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Como resolver problemas de maneira ágil, barata e eficiente? O design thinking é a resposta!
Ele é uma abordagem inovadora de identificação e solução de problemas. Geralmente está associado ao desenvolvimento de produtos e serviços, mas o conceito é muito mais amplo.
Organizações nacionais e internacionais dos mais diferentes segmentos adotaram o design thinking no seu dia a dia para entender as demandas dos seus clientes. A estratégia pode ser usada em todos os setores de uma companhia, sendo, inclusive, incorporada na cultura organizacional para promover o engajamento de colaboradores com o propósito da empresa.
Neste artigo, você vai conhecer 7 exemplos de design thinking que solucionaram problemas de empresas e clientes, além de aumentarem as vendas e fortalecerem o relacionamento de marcas com os consumidores. Vamos lá?
Reprodução/Natura
Desde 2012, a maior multinacional brasileira de cosméticos é parceira do Media Lab do Massachusetts Institute of Technology (MIT), centro de pesquisa referência em inovação, design e tecnologia.
Esta é uma das apostas da marca para melhorar a experiência dos usuários de seus produtos. Além de investir em estudos sobre a pele humana para melhorar a qualidade dos produtos, como o Natura Tododia , a marca trabalha com o design thinking para criar novos lançamentos para o mercado de cosméticos.
O exemplo de design thinking mais conhecido é o case dos shampoos e condicionadores Sou. A empresa precisava desenvolver produtos para cabelo 30% mais baratos do que a linha mais básica da marca e ainda reduzir em 50% o impacto ambiental da embalagem em relação a outras usadas pela Natura.
Para encontrar a solução, pesquisadores da marca se hospedaram na casa de consumidores para verificar como eles usavam o shampoo no dia a dia. Eles perceberam que as pessoas preferem comprar refis, pois são mais baratos e ocupam menos espaço no armário do banheiro.
Assim foi o processo de design thinking da Natura, que resultou em uma embalagem 70% mais barata e que ocupa 94% menos espaço que a média de outros vidros de shampoo. Hoje a linha Sou é o cosmético mais sustentável da multinacional.
Divulgação/Havaianas
O exemplo de design thinking da Havaianas já se tornou um clássico, que inspira profissionais de marketing, designers e empreendedores até hoje. Em 2008, a marca procurou a IDEO, consultoria referência em design thinking. O objetivo era lançar uma linha de bolsas na São Paulo Fashion Week (SPFW) daquele ano que aliasse o espírito brasileiro das Havaianas a uma estética mais refinada.
Os pesquisadores da IDEO conversaram com pessoas não só do Brasil, mas da Austrália, Índia, Inglaterra e França, para entender como elas se relacionavam com a Havaianas. Eles descobriram que os entrevistados associavam a marca à simplicidade, autenticidade, diversão, alegria e conforto.
Ainda, foi realizada uma série de brainstorms para realizar os croquis e os protótipos das bolsas, etapas essenciais do design thinking. Foram testados diferentes materiais e formatos até que fosse encontrado um modelo alinhado ao espírito de Havaianas. A bolsa estreou no SPFW de 2008 e foi lançada mundialmente em 2009.
Lançado em 2016, o UberEats é um exemplo de design thinking dentro da gigante da mobilidade. Para entender o mercado de delivery que estavam prestes a entrar, designers da Uber exploraram in loco os ambientes onde os consumidores vivem, trabalham e comem em cidades do mundo inteiro, de Bangkok a Londres, de São Paulo à Cidade do Cabo.
A equipe da empresa de tecnologia também realizou entrevistas com donos de restaurantes, clientes e entregadores. O objetivo era entender a cultura alimentar de cada uma das regiões e verificar como as pessoas usam os recursos do aplicativo de mobilidade no dia a dia. As imersões receberam o nome de Programa Walkabout.
Após o lançamento do Uber Eats, os designers acompanham o uso e desempenho do aplicativo diariamente para otimizar o serviço e corrigir erros que possam surgir. Workshops de inovação e design thinking também fazem parte da rotina da equipe criativa da empresa de mobilidade. É nestes encontros que surgem novas ideias para melhorar as funcionalidades do app.
Outros exemplos de design thinking da Uber que já impactaram o consumidor final são: a possibilidade do motorista realizar viagens e fazer entregas ao mesmo tempo; dashboards para restaurantes acompanharem a demanda de pratos específicos do menu e, se necessário, ajustarem seus menus; e listas de restaurantes que preparam e entregam refeições em menos de 30 minutos.
Reprodução/Tônica Antarctica
O reposicionamento da marca Tônica Antarctica em 2017 é um exemplo de design thinking da Ambev, que tem um núcleo interno de inovação e programas de impulsionamento de startups.
