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Nenhuma empresa sobrevive sem profissionais de tecnologia. Este fato se reflete em um mercado aquecido se olharmos as estimativas da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom). Mais de 421 mil postos de trabalho devem ser criados no setor até 2024, o que dá mais de 100 mil vagas por ano. No entanto, os cursos superiores formam menos de 50 mil novos profissionais de TI por ano.
A lacuna profissional só aumenta a disputa por profissionais como cientistas de dados , especialistas em cibersegurança e desenvolvedores. Outro segmento da tecnologia que acompanha a demanda é o de governança de TI, que se tornou essencial para uma empresa alcançar seus objetivos com a transformação digital.
Se você pensa em aproveitar as oportunidades de um mercado aquecido, precisa saber o que é governança de TI e os benefícios de implementá-la nas organizações. Vamos lá?
A governança de TI é um conjunto de normas e práticas definido por cada organização para seu departamento de tecnologia de informação. Elas são estabelecidas a partir das exigências do setor e dos valores internos da empresa, norteando assim os processos internos. Esses parâmetros também determinam as responsabilidades de cada setor e os resultados esperados para cada uma das atividades executadas pelas equipes.
A governança de TI é um desmembramento da governança corporativa, que se tornou necessário com a massificação da informática na década de 1990. A área assumiu a responsabilidade de alinhar a estrutura de TI aos objetivos estratégicos e metas financeiras de uma empresa.
Na prática, a governança de TI define o orçamento para o setor de tecnologia da empresa, verifica se as normas e políticas estão sendo seguidas pelos colaboradores e dá suporte à tomada de decisões para quem ocupa cargos de chefia.
A governança de TI é responsável pela parte mais estratégica de desenvolvimento de objetivos para a área de tecnologia, enquanto a gestão executa as ações necessárias para atingir esses objetivos. Ou seja, enquanto a primeira tem uma visão macro do negócio, a segunda se concentra no dia a dia das atividades.
A diferença entre governança de TI e gestão de TI apresentada acima é a descrita pelo princípio 4 do COBIT 2019, framework de gerenciamento que detalharemos mais adiante.
Segundo o Information Technology Governance Institute (ITGI), os profissionais que atuam na governança de TI devem concentrar esforços em 5 áreas foco para entregar valor à empresa e mitigar risco. Conheça cada uma delas:
Quem atua na governança de TI de uma organização deve fazer com que a estratégia de TI esteja alinhada à dos negócios. Os métodos mais eficazes para criar harmonia entre as duas são a implementação de um modelo de arquitetura corporativa e gerenciamento de portfólio.
A equipe de governança de TI deve garantir que os investimentos em tecnologia dentro da empresa entreguem o máximo valor comercial possível de acordo com um nível aceitável de risco.
O ITGI publicou a estrutura Val IT para auxiliar a governança de investimentos em tecnologia. Ela é indicada para comunicar de forma mais clara a entrega de valor para as partes interessadas.
Além de identificar e avaliar os riscos, a áres de governança de TI deve saber comunicá-los aos setores da empresa e aos clientes. O ideal é criar um quadro de risco que preveja o planejamento de continuidade de negócios, o alinhamento aos requisitos legais e um método de demanda e tolerância para ser usado na tomada de decisões.
A governança de TI é responsável por definir e gerenciar o orçamento da área de tecnologia, o que envolve pessoas e infraestrutura. Ela deve fazer a aquisição e gestão de recursos, monitorar fornecedores externos e criar programas de treinamento e desenvolvimento pessoal.
É preciso fazer uma avaliação frequente da implementação da estratégia, da execução dos projetos e da aplicação dos recursos, para assim direcionar as ações de TI de acordo com as metas da organização. Um método indicado para a governança de TI são os balanced scorecards, que ajudam a visualizar as ações e resultados decorrentes das estratégias.
Assim como desenvolvedores tem o DevOps como modelo de entrega de valor, a governança de TI conta com diretrizes que norteiam o trabalho. As mais utilizadas são a norma ABNT ISO/IEC 38500 e o framework COBIT, que você irá conhecer agora.
É uma norma internacional de governança de TI publicada pela International Organization for Standardization (ISO), em parceria com a International Electrotechnical Commission (IEC). A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é a representante oficial da ISO no país e disponibiliza a ISO/IEC 38500 em português.
A norma ISO/IEC 38500 pode ser seguida por empresas de todos os segmentos e tamanhos, além de órgãos públicos, entidades governamentais e organizações sem fins lucrativos. Ela estabelece 6 princípios para uma boa governança de TI:
Todos os colaboradores e equipes da organização devem saber quais são suas atribuições no fornecimento de TI. Eles devem ter autonomia e poder de decisão ao lidarem com a tecnologia.
Executivos, gestores e colaboradores devem compreender qual a capacidade da área de TI, que também deve ter consciência das necessidades atuais da empresa como um todo. Ou seja, a governança de TI deve acompanhar a elaboração da estratégia, sua execução e como ela impacta os planos para o futuro dos negócios.
Deve haver equilíbrio e transparência nos investimentos da área de TI. Toda aquisição tem um motivo, que deve ser explicitado para a empresa, indicando benefícios, oportunidades, custos e riscos.
O monitoramento do desempenho da área de tecnologia dentro de uma organização deve ser constante. A governança de TI deve garantir que a área presta o suporte adequado às necessidades da empresa.
Os analistas e gestores da área de governança de TI devem estar atentos se processos e operações estão de acordo com a legislação e regulamentação do setor.
Uma boa governança de TI é feita por pessoas, por isso todas as relações humanas envolvidas no processo devem ser respeitosas e éticas.
O COBIT é um framework que ajuda profissionais de tecnologia a entenderem, criarem e implementarem a gestão e governança de TI de uma empresa. Ele foi lançado em 1996 pela ISACA e sua versão mais recente é o COBIT 2019.
A versão de 2019 expandiu os princípios de governança de TI e separou-os em dois grupos, um dedicado ao sistema de governança e outro a um framework de governança.
Os 6 princípios de um sistema de governança são:
Já os princípios do framework de governança são:
O COBIT 2019 ainda traz listas de componentes de sistema, áreas de foco, fatores de desenho, cascateamento de metas e objetivos de governança de TI. É bastante coisa, né? Por isso que, se você deseja atuar na área, é importante buscar cursos de COBIT e de outros modelos de governança. O curso Governança de TI, Segurança Digital e Gestão de Dados da Pós PUCPR Digital , por exemplo, tem uma disciplina que trata apenas do COBIT.
Agora que você já sabe conceitos e ferramentas, deve estar se perguntando como é o dia a dia de quem atua na área. Dentro de uma organização, o analista de governança de TI é responsável por:
Segundo o Glassdoor , um analista de governança de TI júnior ganha, em média R$ 4.062,00 por mês no Brasil. Já um profissional mais sênior , com especialização na área, pode receber até R$ 10 mil, em média.
Para você ter uma ideia da valorização deste profissional de tecnologia, o salário de um especialista em governança de TI é semelhante ao do mercado de arquitetura de software , que também está aquecido com a transformação digital. Um arquiteto de software também ganha R$ 10 mil, em média, de acordo com o Glassdoor.
Deu para perceber que a governança de TI é uma especialização em alta, concorda? Espero que este artigo tenha ajudado a enxergar mais oportunidades para sua carreira.
Por okleina
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