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A neuroeducação é uma área interdisciplinar que reúne os saberes da Neurociência, da Psicologia e da Pedagogia em prol da aprendizagem dos estudantes de todas as idades.
Ela também é chamada de “neuropedagogia”, “educação cerebral”, “neuropsicologia cognitiva” e “neurociência cognitiva”. Independentemente do nome usado pelos pesquisadores, todos se propõem a oferecer informações cientificamente embasadas para os professores melhorarem suas práticas pedagógicas.
Quer saber mais sobre o assunto?
Aqui você vai encontrar as principais informações sobre neuroeducação e descobrir como atuar na área. As informações abordadas neste texto são um resumo do artigo científico “Neuroeducação e a construção de Indicadores de Habilidades Cognitivas” , publicado em novembro de 2021 pela Revista Educação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
O principal objetivo da neuroeducação é promover melhores práticas de ensino entre os professores, que estarão mais aptos a ajudar crianças, adolescentes e adultos a explorarem todo seu potencial de aprendizagem.
A definição da neurocientista e professora de Harvard Tracey Noel Tokuhama-Espinosa ilustra bem esse propósito:
“A neuroeducação é a arte cientificamente fundamentada de ensino, ou a confirmação de melhores práticas pedagógicas com os estudos sobre o cérebro humano.”
Outro objetivo é explicar como e por que as atividades práticas feitas em aula contribuem com o desenvolvimento do conhecimento. Um dos motivos, por exemplo, é o aumento no número de processos que acontecem no cérebro dos estudantes quando eles recebem fortes estímulos – como o de aprender colocando a mão na massa, uma das propostas da cultura maker na educação.
Para oferecer respostas e orientações embasadas a educadores, os pesquisadores da área seguem duas vertentes de investigação:
Lembrando que o cérebro não é o único responsável pela aprendizagem. O órgão é a parte mais importante do Sistema Nervoso Central (SNC) por possibilitar que o ser humano tome consciência das informações que chegam por meio dos sentidos, além de coordenar o processamento das informações.
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Os estudos de neuroeducação trabalham com três conceitos básicos para explicar o processo de aprendizagem:
Na neuroeducação, o pensamento é considerado uma representação neural que cria um modelo mental com o objetivo de tomar consciência dos acontecimentos, organizar ideias, fazer associações, estabelecer estratégias, formular hipóteses e resolver problemas.
Ele se origina de um processo que cria elos com a realidade, ou seja, o que é percebido pelos sentidos, por meio da tradução da percepção pela mente.
O pensamento é uma das formas de o estudante expor como está o nível de aprendizagem. Ele se manifesta por meio das interações com o professor e colegas, ao falar, questionar, escrever e desenhar. Estas ações são uma demonstração do controle sobre a mente.
Do ponto de vista biológico, a memória é um conjunto de modificações nas sinapses químicas do cérebro. Ela se desenvolve por meio de conexões neurais na região do hipocampo. É como um rastro químico deixado pelos neurônios no cérebro.
A memória depende da frequência e prática com que um indivíduo se submete a um estímulo. Ela se divide em duas categorias a partir disso:
A neuroeducação considera a memória como uma das principais condicionantes para que haja a aprendizagem.
O conhecimento é formado a partir de três aspectos:
Todos são essenciais para o desenvolvimento e manifestação da inteligência humana, que envolve as capacidades analíticas, criativas e práticas:
Além de conhecer os conceitos básicos acima, é recomendado que os professores conheçam as 10 áreas de habilidades cognitivas para avaliar o desenvolvimento de cada estudante.
As áreas abaixo são necessárias para que toda criança estabeleça associações significativas durante o processo de ensino e aprendizagem:
Uma pessoa “aprende a aprender” quando pratica e aperfeiçoa todas essas habilidades. Caso o professor perceba um déficit em uma delas, ele deve avisar a equipe pedagógica da escola, que tomará as providências necessárias. Em alguns casos, o estudante pode ser encaminhado ao Atendimento Educacional Especializado (AEE).
É consenso entre pesquisadores da educação que todo professor deve ter uma base sobre neurociência para entender como o cérebro aprende, se adapta e memoriza para, assim, desenvolver novas metodologias de ensino.
A neuroeducação ainda não integra a grade curricular de todos as graduações em Pedagogia e nas licenciaturas, por isso o melhor caminho para aprender mais sobre a área é uma especialização em educação que aborde a neurociência na grade curricular.
Uma especialização na área de neuroeducação pode ser feita por toda pessoa que tiver um diploma de Ensino Superior, seja um bacharelado ou uma licenciatura, e que atenda as exigências da instituição de ensino, de acordo com o art. 1º, § 3º, da Resolução CNE/CES n°. 1, de 8 de junho de 2007.
