas, sim, explicitar o que se espera da pessoa na função que ela exerce.

Outro método usado na Google é o de snippets. Os membros do time devem compartilhar o que foi feito na semana anterior e o que será realizado nos próximos dias com os colegas, por meio de textos curtos e objetivos.

Assim todos ficam a par do trabalho e conseguem contribuir para o andamento do projeto.

“Independentemente do método, é fundamental respeitar o trabalho e a autonomia das pessoas”, reiterou Pretti.

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Quais as soft skills necessárias para os membros de uma equipe remota?

São as mesmas do trabalho híbrido e presencial. Habilidades como comunicação, resiliência e adaptabilidade são importantes para todo profissional, esteja ele em casa ou no escritório.

O que um líder deve fazer para começar a gerenciar uma equipe remota?

Daniel Pretti defendeu o modelo de liderança servidora, que tem como pilar acreditar nas pessoas e na capacidade delas. Afinal, elas precisam de autonomia para fazer o seu melhor.

Como gestor, é preciso estar ciente de que você vai errar. Isso não pode ser uma trava para experimentar e testar novos métodos até encontrar os mais adequados ao seu estilo de gestão.

“As empresas que conseguirem se adaptar ao modelo remoto e híbrido vão ter uma vantagem competitiva em relação as demais. O home office é um fator de atração de talentos e de ganhos financeiros para as organizações”, concluiu.

Aprenda a gerenciar uma equipe remota com quem é referência

Conheça outros métodos de gestão de equipes remotas com as aulas exclusivas do head de Engenharia para Clientes do Google Cloud, Daniel Pretti, nos cursos da Pós PUCPR Digital.

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Sobre o autor

Olívia Baldissera

Olívia Baldissera

Jornalista e historiadora. É analista de conteúdo da Pós PUCPR Digital.

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