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Um produto mínimo viável (MVP, na sigla em inglês) é uma das etapas da gestão de projetos baseada nas metodologias ágeis.
O MVP é lançado no mercado com as funcionalidades essenciais para atender as demandas dos clientes, o que possibilita a realização de testes e validação de ideias antes de investir mais recursos em desenvolvimento.
Essa estratégia é bastante popular entre empreendedores e até entre as empresas mais tradicionais. Entenda o que é um MVP em detalhes a seguir:
MVP é a sigla para “Minimum Viable Product” (“Produto Mínimo Viável”, em português). O termo se refere a uma versão simplificada de um produto que permite aos empreendedores testarem suas ideias com um mínimo de esforço e recursos.
O objetivo é lançar o produto no mercado o mais rápido possível para testá-lo e obter feedback dos usuários. Dessa forma, valida-se uma ideia antes de investir recursos significativos em seu desenvolvimento.
O conceito de MVP foi definido pelo cofundador e presidente da SyncDev, Frank Robinson, em 2001, como parte da metodologia de trabalho da consultoria em tecnologia. A definição de MVP usada pela SyncDev era:
“O MVP é um produto sob medida para sua empresa e seu cliente. É grande o suficiente para promover a adoção, a satisfação e as vendas, mas não a ponto de saturar o mercado ou ser muito arriscado. Tecnicamente, é o produto com o máximo de ROI [retorno sobre o investimento] dividido pelo risco. O MVP é determinado pelas funcionalidades que têm um peso maior sobre o lucro e que atendem seus clientes mais importantes, sem prever todas as demandas de todos os consumidores.”.
Eric Ries, autor do best-seller “ Lean Startup ” (2011) e professor convidado da Pós PUCPR Digital, foi responsável por popularizar o MVP no mundo dos negócios. No livro, Ries traz a seguinte definição:
“O MVP é a versão de um novo produto que permite ao time coletar o máximo de informações validadas sobre os consumidores com o menor esforço possível.”.
Eric Ries, autor do livro "Lean Startup" e professor convidado da Pós PUCPR Digital
As principais características de um MVP são:
>>> Leia também: Como uma empresa pode seguir o Lean Thinking em 6 passos
A importância do MVP reside no fato de possibilitar a empreendedores testarem ideias no mercado real com o mínimo de recursos e investimentos. Assim eles conseguem entender as necessidades e desejos dos clientes, identificar possíveis problemas e ajustar sua estratégia de desenvolvimento de acordo com o feedback obtido.
O MVP também é uma forma de empreendedores tomarem decisões com base em dados, em vez de se apoiar apenas em suposições e conjecturas. Isso acaba por reduzir o risco de investimentos desnecessários e fracassos comerciais.
Outra vantagem é a possibilidade de lançar um produto mais rapidamente no mercado. Ao concentrar-se nas características essenciais, é possível acelerar o tempo de lançamento e estar na frente da concorrência.
O MVP é uma das etapas de gestão de projetos ágeis , metodologia que propõe maximizar a eficiência e eficácia do desenvolvimento de produtos e serviços. Ela é baseada na Cultura Ágil , que enfatiza a entrega contínua de valor ao cliente, a colaboração entre os membros da equipe e a adaptação constante a mudanças.
Geralmente, a gestão de projetos ágeis trabalha com ciclos curtos de desenvolvimento, chamados de sprints. É nesses períodos que o time cria um MVP para testar um produto ou uma nova funcionalidade. Assim é possível identificar rapidamente pontos fracos e possíveis melhorias, que serão realizadas na sprint seguinte.
A gestão de projetos ágeis também pode ser combinada com outras metodologias, como o Design Thinking e o Lean Startup , para maximizar a eficácia do processo de desenvolvimento e entrega de produtos e serviços.
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Conheça alguns cases de MVP que usaram recursos simples para validar ideias:
O serviço de armazenamento em nuvem Dropbox é tão surpreendente que ganhou um capítulo inteiro no livro de Eric Ries.
Em 2007, o fundador e atual CEO da Dropbox, Drew Houston, preparou um vídeo de 3 minutos que explicava o conceito e as funcionalidades do serviço. O material fez com que mais de 75 mil pessoas se inscrevessem para testar o produto. Assista ao vídeo abaixo:
Fazer um vídeo explicando o conceito de um produto é uma forma de testar o interesse do público, economizando assim recursos em desenvolvimento.
Lembra dele? Lançado em 2008, o Groupon era uma ferramenta online de compras coletivas. Antes, ele era uma plataforma de discussão sobre política (isso mesmo) chamada The Point.