Mas há categorias profissionais que têm muito a ganhar com uma pós-graduação em neurociência e educação:
Você pode levar algumas boas práticas da neuroeducação para a sala de aula antes de começar sua pós-graduação.
Em artigo para o blog “Brain-Based Learning” , o professor e neurocientista Eric Jensen separou 10 estratégias práticas que vão ajudar a potencializar a aprendizagem das suas turmas:
O movimento ajuda bastante no aprendizado, ao elevar as taxas de noradrenalina, dopamina e cortisol. Esses hormônios contribuem com a concentração e a memória.
O ideal é que os estudantes tenham entre 30 a 60 minutos para diminuir a resposta ao estresse e, assim, potencializar a neurogênese.
Quando falamos em movimento, não estamos pensando apenas nas aulas de educação física. Ele pode ser incorporado a uma aula com atividades gamificadas.
A neuroeducação comprovou que a socialização é essencial para o aprendizado de crianças e adolescentes. Condições sociais e isolamento comprometem o desenvolvimento das habilidades cognitivas.
Por isso, incentive a turma a se dividir em grupos mais diversos nos trabalhos em equipe. E lembre-se: o relacionamento professor-estudante também é muito importante!
Para que a aprendizagem aconteça de forma mais efetiva, os estudantes devem desenvolver suas capacidades de memória, processamento e sequenciamento de informações, atenção e regulação da impulsividade.
Quando planejar suas aulas, pense em atividades que não apenas trabalhem o conteúdo da disciplina, mas também todas essas capacidades.
Um ambiente estressante prejudica o desenvolvimento da cognição. É importante tornar a escola um espaço acolhedor, além de ensinar as crianças a perceberem e controlarem as próprias emoções.
Uma boa atividade que pode ser feita com crianças e adolescentes é a meditação.
Neurodiversidade é um conceito que defende que uma conexão neurológica atípica ou neurodivergente é uma manifestação da diferença humana e não uma doença que precisa ser curada.
Cada pessoa é única e tem o seu próprio ritmo de aprendizagem. Por isso, não espere que todos os estudantes estejam no mesmo nível de assimilação do conteúdo. Ajude-os a desenvolver as habilidades cognitivas necessárias para serem indivíduos autônomos e membros ativos da sociedade.
Jensen sugere aos professores que distribuam o conteúdo da aula, que geralmente tem 50 minutos, em blocos de tempo de acordo com a complexidade e do conhecimento prévio da turma sobre o assunto.
Ele explica que muito conteúdo ensinado em um intervalo curto de tempo exige uma carga cognitiva maior, sendo mais cansativo para os estudantes processarem as informações. Por isso, ele orienta que os assuntos que serão abordados em uma aula expositiva respeitem os seguintes intervalos de tempo:
Encerrado o bloco de conteúdo, repasse o que foi dito com os estudantes e estimule-os com perguntas, assim você os ajudará a processar as informações.
Trabalhar com a criatividade e produção artística não deve se restringir a uma disciplina específica nem a uma aula por semana.
Atividades como teatro, dança, desenho e pintura estimulam a capacidade de foco, memória e percepção espacial. Habilidades como empatia, paciência e comunicação também são trabalhadas nessas atividades.
Pesquisas na neuroeducação indicam que a escola deve reservar 30 a 60 minutos por dia, três vezes por semana, para atividades artísticas. Lembrando que elas podem ser desenvolvidas nas aulas das mais diferentes disciplinas, da matemática à história, da biologia à filosofia, seguindo a metodologia STEAM.
Incentivar que as crianças reconheçam e lidem com as próprias emoções é uma forma de se evitar maus comportamentos em sala de aula, que prejudicam o aprendizado a longo prazo.
As habilidades sociais podem ser trabalhadas concomitantemente ao conteúdo da disciplina, com metodologias ativas que envolvam o trabalho em equipe, a colaboração, a comunicação e a empatia.
Conheça algumas metodologias ativas comprovadas pelas pesquisas em neuroeducação que você pode usar com suas turmas.
Todo educador deve conhecer o fundamental sobre transtornos de aprendizagem e não apenas os professores que atuam no AEE.
Essa base vai te ajudar a lidar com as especificidades de cada estudante da sua turma.
A última orientação sobre neuroeducação reforça a importância de se trabalhar a memória. A revisão ajuda a fixar o conteúdo e ainda a fortalecer a capacidade cognitiva de memorização.
O neurocientista Eric Jensen indica que os professores devem revisar o conteúdo em um intervalo entre o aprendizado original e o momento de avaliação. Por exemplo, se o conteúdo foi abordado na segunda-feira e uma prova será aplicada na sexta, a revisão deve acontecer na quarta-feira.
Ainda, a revisão não precisa ser uma aula expositiva. O professor pode recorrer a quizzes ou trabalhos em grupo para estimular que os estudantes troquem informações entre si. Neste caso, seu papel será o de um intermediador.
Por Olivia Baldissera
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