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O que é ser um líder servidor, segundo James C. Hunter

okleina • jan. 19, 2022

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    “Liderar é inspirar e influenciar pessoas a fazerem a coisa certa, de preferência entusiasticamente e visando ao bem comum”.  

    James C. Hunter, no livro “Como se tornar um líder servidor” (2011)

    Você provavelmente já ouviu falar em tipos de liderança. Diretiva, participativa, de apoio...   

    E essa é apenas a classificação da Teoria Caminho-Meta, de Robert House. Existem inúmeras formas de liderar que são conceituadas e estudadas por especialistas em gestão e relações de trabalho.

    Uma delas é a liderança servidora, popularizada pelo consultor e professor convidado da Pós PUCPR Digital James C. Hunter no best-seller “O Monge e o Executivo” (1998). É sobre ela que vamos falar aqui.  

    A seguir, você vai conhecer as principais características de um líder servidor, que estão descritas na obra de James C. Hunter. Confira o que você vai ver neste artigo:

    Quem é James C. Hunter, autor de “O Monge e o Executivo”

    Nascido em Detroit, nos EUA, James C. Hunter atua no meio corporativo há mais de 30 anos, oferecendo consultoria, treinamento e palestras sobre relações profissionais. Atualmente é consultor-chefe da J.D. Associados.  

    Entre os clientes de Hunter estão American Express, Johnson & Johnson, Marriott, Nestlé e Procter & Gamble. Ele também já prestou consultoria a órgãos do governo dos Estados Unidos, como o FBI, a Agência de Defesa e Inteligência e demais ramos das Forças Armadas americanas.  

    James C. Hunter também é professor convidado de 10 cursos da Pós PUCPR Digital:

    Paralelamente às atividades de consultor, Hunter escreveu livros de sucesso. Sua obra é referência em cursos de pós-graduação e MBAs, tendo sido traduzida para dúzias de idiomas e com mais de 5,5 milhões de cópias vendidas.  

    A publicação mais conhecida é “The Servant”, que, aqui no Brasil, teve o título traduzido para “O Monge e o Executivo”. O livro figura na lista de best-sellers desde que foi lançado no país, em 2004. Desde então, mais de 4 milhões de cópias foram vendidas.  

    “O Monge e o Executivo” também ganhou uma versão teatral , que já foi assistida por mais de 130 mil pessoas em São Paulo. Conhecendo a história do livro, dá para entender por que ele combina tanto com os palcos.

    O que acontece no livro “O Monge e o Executivo”

    Cena da peça "O Monge e o Executivo". Créditos: Reprodução omongeeoexecutivo.com.br

    O livro “O Monge e o Executivo” conta a história de John Dailly, um executivo bem sucedido que vê seu mundo ruir quando um movimento sindical se inicia em sua empresa. Ele passa a questionar as próprias habilidades de liderança e, em meio ao caos que sua vida profissional se torna, um sonho o persegue.  

    “Ache Simeão e ouça-o”.  

    Esta era a mensagem do sonho. Instigado pela mensagem e pela esposa Rachel, John Dailly vai buscar ajuda no mosteiro João da Cruz, no lago Michigan. Ele decide participar de um retiro de uma semana e é surpreendido com quem irá conduzir a experiência.  

    Será o lendário Leonard Hoffman, um dos maiores especialistas em liderança dos Estados Unidos que deixou a carreira de executivo para seguir a vida monástica. Ao se tornar monge, Hoffman adotou outro nome: Simeão.  

    John encontrou a primeira resposta para uma de suas inquietações. As demais viriam ao longo do retiro, com as aulas do monge Simeão. O religioso abordou questões como poder, autoridade, sacrifício, respeito e paciência.  

    Ensinamentos de “O Monge e o Executivo”

    O principal ensinamento do livro “O Monge e o Executivo” é a liderança servidora, baseada em princípios cristãos que norteiam o papel do líder ao ajudar a equipe a superar obstáculos.  

    O líder servidor deve ser capaz de elogiar e repreender sem usar meias-palavras, pois é explicitando o que há de bom e ruim nas ações dos colaboradores é que eles poderão se desenvolver.  

    O livro também aborda a relação entre poder e autoridade. Em “O Monge e o Executivo”, James C. Hunter explica a diferença entre os dois termos:

    • Poder: coerção por força ou por hierarquia para que uma pessoa realize determinada tarefa;
    • Autoridade: influência para que pessoas se entreguem na realização de tarefas.

    Em um cenário ideal, o líder servidor deve exercer autoridade e não o poder.

    Os outros livros de James C. Hunter

    Além de “O Monge e o Executivo, James C. Hunter escreveu os seguintes livros:  

    Como se tornar um líder servidor

    • Editora Sextante, 2011

    Em “Como se tornar um líder servidor”, James C. Hunter revisa os ensinamentos de “O Monge e o Executivo”. O livro serve como um guia para quem deseja aplicar as ideias do monge Simeão na vida profissional e pessoal.

    De volta ao mosteiro

    • Editora Sextante, 2014

    Na continuação de “O Monge e o Executivo”, descobrimos que John Daily falhou ao tentar seguir os preceitos da liderança servidora. Ele volta ao retiro para pedir ajuda a Simeão, que o aconselha sobre a importância dos relacionados para a vida pessoal e profissional.  

