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Negócios e Gestão

Como calcular valuation e chegar mais perto do valor real de uma empresa

Por Olívia Baldissera   | 

Se você assiste ao Shark Tank Brasil, já deve ter visto alguns participantes se atrapalharem para dizer qual o valuation da empresa deles.

Isso é bastante comum, pois existem diferentes formas de calcular o valor de uma empresa, que envolvem o número de ativos, o preço das ações e diferentes indicadores financeiros. Até o apego emocional do empreendedor influencia no resultado.

A seguir você vai conhecer os 3 principais métodos para calcular o valuation de uma empresa. Ao final, vai descobrir como se especializar para trabalhar com valuation no mercado financeiro. Acompanhe:

O que é o valuation de uma empresa 
Para que serve o valuation 
Qual profissional faz o valuation 
3 métodos para calcular valuation 

  1. Fluxo de Caixa Descontado (FCD) 
  2. Múltiplos de Mercado 
  3. Valor Patrimonial 

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O que é o valuation de uma empresa

Traduzido para “avaliação de empresas”, o valuation é o processo de cálculo para estimar o valor intrínseco de uma empresa. Este é um indicador que considera a cotação das ações, os ativos e as despesas da organização, com o objetivo de se chegar o mais próximo possível ao valor real dela.

Aqui é importante entender a diferença em relação ao valor de mercado. Ele é calculado a partir da multiplicação do valor de cada ação pelo número total de ações. E nem sempre o preço da ação reflete o valor intrínseco de uma companhia, pois ele pode variar de acordo com fatores externos, como crises políticas, desastres ambientais ou desvalorização de commodities.

Em tese, se o valuation de uma empresa for maior do que o valor de mercado, é um bom momento para adquirir ativos e vice-versa.

Mesmo que sejam usados métodos quantitativos, a definição do valuation de uma empresa envolve uma alta carga de subjetividade, em especial na seleção de fontes de dados e do método que será empregado. O apego emocional que o fundador ou as lideranças têm em relação à corporação também afetam a percepção do valor.

Por isso o valuation deve ser visto como mais uma ferramenta de análise no processo de decisão do investidor. Ele não oferece uma resposta definitiva sobre se vale a pena ou não investir em uma determinada empresa.

>>> Leia também: Investiu por impulso? As finanças comportamentais explicam o motivo

Para que serve o valuation

Para quem é investidor, o valuation serve para estimar o potencial de alta ou baixa de um investimento, dando mais segurança para operar na bolsa. Ele também permite comparar o valor de empresas que atuam no mesmo ramo e tem histórico semelhante.

Já para quem tem o próprio negócio, o valuation serve para negociar uma venda ou uma participação societária de forma mais justa, além de ajudar a prever o crescimento da empresa nos anos seguintes.

Qual profissional faz o valuation

Em teoria, toda pessoa pode fazer o cálculo, a partir das demonstrações financeiras e das informações disponibilizadas no site da B3

No entanto, o mais indicado é que o valuation de uma empresa seja feito por contadores e consultores financeiros. No caso dos contadores, eles devem estar devidamente registrados no Conselho Regional de Contabilidade do estado em que atuam. Já os consultores financeiros devem ter certificações reconhecidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Além de dominarem diferentes métodos, eles oferecem uma avaliação mais objetiva do que a do dono, que muitas vezes tem um envolvimento emocional com o negócio.

>>> Leia também: Por que fazer uma pós em finanças pode alavancar sua carreira

3 métodos para calcular valuation

Lembra da cena do Shark Tank Brasil do começo do texto?

O reality show adapta o método de Fluxo de Caixa Descontado (FCD) para determinar o valuation dos participantes, mas existem outros modelos usados pelos consultores financeiros. Conheça os 3 principais:

1. Fluxo de Caixa Descontado (FCD)

O FCD é o método mais usado para fazer o valuation de uma empresa. Ele se baseia na premissa de que o valor presente de uma corporação é igual à soma dos fluxos de caixa futuros descontados para o presente.

Geralmente, o FCD é calculado em 5 etapas:

  1. Estimativa dos fluxos de caixa futuros previstos, ou seja, de todo os recebimentos e despesas futuros da empresa;
  2. Seleção de uma taxa de desconto adequada ao custo do capital da empresa;
  3. Aplicação da taxa de desconto nos fluxos de caixa futuros;
  4. Soma dos fluxos de caixa descontados para obter o valor presente;
  5. Divisão do valor presente pelo número de ações em circulação (no caso de empresas de capital aberto) para obter o valor por ação.

Lembre-se de que este é um processo iterativo. As premissas utilizadas para estimar os fluxos de caixa futuros e a taxa de desconto influenciam o resultado final.

O indicado é trabalhar com um espaço de tempo entre 5 e 10 anos para se chegar a uma projeção de valuation mais precisa.

2. Múltiplos de Mercado

Esse método associa o valor de uma empresa a um múltiplo de um indicador financeiro, como lucro, receita ou fluxo de caixa. O indicador mais usado é o EBITDA, que mede a geração de caixa de uma empresa antes de considerar despesas financeiras, impostos, depreciação e amortização.

O cálculo do valuation de uma empresa a partir dos Múltiplos de Mercado segue as seguintes etapas:

  1. Seleção do indicador financeiro que vai servir de base para o cálculo do múltiplo;
  2. Identificação do múltiplo de mercado apropriado, de acordo com o setor de atuação da empresa;
  3. Multiplicação do indicador financeiro escolhido pelo múltiplo de mercado identificado;
  4. Divisão pelo número de ações em circulação (no caso de empresas de capital aberto).

Como todo modelo, este tem vantagens e desvantagens. A principal vantagem apontada pelos analistas é a simplicidade. Já como desvantagem podemos citar a indisponibilidade de dados públicos e a dificuldade em encontrar empresas que atuam no mesmo setor e tenham modelos de negócio idênticos.

3. Valor Patrimonial

O valuation da empresa é estipulado a partir da soma de todos os ativos tangíveis, como imóveis, equipamentos, estoque e dinheiro em caixa. Em seguida, são subtraídas as dívidas da organização. Esse método não considera ativos intangíveis, como reputação e valor de marca.

O modelo de Valor Patrimonial é o mais usado na avaliação de corporações em dificuldades financeiras e que estão prestes a ser liquidadas.

>>> Leia também: Como trabalhar no mercado financeiro

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Sobre o autor

Olívia Baldissera

Olívia Baldissera

Jornalista e historiadora. É analista de conteúdo da Pós PUCPR Digital.

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