Como o assunto não chamou a atenção do público a ponto de o site escalar, seu fundador, Andrew Mason, decidiu usar a audiência do The Point para verificar se haveria interesse em um serviço que seria a base do Groupon.
O serviço começou com um site simples em Wordpress e o envio de cupons em PDF diretamente para os usuários.
Tela inicial do The Point, plataforma que daria origem ao Groupon. The Point/Reprodução
É possível criar um MVP a partir da combinação de ferramentas e funcionalidades pré-existentes de um produto já oferecido no mercado. A estratégia é indicada para negócios que não têm os recursos, a tecnologia ou a infraestrutura necessários para desenvolver um novo produto.
O Foursquare foi criado em 2009 como uma rede de microblogging para usuários indicarem sua localização e procurarem contatos próximos a eles.
Inicialmente, a plataforma foi disponibilizada ao público com uma única funcionalidade: a de fazer check-ins em diferentes locais. A ideia dos fundadores Dennis Crowley e Naveen Selvadurai era avaliar o interesse do público por esse tipo de rede social antes de adicionar outros recursos.
O MVP do Foursquare foi lançado com uma única funcionalidade. TechCrunch.com/Reprodução
Com uma única funcionalidade já é possível verificar se um aplicativo consegue solucionar as dores do público-alvo. Também possibilita checar a aceitação e a viabilidade do produto.
A Buffer é uma ferramenta de gestão de redes sociais lançada em 2010. Naquele ano, o fundador Joel Gascoigne criou uma landing page para avaliar o interesse de potenciais clientes em pagar pelo produto, que, na época, podia ser usado apenas no Twitter.
O usuário deveria fornecer o seu endereço de e-mail para ter acesso aos preços e planos da ferramenta. Houve uma resposta positiva, o que levou à inclusão dos valores na landing page. Você pode ler o relato completo no blog da Buffer.
O MVP da Buffer consistia em uma landing page. Buffer/Reprodução
Um formulário ou uma landing page são adequados para aferir o interesse do público-alvo do produto, pois podem ser facilmente alterados caso haja uma resposta positiva.
Adquirido pelo então Facebook em 2014, o Oculus é uma marca de dispositivos de realidade virtual. A história do produto começa em 2012, quando um protótipo feito com fita-adesiva foi apresentado na E3, um dos maiores eventos de games do mundo.
O protótipo chamou a atenção do público, o que fez a empresa lançar uma campanha de pré-lançamento e arrecadar US$ 250 mil só no primeiro dia. Hoje a marca oferece uma série de dispositivos, jogos e aplicativos.
Protótipo da Oculus foi desenvolvido a partir de crowdfunding. Kickstarter/Reprodução
Oferecer pedidos antecipados antes do lançamento do protótipo é indicado para negócios que já possuem recursos financeiros e clientes ativos para testar o produto.
As vendas dos smartwatches Pebble foram encerradas em 2016, mas até hoje o dispositivo é lembrado como o primeiro a oferecer funcionalidades que, hoje, são padrão em relógios inteligentes. Ele também é um case de sucesso de MVP.
Em 2012, a primeira versão do Pebble foi criada com a ajude de crowdfunding. Naquele ano, mais de 68 mil pessoas se interessaram pelo conceito do smartwatch e disponibilizaram US$ 10 milhões para o desenvolvimento do dispositivo.
Saiba mais detalhes sobre a história da Pebble no relato do seu fundador, Eric Migicovsky, no Medium.
Conceito de smartwatch da Pebble foi testado em plataforma de crowdfunding. Kickstarter/Reprodução
O crowdfunding é uma ótima estratégia para verificar se um produto vai conseguir conquistar espaço no mercado, além de checar se há interesse do público pelo conceito.
O Case Status é um aplicativo que possibilita clientes de escritórios de advocacia acompanharem o andamento de processos.
A primeira versão do app foi um protótipo clicável (que ainda está disponível e pode ser acessado aqui ), usado para testar o interesse de potenciais clientes e arrecadar fundos para desenvolver o software.
Campanha do app Case Status na Google Play. Case Status/Reprodução Google Play
Usar um protótipo de software como MVP é bastante comum na indústria de tecnologia. Ele deve reunir um número mínimo de funcionalidades para satisfazer os requisitos básicos de teste.
É indicado para verificar se o programa tem apelo entre o público-alvo para, daí sim, investir recursos financeiros, esforços e tempo.
Por Redação Pós PUCPR Digital
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