    O livro se concentra na formação de equipes de alto desempenho, unidas por uma cultura de excelência.

    Como tornar-se um melhor líder

    • Marcador, 2018

    James C. Hunter revisita os princípios da liderança servidora, refletindo sobre respeito, autodomínio, honestidade, coragem e sacrifício. Para o autor, o desenvolvimento pessoal é inseparável do aprimoramento das capacidades de um líder.  

    As características de líder servidor

    “O Monge e o Executivo” é uma obra de ficção, mas seus ensinamentos têm impacto direto no mundo real. James C. Hunter conseguiu trazer de volta para o meio corporativo uma forma de liderança conceituada em 1970.  

    A liderança servidora como a conhecemos hoje foi descrita pela primeira vez por Robert K. Greenleaf, no artigo “The Servant as Leader”. O texto afirma que os melhores líderes são aqueles que estão preocupados em servir a equipe.

    Aqui, “servir” significa identificar e atender as necessidades das pessoas à sua volta para que elas tenham sucesso. Tal postura contribui para que o líder conquiste o respeito e o apreço dos demais, construindo assim a autoridade necessária para exercer as atividades de gestão – lembre-se da diferença entre “poder” e “autoridade” que explicamos acima.  

    As principais características de um líder servidor são:

    • Empatia;
    • Escuta ativa;
    • Persuasão;
    • Capacidade intuitiva e preditiva;
    • Bom uso da linguagem;
    • Capacidade de mensurar os resultados de forma pragmática.

    Reparou que muitas destas características são habilidades sociocomportamentais, as soft skills? Saiba mais sobre as skills que um líder precisa desenvolver , independentemente do tipo de liderança que ele planeja seguir.

    Como se tornar um líder servidor  

    Desenvolver as habilidades de liderança é indispensável para todo gestor, em especial para os que coordenam projetos. Adotar uma postura de servir é mais um caminho para motivar times a alcançarem bons resultados.

    Se você está pensando em seguir o estilo de “líder servidor, é importante refletir sobre sua postura de liderança. Responda as seguintes perguntas para si mesmo:

    • As pessoas que eu deveria servir estão se aprimorando como indivíduos?
    • Quando são servidas, estas mesmas pessoas se tornam mais saudáveis, sábias e autônomas, conseguindo assim servir a outros indivíduos?

    As respostas o ajudarão a fazer um plano de mudança na maneira como você se relaciona com sua equipe. Abaixo vamos apresentar alguns exemplos que você pode colocar em prática no seu dia a dia.

    1. Reuniões de equipe

    Um líder servidor não deve enviesar a perspectiva do time ao apresentar sua própria visão sobre um tema. Ele deve dar abertura para que os colaboradores compartilhem suas perspectivas, o que dá oportunidade para pensarem em novas soluções.  

    ❌ Evite a seguinte frase:

    • “A forma como você deve ver isso é...”

    ✔️ Ao falar com sua equipe, prefira as seguintes frases:

    • “A forma como eu vejo isso é...”
    • “Uma outra maneira de ver isso é...”
    • “Qual seria outra forma de ver esta situação?”
    • “O que aconteceria se víssemos esta situação de outro ponto de vista?”

    2. Acompanhamento das atividades

    A cobrança de tarefas é normal em todo ambiente de trabalho. O problema está na forma como ela é feita por alguns gestores, que parecem estar mais preocupados em resolver os próprios problemas do que ajuda a equipe a concluir as atividades.  

    O líder servidor deve acompanhar as atividades e entender junto com a equipe o que está impedindo o fluxo de entregas. Ele é o responsável por abrir o caminho para que o trabalho flua.  

    ❌ Por isso, evite a seguinte frase:

    • “Estou muito preocupado com isso...”

    ✔️ Use no lugar:

    • “Não estou vendo muito progresso nesta atividade. O que está acontecendo? Como eu posso ajudar?”
    • “Parece que esta atividade não é uma prioridade. Tem alguma coisa que está nos segurando?”

    3. Definição de prioridades

    É função da liderança definir as prioridades e acompanhar prazos. Quando há atrasos, é comum gestores usarem o poder do cargo para solucionar o problema. A questão é que isto faz mal para a equipe no longo prazo, pois essa postura impede que os colaboradores entendam o porquê de determinadas tarefas serem prioridade.  

    ❌ Evite falar:

    • “Você precisa...”

    ✔️ Use no lugar:

    • “Vi que uma entrega atrasou. O que aconteceu? Como eu posso te ajudar para que isso não aconteça de novo?”

    4. Feedbacks positivos

    Quando for elogiar sua equipe por um projeto finalizado, não use esta frase: “É um prazer liderá-los...”  

    Ela cria uma barreira entre líder e liderados, que sentem que realizaram determinada tarefa apenas para satisfazer a chefia.  

    O líder servidor deve se concentrar nas qualidades da equipe, além de exaltar as contribuições dela para a satisfação do cliente e o crescimento da empresa.  

    Gostou deste artigo? Esperamos que ele ajude no seu plano de desenvolvimento profissional.  

    Você pode aprender ainda mais sobre liderança servidora com quem é referência internacional sobre o assunto: o próprio autor de “O Monge e o Executivo”, James C. Hunter.

    Saiba mais sobre os cursos da Pós PUCPR Digital:

    Por okleina

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