

Acompanhe
A geopolítica ambiental se tornou um tema central nas discussões globais, principalmente com o destaque que questões ambientais ganharam em fóruns internacionais. Isso impacta diretamente a economia, a diplomacia e a segurança de diversas nações.
Mudanças climáticas, disputas por recursos naturais e a necessidade urgente de acordos internacionais são apenas algumas das questões que estão moldando as relações entre os países.
Entenda o que é a geopolítica ambiental e explore as principais discussões que giram em torno desse tema, com um foco especial na posição do Brasil nesse contexto.
A geopolítica ambiental é o estudo da influência das questões ambientais sobre as relações entre os países e os equilíbrios globais de poder. Ela aborda, principalmente, o impacto de eventos climáticos sobre a política internacional e as estratégias de segurança nacional.
Além disso, a geopolítica ambiental analisa como os países lidam com os desafios globais de forma individual e coletiva. Isso inclui diretamente a criação de políticas ambientais e dos acordos internacionais.
Enquanto os países buscam preservar os seus interesses econômicos e territoriais, as questões ambientais introduzem novos elementos nas negociações diplomáticas. A escassez de recursos essenciais, como água e terras agrícolas férteis, pode gerar tensões geopolíticas.
Da mesma maneira, o avanço das mudanças climáticas obriga os países a repensarem as suas estratégias de desenvolvimento e a buscarem alternativas sustentáveis.
As discussões em torno da geopolítica ambiental envolvem uma série de temas que afetam diretamente as relações entre os países. A seguir, listamos as principais questões que dominam o cenário internacional.
As mudanças climáticas estão no centro das preocupações globais. O aumento das temperaturas, a elevação do nível do mar e os eventos climáticos extremos afetam todos os países, mas essas consequências são particularmente mais graves em regiões vulneráveis. Essas mudanças não só resultam em desastres naturais e crises humanitárias, como também influenciam políticas de comércio, segurança e desenvolvimento.
Alguns países em desenvolvimento, por exemplo, enfrentam grandes dificuldades em adaptar as suas economias aos impactos ambientais. As nações desenvolvidas, por sua vez, precisam lidar com as pressões para reduzir suas emissões de carbono.
As negociações climáticas internacionais, como a Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP), tentam reunir esforços para mitigar os impactos das mudanças climáticas. As soluções, porém, muitas vezes são desafiadas por conta de interesses econômicos conflitantes.
A soberania ambiental nada mais é que o direito que os países têm de controlar seus próprios recursos naturais e determinar as suas políticas ambientais. No entanto, em um mundo globalizado, essa soberania é constantemente desafiada por pressões externas, como sanções econômicas e acordos internacionais.
Na Amazônia, por exemplo, a soberania brasileira sobre as suas florestas é frequentemente discutida no cenário internacional. Embora o Brasil tenha o direito de explorar seus recursos naturais, existe uma pressão crescente por parte da comunidade internacional para que o país adote práticas de preservação ambiental. Esse tipo de tensão pode influenciar acordos comerciais e até mesmo alianças políticas.
Os tratados internacionais desempenham um papel fundamental na geopolítica ambiental ao fornecerem uma estrutura para a cooperação global no enfrentamento dos desafios ambientais. O Acordo de Paris, assinado em 2015, é um dos mais importantes, já que reúne países para limitar o aquecimento global a menos de 2°C em relação aos níveis pré-industriais.
Outros acordos, como o Protocolo de Montreal, que regula o uso de substâncias que destroem a camada de ozônio, e o Protocolo de Quioto, que visa à redução das emissões de gases de efeito estufa, são exemplos de como a diplomacia ambiental tenta lidar com os problemas globais. A eficácia desses acordos, no entanto, depende da adesão e do comprometimento dos países signatários — o que nem sempre acontece.
>>> Leia também
O Brasil desempenha um papel central na geopolítica ambiental devido à sua imensa riqueza natural, que inclui a maior parte da Floresta Amazônica e uma das maiores reservas de biodiversidade do mundo. A seguir, analisamos como o país se insere nesse cenário global.
Nos últimos anos, as políticas ambientais brasileiras têm sido alvo de intensa crítica internacional, especialmente em relação ao aumento do desmatamento na Amazônia.
O Brasil enfrenta o desafio de equilibrar o seu desenvolvimento econômico com a preservação de seus recursos naturais. A política ambiental do país é um tema bastante sensível, visto que afeta tanto a sua imagem global quanto suas relações comerciais com outras nações.
Marcada para 2025, a COP30 será sediada no Brasil. Esse evento coloca o país no centro das discussões globais sobre mudanças climáticas e o esperado é que o país tenha um papel ativo nas negociações para combater o aquecimento global.
A COP30 será uma oportunidade para o Brasil demonstrar seu compromisso com a preservação ambiental e a sua capacidade de liderar iniciativas globais de sustentabilidade. No entanto, o país também enfrentará desafios, como a pressão para continuar a reduzir o desmatamento e implementar políticas de conservação mais rígidas.
O Brasil tem a oportunidade de ser um líder global em sustentabilidade, especialmente devido ao seu potencial em energias renováveis — como a hidrelétrica, eólica e solar. O país, no entanto, também enfrenta grandes desafios, como a fiscalização ambiental e a pressão por desenvolver áreas protegidas.
O futuro da geopolítica ambiental no Brasil depende da capacidade de equilibrar crescimento econômico e conservação ambiental.
>>> Leia também
No cenário global, a geopolítica ambiental é caracterizada por uma série de desafios interconectados. Conheça os principais:
A escassez de recursos naturais, como água potável, petróleo e terras agrícolas, tem sido uma fonte crescente de tensões entre países. Em regiões como o Oriente Médio, as disputas por água são comuns e afetam diretamente a estabilidade política e econômica.
As mudanças climáticas têm um impacto desproporcional nas populações mais vulneráveis, o que força deslocamentos em massa e cria crises humanitárias. Eventos como as inundações e secas extremas forçam milhões de pessoas a migrarem provocam o aumento da pressão sobre países vizinhos e geram novos desafios geopolíticos.
Para enfrentar os desafios ambientais globais, a cooperação internacional é um fator importante. No entanto, muitas vezes os interesses nacionais entram em conflito com as necessidades globais. É fundamental, então, que os países trabalhem juntos para encontrar soluções que beneficiem tanto o meio ambiente quanto as suas economias.
A geopolítica ambiental é central nas discussões internacionais sobre as mudanças climáticas, soberania ambiental e acordos globais. O Brasil, com a sua biodiversidade e relevância, enfrenta diversos desafios e oportunidades — especialmente com a aproximação da COP30. A cooperação internacional, nesse caso, é essencial para enfrentar crises ambientais e assegurar um futuro sustentável para o planeta.
>>> Leia também
Por
Gostou deste conteúdo? Deixe seu comentário abaixo ou compartilhe com seus amigos!
Assine a News da Pós para ficar por dentro das novidades
Receba conteúdos sobre:
Formulário enviado com sucesso!