As vendas estavam aquém do potencial do mercado. Uma das hipóteses era que os jovens não conheciam o produto, apesar de ser a primeira água tônica do Brasil, lançada em 1914.
Para encontrar uma solução, a Ambev fez uma parceria com a Questtonò , consultoria internacional de estratégia e design. Os pesquisadores da empresa foram a bares participar de rodas de conversa com jovens.
Eles descobriram um sentimento de insegurança nesta nova geração, relacionada principalmente à vida financeira e profissional. A partir deste insight, a marca abordou o sentimento de transição para a vida adulta com a tagline “o amargo transforma”.
A abordagem do design thinking para reposicionar a Tônica Antarctica resultou em um aumento no número de consumidores e planos de estender a linha de produtos da marca.
A Totvs, empresa brasileira de software B2B, criou em 2014 uma área voltada exclusivamente para a experiência do usuário, chamada internamente de UX Lab. O objetivo era tornar os produtos mais amigáveis a tablets e smartphones.
Os executivos da Totvs perceberam que os colaboradores das companhias que usavam seus softwares não usavam mais o computador para registrar dados. Os smartphones e tablets passaram a desempenhar este papel e os produtos da empresa de tecnologia precisavam se adequar a esta realidade.
A abordagem do design thinking foi a escolhida para entender as demandas dos clientes. Ao realizar entrevistas no setor do varejo, a equipe de inovação da Totvs percebeu que era preciso criar um sistema simples que permitisse ao vendedor acompanhar o cliente pela loja, registrar compras e agilizar pagamentos.
Um protótipo de programa foi criado, testado e aprovado pelos usuários. O resultado do processo de design thinking foi a diminuição em até 90% do tempo de treinamento de vendedores em redes varejistas que usam o sistema da Totvs.
Este é apenas um exemplo de design thinking desenvolvido pela equipe de inovação da Totvs, que conta com profissionais de diferentes perfis, como designers, técnicos e pesquisadores. A empresa de software também mantém um programa de parceria com startups, o iDEXO.
A Samsung mantém uma parceria com a IDEO , mesma consultoria que auxiliou as Havaianas no lançamento da bolsa, desde a década de 1990. O design thinking está no cerne da inovação da marca de eletrônicos, que já realizou mais de 50 projetos com esta abordagem – alguns deles premiados, como os monitores LCD 970P e 971P, que ganharam o IDEA Gold award de 2007 e o iF Award de 2009.
O exemplo de design thinking mais recente da Samsung é o lançamento de uma linha básica de televisores, voltada para as classes C e D. A marca realizou entrevistas com famílias de baixa renda e vendedores de lojas populares, que revelaram que a TV ainda tem um papel de agregar a família dentro dos lares deste grupo.
Os pesquisadores também perceberam que as televisões precisavam ser resistentes a oscilações elétricas, frequentes nos bairros em que moravam os entrevistados.
Em vez de lançar uma linha nova de produtos, foram instalados dispositivos nas televisões quer as protegessem de eventuais quedas de energia. Além de ajudar os consumidores finais, a Samsung não precisou lançar um modelo novo no marcado, o que representa uma economia em estoque e logística. Tudo isso graças ao design thinking.
Divulgação/GE Healthcare
O último exemplo de design thinking desta lista ajuda a salvar a vida de crianças e ao mesmo tempo é uma fofura só. O case também já se tornou um clássico pela simplicidade da solução encontrada pelo designer Doug Dietz.
Nos anos 2000, o chefe de design da GE Healthcare lidava com este problema: como fazer as crianças perderem o medo de realizar exames de ressonância magnética? Se adultos já se sentem desconfortáveis ao adentrar em uma máquina escura e barulhenta, imagine meninos e meninas.
A partir da abordagem do design thinking, Dietz fez uma imersão em creches para entender o comportamento de crianças. Depois realizaou entrevistas com pedagogos, pediatras e guias de visitas infantis a museus.
As respostas o ajudaram a desenvolver o protótipo do scanner "Adventure Series", que seria instalado como um programa piloto na ala infantil do hospital da Universidade de Pittsburgh.
Qual o diferencial do scanner desenvolvido por Doug Dietz? Ele faz parte de uma ambientação divertida e colorida que traz elementos do universo infantil.
Ao alterar a decoração da sala de exames, o índice de satisfação dos pacientes mirins subiu em 90%. As crianças não se sentiam mais ansiosas ao fazer uma ressonância magnética, além de conseguirem se manter imóveis durante o exame.
O sucesso do projeto fez com que Doug Dietz oferecesse treinamentos de design thinking para outros colaboradores da GE, que desde então utilizam a abordagem no planejamento de novos produtos.
Por okleina
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