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Beber água, dormir pelo menos 8 horas por dia, praticar atividade física três vezes por semana, evitar frituras e açúcar na dieta, comer salada todos os dias...
Sabemos que todos esses itens são fundamentais para ter mais saúde em nosso dia a dia.
Mesmo assim, é difícil incluí-los em nossa rotina. Mas por quê? É isso que você vai ver neste artigo. Os motivos são variados, e conhecê-los é o primeiro passo para adotar hábitos de vida saudáveis.
Boa leitura!
Um estilo de vida saudável não se resume a se alimentar bem e a praticar exercícios físicos.
A
definição de saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS) ajuda a refletir sobre o conceito:
estado completo de bem-estar físico, mental e social do indivíduo.
Ou seja, ter um estilo de vida saudável é criar hábitos que promovam o bem-estar, cuidando da saúde mental e do corpo. Não é seguir um determinado padrão estético nem dietas restritivas.
Mas o que seria um hábito?
Do ponto de vista da Neurociência, o hábito é uma estratégia do cérebro para economizar energia.
Nossos neurônios criam uma relação biológica com atividades repetitivas, agrupando-as em uma única ação em um processo chamado
“fragmentação”. Assim é possível realizar tarefas de maneira inconsciente, sem ter que prestar atenção a todo momento no que fazemos, e dar agilidade ao processamento de informações.
Já dá para imaginar o que significa mudar um hábito para o nosso cérebro, não é? É uma tarefa que exige muita energia, o oposto do que o nosso corpo procura.
Lembremos de nossos ancestrais: em um período com escassez de alimentos e convivência com animais selvagens, a tendência era preservar energia para sobreviver. Assim o corpo estaria repousado para enfrentar jornadas de caça e longos deslocamentos.
Se nosso corpo é programado para conservar energia, então não é de se estranhar que a maioria de nossas decisões no dia a dia sejam inconscientes.
Muitas delas prejudicam nossa saúde quando se tornam rotineiras, como fumar um cigarro, tomar refrigerante no almoço ou assistir a mais um vídeo no TikTok tendo que acordar cedo no dia seguinte.
Esse estado de “piloto automático” é uma forma de sobrevivermos à
Sociedade do Desempenho, fenômeno descrito pelo filósofo Byung-Chul Han como um conjunto de modos de vida que se expressam pelo excesso de positividade. As pessoas precisam se superar sempre, sendo multitarefas e altamente produtivas.
Na prática, não temos espaço em nossas agendas nem em nossas mentes para pensar em como seguir hábitos de vida saudável. Precisamos entregar aquele relatório, participar de reuniões online com a equipe, pegar mais freelas para fechar as contas do mês... São alguns exemplos de preocupações que se sobrepõem às tentativas de mudar de hábitos.
Quando encontramos um espaço, podemos ter as motivações erradas. Muitas vezes, a culpa, a vergonha e a autocobrança pela perfeição nos levam a buscar um estilo de vida saudável, em vez do nosso próprio bem-estar.
Também tendemos a nos propor a fazer mais do que conseguimos nessa busca incessante pela produtividade, seguindo a velha expressão “abraçar o mundo com as pernas”. Assim, o que deveria nos fazer bem, como uma atividade física, acaba se tornando fonte de sofrimento.
Por isso, adotar hábitos de vida saudável exige respeito às suas próprias limitações e paciência. É preciso identificar quais escolhas inconscientes são feitas no dia a dia e entender por que elas são feitas.
O acompanhamento de um psicólogo pode ajudar nesse processo de autoconhecimento.
O mais importante é saber o que te motiva a mudar e respeitar o seu tempo de mudança. Esqueça o mito de que bastam 21 dias para mudar um hábito. Esse período varia de pessoa para pessoa, de acordo com o comportamento que se quer alterar e o contexto individual.
Força de vontade não basta para adotar hábitos de vida saudáveis se o
ambiente não for alterado, de um ponto de vista estrutural e individual.
Quando falamos em estrutura, estamos nos referindo a ações que fogem do nosso controle imediato, como as ações tomadas pelo poder público e pela indústria alimentícia.
Por exemplo, fica mais difícil incluir legumes e verduras no cardápio quando os alimentos ultraprocessados estão, na média, mais baratos do que os frescos. Ou escolher alimentos com menos açúcar quando os rótulos usam termos técnicos e letras pequenas para descrever os ingredientes.
Mudanças do ponto de vista estrutural são de longo prazo e dependem de agentes externos, mas isso não significa que você não possa alterar o ambiente à sua volta.
Quando for ao supermercado, evite comprar alimentos ultraprocessados, como doces, salgadinhos e pratos congelados. "Desembalar menos e descascar mais” deve ser a máxima na hora de ir às compras, conforme o Guia Alimentar para a População Brasileira. Assim você não terá à disposição esse tipo de alimento em casa.
Sempre que possível, deixe o carro na garagem e faça parte do percurso a pé. Ou use as escadas em vez do elevador. Essas pequenas mudanças fazem bastante diferença para quem quer sair do sedentarismo.
Costuma dormir com o celular ao lado da cama?
Invista em um despertador analógico e deixe o smartphone em outro cômodo da casa quando for se deitar. Essa ação simples contribui para a qualidade do sono e é uma estratégia prática de detox digital.
No vídeo abaixo, você confere uma dica da neurocientista e professora da Pós PUCPR Digital, Anna Lembke, de como fazer um jejum de dopamina ajuda a deixar hábitos ruins para trás:
Como você viu, ter hábitos de vida saudável é um processo que demanda constância, autorrespeito e informação. Essa é uma jornada que você pode traçar de forma individual ou contando com a ajuda de amigos, familiares e profissionais.
De qualquer forma, se você está buscando melhorar seus hábitos e ter uma vida mais saudável, podemos indicar a leitura do texto abaixo:
>>> Leia também: O que é e como fazer um controle de hábitos
Por Olivia Kleina
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